Aprenda a pensar como um fisiculturista

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Durante o decorrer da última semana, decidi parar, refletir e ver porque, pesar de estar obtendo bons ganhos, eles ainda eram inferiores do que o que eu pretendia.

Tudo bem, eu seria ingrato se dissesse que não estou tendo ótimos ganhos. Mas eu acredito que eles poderiam ser otimizados. Aliás, essa é a regra número 1 para se atingir um objetivo GRANDE: Ver sempre o que falta e tentar ser cada dia melhor.

Você quer ser gigante? Quais são seus objetivos? Você realmente possui uma ampla visão? Descubra neste artigo!

Passei a observar meus métodos de treinamento, os exercícios e principalmente a dieta. Comecei a observar o que poderia ser feito para melhorar os ganhos. O treino estava recém-mudado e acredito que o problema não estava necessariamente ali.

Todavia, decidi ser um pouco mais prudente pela fase em que me encontro: Repetições baixas (4-8) com uma série de aquecimento (10-12 repetições) e uma série final de drop set chegando até a falha.

As repetições em todos os casos eram feitas com o máximo de precisão e amplitude, sem se importar com o peso levantado (que diga-se de passagem caiu muito) e concentrando muito a fase excêntrica (mas não a ponto de ser um HIT da vida).

fisiculturista-pensando

A última série de drop (realizada apenas em um exercício composto) as repetições eram feitas com 50% da carga de início das séries pesadas e repetições extremamente rápidas.

Por fim, geralmente um exercício articulado ou unilateral visando repetições altas, que variam de 8-15 (nunca mais que 15).

Exemplificando melhor o que comecei a fazer foi, por exemplo, no treino de tríceps (treinado individualmente uma vez na semana) a seguinte rotina:

  • Extensão de tríceps testa com barra EZ– 12-10-8-6 (concentrando a fase excêntrica);
  • Rosca francesa com as duas mãos – 10-8-6-4
  • Extensão de tríceps no pulley – 8-6-6-4 + Drop set com 10 repetições
  • Extensão de tríceps unilateral na máquina – 15-12-10-9

Parece volumoso, mas certamente percebi que começou a dar muito certo para mim. Comecei a perceber que conseguia forçar uma sobrecarga de resistência e ao mesmo tempo tensional na musculatura e que ela começara a responder muito bem no sentido qualidade, principalmente.

De certa forma, eu estava começando a me conformar com os ganhos, pois sempre fui a favor de ganhar peso com uma certa qualidade…

Tudo bem, revendo o treino, refiz minha rotina e decidi optar por mais volume ainda (mesmo correndo chances de entrar em OT).

Todavia, decidi fracionar o máximo possível os grupos musculares, para diminuir a duração dos treinos, que não passam de 40 minutos.

Mas, se o treino estava respondendo bem, porque os ganhos ainda não eram como esperados? Simples! Dieta!

Minha antiga dieta estava com aproximadamente 4500 kcal. Um número bom, mas relativamente baixo. Certificava-me de manter cerca de 3g de proteína por kg, 1g de lipídios por kg e o restante, de carboidratos.

Veja :  A importância de se traçar metas e objetivos na musculação

A qualidade muscular aumentou bruscamente num período de 2 semanas. Mas o volume que é bom, nada…

Decidi deixar a dieta com aproximadamente 5000 Kcal. Todavia, não aumentei as quantidades proteicas e sim, em carboidratos e lipídios. E qual foi o incrível resultado?

Menos peso na balança e mais qualidade. Medidas superiores as mesmas e menos 1cm na circunferência abdominal. Para muitos, seria uma vitória, mas volto a repetir que o problema é o tamanho muscular que eu buscava e, continuo buscando.

Mas, o que fazer em uma situação onde se come cerca de 5000 Kcal e ainda sim, o peso diminui? Simplesmente a dilatação estomacal era grande, a fome inexistente e cada refeição, era um novo tormento (e mais inchaço no estômago). Um bom hipercalórico foi a solução.

Diferença entre o nosso modo de pensar (frangos) e o de um fisiculturista.

Decidi adicionar à duas refeições, uma porção de um hipercalórico (Monster Matrix 55000), visto que apenas uma refeição minha era substituída por hipercalórico.

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Então, isso dava um total de 3 porções de hipercalórico por dia. Uma ao acordar, com a primeira refeição, uma antes da refeição pré-treino e uma 10 minutos antes do treino, após a refeição pré-treino (que trata-se de 400g de peito de frango, 500g de arroz branco e 100g de algum tipo de molho).Então, foi justamente na última semana que perdi mais 500g com essa mudança.

Vocês, neste instante, devem estar pensando: “Mas que palhaçada! Você deve estar doente ou algo do tipo…” ou ainda: “Caramba! Queria ter esse metabolismo”.

Mas se eu fosse vocês, pensaria: “Que bicho burro…” – Burro?Sim! A solução estava na minha cara o tempo todo e eu não a enxergava, ou não queria enxergar.

No dia 11/06, houve o campeonato mundial NABBA 2011 em São Paulo/SP.

Lá, estavam grandes atletas presentes como o grande Sardinha, Macaco (que competiu e foi campeão), o Bispo, Nortom James (Que estava impecável e mereceu ser campeão), Larissa Cunha (que deveria ter sido campeã, mas levou segundo lugar) e ninguém menos do que os grandes atletas Eduardo Correia, da Probiótica e o Fernando Maradona, da NeoNutri.

O que mais chamava atenção, em primeiro lugar, era o tamanho que eles estavam (em offseason). Realmente uma coisa brutal e fora de comum para padrões nacionais. Eram dignos de estar onde estão. Ambos deveria estar na casa de 120-125kg).

Em segundo plano, não menos importante, o que chamava atenção era o estilo de offseason que eles estavam: Barrigão dilatado, percentual de gordura relativamente alto, rosto inchado

E em terceiro plano, a quantidade de comida que estava ao lado deles. Na mesa do Eduardo, por exemplo, havia pelo menos umas 4 marmitas (que por favor, quero saber aonde encontra-se marmitas daquele tamanho) com cada uma mais ou menos 1kg de arroz cozido e um meio quilo de frango, ou carne. Não dava para ver direito, mas era em média isso.

Veja :  Nas últimas repetições são feitos os campeões do fisiculturismo

Agora, preciso dizer que ainda havia uma bolsa de comida ao seu lado? O Maradona, por sua vez, com mais algumas marmitas e uma latinha de guaraná…

Foi aí que caiu uma grande ficha e que me fez refletir algo que eu já tinha absoluta certeza, mas que era difícil acreditar.

E foi justamente isso que comentei com meu parceiro de jornada, André Fantini em um pequeno diálogo que irei descrever:

  • MS: Cara, sabe por que somos esses frangos inúteis?
  • AF: Ah, por quê?
  • MS: Porque pensamos como frangos inúteis!
  • AF: Como assim?
  • MS: Cara! Olha o tamanho dos caras, olha a quantidade de comida! E nós reclamamos com uma dieta de 5 ou 6 mil calorias? Tá de sacanagem…
  • AF: É mesmo, cara… Mas eles estão em off!
  • MS: Eu também! E você, até uma semana, estava. E cara, eles estão nesse nível altíssimo e chegaram onde chegaram porque pensam como gigantes. Eles tem a mente de gigantes, preparadas para atingir um corpo gigante. E nós, paramos e fazemos dietinha quando aparece uma gordurinha aqui ou ali. E isso me motivou a fazer uma coisa…
  • AF: O que?
  • MS: Pedir uma pizza quando chegar em casa!!!

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  • MS: Tudo bem, eu não pedi a pizza! Foi só uma brincadeira de momento…

Mas vamos lá… O que quero dizer é que nos importamos muito com o momento e esquecemos de ter mentes de gigantes. Queremos um corpo no qual nossa mente não consegue acompanhar. E o resultado, acaba sendo frustrante.

Muitos se preocupam com micro-detalhes e esquecem dos macro. Querem um corpo grande, mas se prendem a pensar como mosquinhas ou modelinhos que não podem ganhar uma gordurinha aqui ou ali. E é aí que mora o grande perigo!

Aqui vale até salientar a mentalidade que o treinador Hany Rambod colocou na mente de Jay Cutler. Em poucas palavras, ele explica que Jay nos anos antes do Olympia de 2008-2009 estagnou justamente pelo “medo de comer” ou medo de entrar em off gigantesco.

Jay se preocupava tanto com qualidade que não visava o macro. Quem assistiu o DVD FST-7, deve lembrar com certo humor das partes em que Hany levava Jay e Phil para comer em redes de Fast Food e os entopia de comida, explicando que era necessário que aquilo fosse feito para o corpo e para a mente também. E, realmente necessário!

Vemos vídeos e vídeos de profissionais que comem uma coisinha ou outra e treinam por horas e horas… E muitos tentam fazer igual… E que doce ilusão…

Veja :  Treinar com inteligência é estar bem daqui alguns anos

Mas tudo bem, o problema não é seguir ou não vídeos de profissionais, porque a muito tempo eu sabia que esse não era o caminho correto.

Sempre soube que é necessário comer, comer, comer, comer, descansar, comer, comer, comer, treinar, comer, comer, descansar para atingir um corpo esculturalmente grande.

Mas se eu sabia de tudo isso, o que será que faltava então, no meu planejamento, visto que eu estava com uma dieta “adequada” e um treino coerente ao meu objetivo?

O que faltava, era força de vontade para ir além do que o que eu acreditava ser impossível. E vocês fazem ideia do que estou falando?

Se não, deixarei mais claro:

Lembram-se que eu expliquei que meu treinamento havia mudado de maneira coerente, que minha dieta estava altamente calórica (inclusive sendo adicionadas porções de hipercalórico durante o dia) e equilibrada e mesmo assim os resultados continuavam relativamente fracos perto do que eu esperava?

Pois bem… Então… Sabe qual era o real problema? Eu ainda não conseguia ter um pensamento não de um gigante, mas de um Deus!

Pensar como gigante, talvez é o que me motivava a fazer tudo o que estava fazendo, passando mal ao comer, comer e comer… Mas eu precisava pensar como um Deus. Ir além do que era humano.

Foi justamente nesse instante que decidi que, se quero atingir um objetivo realmente representável, era necessário abrir mão de muitas coisas: Esquecer o percentual de gordura por um tempo, visar um objetivo a um prazo mais longo, mas com resultados melhores, esquecer que estômago tem limite e, principalmente, começar a agir como um animal.

Esquecer até mesmo aquele desconforto infernal que me causa comer demais (sim, eu realmente me sinto péssimo quando estou dilatado após uma refeição)…

Gordo? Quem está gordo? Estou em construção, estou em progresso! – Falem o que quiserem!

Quando o estômago estiver dilatado e doendo, que se dane! Logo passa!

Quando não couber mais frango com batata, como batata com frango e imagino ser um delicioso doce de goiaba!

Quando não couber mais água por cima da comida, bebo-a do mesmo jeito!

Quando parecer que o estômago vai estourar, que se dane! Ele é elástico!

É… Realmente é preciso esquecer o lado humano, ser animal e pensar como um Deus! Ser gigante é ter, em primeiro lugar, uma mente gigante!

Coloque a mão na mente quando for reclamar de falta de resultados (assim como eu que acreditava estar realmente em offseason com 5000 calorias) e veja se você está agindo certo ou pensando certo… Veja se realmente você está fazendo por merecer… Isso faz uma grande diferença no final das contas…

Reflitam!

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