A musculação e os estereótipos, como lidar?

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Frango. Esta é, sem dúvidas, o maior jargão das academias. Talvez mais para o eixo sul-sudeste – aqui no Nordeste ainda não temos o costume de usar este termo, mas com a internet tudo acaba se tornando tão comum e pasteurizado, que é possível ouvir isto vez ou outra entre os treinos. Quando entrei de cabeça neste universo da musculação tive de lidar com muita coisa nova, processar diversas coisas que estavam sendo descobertas através de muita leitura de blogs, revistas, conversas com amigos e tudo mais.
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Como já falei no meu outro texto aqui no Dicas de Musculação (Quer ter corpo de homem, treine pernas igual uma mulherzinha), há muita controvérsia na musculação. De métodos, de treinamentos, dieta, etc. Contudo, há também muito preconceito. E este é o tema central que pretendo retratar neste artigo.

Antes de tudo, vamos à gênese da palavra:

Preconceito (prefixo pré e conceito) é um “juízo” preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude “discriminatória” perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou “estranhos”. Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente.

Sendo assim, o preconceito é algo que surge antes mesmo de conhecermos determinada pessoa ou coisa. É como, por exemplo, as pessoas que não gostam de comer jiló sem nunca sequer ter provado um na vida, pelo simples fato de terem ouvido que é ruim. Parece estranho, não é? E quantas vezes nós não reproduzimos isto? Como que toda loira é burra, todo gordo é preguiçoso, todo nordestino é burro, todo marombeiro é bombado de diversos absurdos dia a dia.
Negar o preconceito é um discurso baixo, ele existe e deve ser encarado de frente. Afinal, lidamos com ele diariamente. E isto me levou, inclusive, a algumas questões pelas quais estou passando ultimamente. Estou numa fase da minha atividade física onde os resultados estão, de fato, aparecendo e as pessoas – principalmente aquelas que não me veem com frequência – estão notando e comentando. E surgem aquelas questões clássicas sobre “nossa, o que você está tomando?”, “nossa, hein, tá ficando bombado!” e outras tantas baboseiras.
Pior, certo dia uma amiga veio conversar comigo e falou algo como: “nossa, antes você escrevia sobre tantas coisas legais, agora só fala sobre musculação”, como se falar sobre o que a gente gosta ou falar sobre musculação fosse algo “menor” do que outras coisas. E, novamente, voltamos à questão do preconceito. A grande verdade é que precisamos diariamente despir-nos destas ideias prévias, de pensar como todos. Um cara que eu admiro muito dentro do mundo da musculação, o Luiz Fernando Sardinha, disse uma vez em um vídeo: “dentro do meu ginásio eu peço que as pessoas deixem seus egos e seus preconceitos de fora. Aqui treina o magrinho, o gordinho, o malhado, todo mundo treina igual e do jeito que quer. De regata, de short curto…” e acho que este tem que ser o espírito.
E novamente voltamos a questão do frango, lá em cima. Esta época, como de praxe, é onde uma grande parcela das pessoas entram nas academias tentando conseguir um corpo melhor, muitos apenas para o verão mais próximo, porém outras são “contaminadas” por este vício chamado musculação, por essa filosofia de vida. Eu mesmo comecei no verão passado e estou até hoje e não pretendo parar. E, ao invés de incentivar as pessoas a permanecerem na academia, vejo muitos “formadores de opinião” (blogs, sites, páginas do facebook, vloggers e entusiastas do bodybuilding) numa verdadeira cruzada contra os “frangos de verão”.
Esquecem-se que muitos deles um dia foram iniciantes ou “frangos” e simplesmente reproduzem mais um preconceito. Acho que este tipo de pensamento e posicionamento vai exatamente na contramão daquilo que é a essência da musculação: “Você pode mudar tudo aquilo na sua vida, desde que você tenha força, fé e foco”. E é este meu recado, seja você iniciante ou não: faça acontecer! Se você ver alguém que está começando, ajude-o! Se você está começando, persista! E se você simplesmente já está nesse caminho, continue firme! Afinal, a jornada nunca termina.
Artigo escrito por um leitor do Dicas de Musculação. Thiago Vieira é jornalista, tem 23 anos e é entusiasta do fisiculturismo como estilo de vida.

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