Você já deve ter ouvido falar muita coisa sobre dieta, não é mesmo? Tenho certeza que sim! E por já ter ouvido falar muito sobre esse assunto, com certeza, muitos são os mitos que você deve ter ouvido sobre dieta e alimentação. E alguns desses mitos, talvez você nem saiba que são mitos (ainda)…
Diante da valorização do corpo e da saúde, as pessoas tem sido cada vez mais “pescadas” por este assunto que possui um grau de relevância considerada.
Fazer com que o assunto dieta chegue a mais pessoas e fique cada vez mais conhecido é algo muito bom, pois este assunto precisa ser comentado mesmo, visto o numero de obesos no mundo só crescer. Porém, para o cidadão leigo, esse crescimento pode ser perigoso, pois muitas das coisas ele não consegue diferenciar do que é verdade e o que é mentira/mito.
Pensando nisso, neste artigo falaremos a respeito de 8 mitos sobre dietas e comentaremos algumas formas de trazer melhorias para a sua dieta de maneira bastante fácil e eficiente.
Vamos lá?
Mito 1: Somente é bom se for natural
Muitas pessoas acreditam que apenas alimentos naturais são saudáveis, quando existem muitos alimentos prontos e processados que também podem ser muito bons e nutritivos. Dessa mesma forma, nem tudo que é natural também é 100% muito bom.
Vamos observar uma fruta bem conhecida no Brasil que é o tamarindo. Ele possui em média 72g de carboidratos em 100g da parte comestível do produto. Um valor altíssimo para uma fruta. Ele possui relativa baixa quantidade de fibras alimentares, o que nos faz crer que boa parte de seus carboidratos são açúcares simples. E isso pode ser um desastre para um diabético ou para uma pessoa que está consumindo uma menor quantidade de carboidratos porque quer perder peso.
Por outro lado, peguemos um pão integral (não precisa nem ser 100% integral) que vai ter em média, na mesma porção, algo em torno de 35g de carboidratos, sendo que possuirá maior teor de fibras alimentares, bem menos açúcares e ainda possui proteínas. Sendo assim, ele é processado, mas pode ser muito mais interessante do que o tamarindo.
Não acredite que pelo simples fato de um alimento natural não estar processado é que ele irá realmente trazer todos os benefícios que você quer. E óbvio, não é saudável sairmos nos entupindo de embutidos, alimentos prontos congelados (pizza, hambúrgueres, lasanhas etc), mas “incriminar” um produto só porque ele não é natural é um grande erro.
Mito 2: Comer mais do que duas gemas por dia irá elevar seus níveis de colesterol
Sabemos que o colesterol é uma molécula de lipídio (gordura) não energética derivada exclusivamente de fontes animais, como as gemas de ovo.
Durante anos e anos, o consumo da gemas de ovo foi colocado em jogo pelo fato de que seu colesterol poderia fazer mal ao corpo, mas isso não é verdade! Alimentos ricos em colesterol não irão elevar os níveis desse lipídio em pessoas saudáveis (isso não se aplica a pessoas com dislipidemias).
Hoje já existem inúmeros estudos que mostram que o consumo de gemas de ovos e outros alimentos fontes de colesterol, em nada impactam no aumento do mesmo no corpo. Ainda, gemas de ovos são excelentes alimentos, fontes de proteínas de alto valor biológico, vitaminas lipossolúveis e também de colina e ferro e não devem estar em falta na sua dieta, a não ser que você tenha alergia a ovos ou problemas de colesterol pré-existentes.
Mito 3: Consumir carboidratos faz com que você desenvolva problemas cardiovasculares
Os carboidratos hoje em dia são demonizados de todas as formas possíveis. Dizem que quando você consome carboidratos irá ficar gordo, ter problemas de disfunções insulínicas, desenvolver quadros de aumento de gordura corpórea e desenvolver problemas de dislipidemias, o que prejudica também os sistemas cardiovasculares.
Verdade seja dito: Excessos de carboidratos, especialmente dos simples como a frutose e a glicose podem fazer com que você aumente sua resistência à insulina e as taxas de conversão de carboidratos em gordura corpórea irão aumentar, fazendo também com que seus níveis de gorduras no seu sangue aumentem. Porém, isso somente com EXCESSOS!
O fato de você consumir carboidratos, NÃO FAZ COM QUE VOCÊ TENHA PROBLEMAS CARDIOVASCULARES, e isso somente ocorrerá sob excessos a longo prazo. Se você mantém uma dieta equilibrada com o uso de carboidratos e sabe como ajustar suas necessidades individuais, certamente isso não será um problema.
Agora, é óbvio que se você toma refrigerantes o tempo todo, come porcarias e não faz nenhuma atividade física, vai ter problemas não só cardiovasculares, mas nos outros sistemas do corpo também. Portanto, bom-senso é essencial!
Mito 4: O Glutamato monossódico irá te causar grandes prejuízos
Hoje o glutamato monossódico é um aditivo encontrado em grande parte dos alimentos industrializados. Ele tem a capacidade de aumentar o gosto dos alimentos e potencializar também o “salgado’. Normalmente usado não só em alimentos industrializados, mas em culinárias orientais, como a chinesa e a japonesa.
Acontece que muitas pessoas acreditam que o glutamato monossódico pode interferir no cérebro e causar prejuízos, pode elevar os níveis de pressão arterial, entre outros. Porém, não há evidências científicas claras sobre isso. Sabemos que muito provavelmente os excessos de glutamato monossódico não são saudáveis, assim como nada em excesso é.
Entretanto, o fato de consumi-lo não significa um prejuízo tão grande. Aliás, ele mesmo é presente em alimentos naturais como pescados, na carne, nas aves, nos tomates e em alguns queijos. Assim, vale mais a pena regular o seu consumo do que tirá-lo por completo de nossa dieta.
Hoje vemos muitas pessoas com práticas assustadoras de retirada do glutamato monossódico da dieta e acabam pagando muito caro por algo que não vai ter um benefício tão significativo. Acredito que quando se tem uma alimentação saudável, os possíveis danos do glutamato monossódico também possam ser significativamente reduzidos, fazendo com que ele se torne apenas um aditivo a mais na dieta.
Mito 5: Se é integral, é melhor!
Hoje em dia você pergunta para uma pessoa: “E este lanche aí?” e ela responde: “Este pode porque é integral…” Muitas pessoas acreditam que alimentos integrais são sempre as melhores opções, os mais saudáveis e os que não irão trazer prejuízos. Porém, isso é mentira!
- Em primeiro lugar, muitos afirmam algo sobre índice glicêmico, fator esse que só deve ser considerado por diabéticos.
- Em segundo lugar, muitos afirmam que as quantidades de vitaminas e sais minerais são muito maiores, o que na prática não vai fazer tanta diferença assim.
- Em terceiro, muitos afirmam que eles possuem maior quantidade de fibras, mas nem sempre isso é bom.
Alimentos integrais são, de fato, saudáveis, mas se usados o tempo todo podem se tornar ruins.
Primeiro porque para indivíduos que desejam um aumento de peso corpóreo em massa magra e precisam comer mais, isso pode prejudicar a digestão e a velocidade do esvaziamento gastrointestinal.
Em segundo, porque fibras em excesso podem causar constipação intestinal (especialmente em mulheres e indivíduos que consomem pouca água) e podem também causar inibição da absorção de vitaminas, sais minerais e aminoácidos.
E, terceiro e último, porque alimentos integrais costumam ter fitatos e, se não bem preparados, podem fazer com que você tenha desconfortos gastrointestinais e também iniba a absorção de micro e macronutrientes.
Não há nada mal em comer macarrão tradicional, arroz branco, batata inglesa, entre outros alimentos não integrais. Estes são excelentes alimentos fontes de carboidratos complexos que podem entrar tranquilamente em sua dieta, trazendo excelentes benefícios.
Mito 6: O Sal rosa é melhor e mais saudável do que o sal marinho
Muitas são as pessoas que defendem o uso do sal rosa, especialmente do Himalaia, dizendo que ele é mais saudável, tem mais minerais, possui menor teor de sódio, entre outros fatores. Acontece que, temos que levar essas considerações com calma.
O primeiro ponto que devemos observar é que o sal rosa possui mais minerais do que o sal refinado. Entretanto, entre estes minerais, estão alguns que são metais pesados e até mesmo tóxicos para o corpo. Desta forma, o sal rosa pode não ser lá tão saudável pelo simples fato da presença de minerais tóxicos em maiores quantidades nele.
O segundo ponto é que ele é menos rico em sódio. Mas, para indivíduos sadios, qual o mal no consumo de sódio? Nenhum! Além disso, se ele é menos rico em sódio, é bem provável que você vai ter que usar maiores quantidades dele para atingir o grau de salgante do sal refinado e, com isso, vai levar de brinde mais minerais tóxicos para dentro do seu corpo, o que pode não ser necessariamente tão saudável assim.
Um terceiro ponto que devemos considerar é o de que o sal rosa não vai evitar quaisquer doenças (pelo menos não há nada científico sobre isso) como alguns costumam afirmar.
Por fim, você ainda pagará muito mais caro no sal rosa do que no sal refinado. Investimento esse desnecessário e que poderia ser complemento para o uso de maiores quantidades de carne bovina na dieta, maiores quantidades de queijos, maiores quantidades de pescados ou até mesmo para aquele suplemento que você precisa comprar e está sem dinheiro.
Assim, use tranquilamente o sal refinado e você não terá prejuízo algum com isso. Além disso, o uso de molhos (ketchup, mostardas, barbecue, shoyu etc) também ajudarão neste fornecimento de sódio ao corpo.
Mito 7: O café da manhã (desjejum) deve ser a refeição mais calórica do dia
Até algum tempo atrás, se falava muito que deveríamos comer como reis no café da manhã, como nobres no almoço e como mendigos no jantar. Entretanto, isso é uma grande besteira, porque sabemos que todas as refeições merecem a mesma importância e porque sabemos que o que realmente vale é o valor energético total da dieta (e até mesmo semanal) e não somente uma ou outra refeição ou o momento em que ela é feita.
O desjejum é uma refeição relevante, porque passamos um longo período sem nos alimentar durante o sono e porque entramos em processos catabólicos, que são evitados por ele. Porém, daí dizer que ele necessita ser o momento de maior ingestão de calorias no dia é errado.
Para praticantes de musculação, o momento onde mais se deve ingerir calorias é cerca de 2h antes do treino e na refeição sólida pós-treino, que são os momentos em que o corpo mais vai precisar metabolizar energia. Além disso, esses são os momentos que mais devemos facilitar a digestão e fornecer carboidratos.
Suponha que alguém treine a noite, em torno de 20h. Qual seria o momento de maior ingestão calórica? Cerca de 18h e cerca de 21-21:30h quando ela termina o seu treinamento e vai fazer o pós-treino. E isso já é a noite! Mas não importa, porque o corpo irá usar essa energia e não vai fazer com que ela seja armazenada em forma de gordura corpórea.
É lógico que se você treina pela manhã, aí sim seu desjejum deve ser rico em calorias e fontes energéticas. Do contrário, é necessário uma ingestão normal de calorias nas demais refeições e um aumento antes e depois do treino. Nos períodos de menor ingestão calórica e de carboidratos, aconselhamos também a maior ingestão de lipídios (gorduras) em substituição aos carboidratos.
Mito 8: Comer sem fome significa que o corpo não precisa de energia
Muitas vezes achamos que o corpo não precisa de energia só porque não está com forme. Mas, isso não quer dizer nada. Observe que a falta de alimentação pode fazer você reduzir o peso (e perder massa magra), isso porque você, metabolicamente, precisa de alimentos.
Sendo assim, trace sempre bons protocolos os quais possam ser seguidos. Se é hora de comer, coma o que precisa e pronto. É importantíssimo ser disciplinado mesmo quando a alimentação se torna um tormento. Tormento esse que valerá a pena quando você observar seus próprios resultados.
Conclusão
Diante dos muitos e muitos assuntos a respeito de dietas, muitos também são os mitos que surgem e neste artigo trouxemos 8 deles para que você possa entender melhor, refletir e fazer suas escolhas e/ou adequações.
Lembre-se sempre de buscar informações sempre em fontes confiáveis para evitar possíveis confusões.
Boa alimentação!