A todo momento ouvimos: “Todo ser humano é único”, “O que serve para um não vai servir para o outro” e coisas deste tipo. O que posso dizer é que isso é uma verdade. Cada um de nós possui um biótipo corpóreo, particularidades físicas e metabólicas e por isso, o que funciona para o cara da televisão emagrecer e/ou ganhar massa, pode não funcionar para você.
Mas, você sabe ao certo o que são os biótipos corpóreos e quais são as diferenças entre os atualmente existentes? Utilizar princípios a cerca de diferentes biótipos é a melhor alternativa para a prescrição de bons protocolos? Cada pessoa possui um único biótipo ou podemos ter mesclas entre eles?
Se você quer entender um pouco mais a respeito de diferentes biótipos corpóreos, entender o seu biótipo corpóreo, ter a resposta para essas várias perguntas e saber como otimizar os melhores protocolos para que você tenha bons resultados, convido a continuar lendo este texto, onde esclareceremos essas e outras várias dúvidas existentes na maioria das pessoas.
Vamos lá?
Biotipo corpóreo: O que é isto?
Biotipo corpóreo pode ser entendido com a interpretação da própria palavra em seu prefixo e sufixo. Sendo assim, temos “bio” que significa “vida”, “tipo” que significa “tipo” mesmo e “corpóreo” que advém de “corpo”. Assim é possível concluir de maneira simples que estamos falando de tipos de corpos. Então, já podemos predispor da ideia de que não existe apenas um tipo de corpo.
Apesar das individualidades biológicas, podemos padronizar alguns diferentes biótipos, para assim, de maneira genérica agrupar alguns indivíduos. Mas, unicamente observar aspectos físicos neles não adiantará de nada. Mais do que isso, é essencial que se compreenda também as diferentes características metabólicas de cada um e, desta forma, se torne possível a diversificação.
E isso já nos traz a ideia de que alguém pode ter mais de um biótipo corpóreo, essencialmente quando falamos dos fatores metabólicos e dos fatores físicos, dificilmente encontraremos um indivíduo que seja puramente de um só biótipo corpóreo.
E quais são os biótipos corpóreos?
Atualmente, não usamos mais a classificação pura de um biótipo corpóreo, como já mencionado anteriormente. Porém, existem três grandes grupos “padrões” e mais conhecidos entre a maioria das pessoas. São eles:
– Ectomorfos: Os ectomorfos geralmente são pessoas que, fisicamente possuem corpos magros cumpridos e possuem pouca musculatura esquelética, bem como baixo percentual de gordura corpórea. Metabolicamente, estes indivíduos tem uma característica muito acelerada e conseguem consumir altos níveis de energia mesmo em estados de repouso, especialmente para suprir as demandas de seus corpos que, geralmente são grandes.
Com essas características, podemos dizer que os ectomorfos são indivíduos quase sempre de aparência magra, mas, isso não quer dizer que eles necessariamente tenham percentual de gordura corpórea: Não é incomum vermos indivíduos com sua aparência fina, mas, com a relação massa muscular X gordura, propensa para maior quantidade de massa gorda.
Os ectomorfos necessita de uma alimentação mais frequente e densa e, para isso, muitas vezes são necessários suplementos hipercalóricos e/ou outros complementos, pois, sua capacidade gástrica não é muito grande. Da mesma forma, os treinamentos (que devem girar em torno de 3 ou 4 na semana) devem ser relativamente breves e árduos, com um período de descanso maior que nos outros casos.
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– Mesomorfos: O segundo biótipo é o dos Mesomorfos, indivíduos estes com grandes ossos, mas ossos largos e com uma estrutura muito propensa ao ganho de massa muscular. Ao mesmo tempo que possuem relativa altura, também possuem boa densidade e largura óssea. Seu metabolismo não é rápido como o de um ectomorfo, mas, não é lento, sendo muito propenso ao desenvolvimento de massa muscular. Além disso a própria estrutura óssea dos Mesomorfos é proporcional, diferente do que ocorre no primeiro caso com os ectomorfos.
Indivíduos mesomorfos tem um metabolismo muito bom para a queima de gordura também, mas, obviamente, excessos podem ser prejudiciais ao seu físico. No que tange o treinamento, eles tem de ser em torno de 5 na semana, podendo em alguns casos a frequência ser menor e com a mesma intensidade alta que no primeiro caso.
Sua dieta não precisa ser tão restrita, mas não pode ser tão liberal quanto a de um ectomorfo. Prefere-se o uso de carboidratos complexos em níveis médios e sempre de boas proteínas e lipídios, que também se mostram indispensáveis ao corpo.
Costuma-se dizer que este é o melhor biótipo corpóreo para o aumento de massa muscular e para o desenvolvimento de um bom físico. Porém, é possível que este não tenha um bom desenvolvimento caso não haja boa dedicação. Apesar da genética privilegiada, trabalho duro vai além dela.
CONHEÇA MAIS DETALHES >>> Sobre os Mesomorfos!
Endomorfos: Talvez esse seja o principal biótipo entre as mulheres, especialmente nos termos metabólicos, isso porque, endomorfos não possuem ossos tão grandes em comprimento, mas sim, em largura. Além disso, possuem cintura larga e pernas densas.
Com maior chance de acúmulo de gordura corpórea devido ao metabolismo mais lento do que nos outros casos, esses são indivíduos que devem ter uma dieta mais controlada, mesmo no caso de offseason, pois se não engordarão muito. Os níveis de carboidratos devem sr um pouco mais moderados e prefere-se sempre os complexos.
Os treinamentos podem ser um pouco ais longos e com uma frequência média de 5-6 vezes na semana. Além disso, preventivamente, é indicado a realização de exercícios cardiovasculares com um pouco mais de frequência, com cerca de 20-60 minutos em 3-5 vezes na semana, mesmo na fase de offseason. Não é necessário grande intensidade nos aeróbios e eles devem ser realizados ou com pelo menos 6h de distância do treino ou nos dias sem treino, se nenhuma dessas opções for muito viável devido a trabalhos ou outros compromissos quaisquer, pode ser interessante o uso de aeróbios pós-treino, mas jamais antes do treino.
Não se sabe ao certo, mas, muito provavelmente um endomorfo possui a baixa capacidade de queimar gordura corpórea e a alta capacidade armazená-la devido a fatores hormonais os quais podem estar associados com a insulina, a testosterona e hormônios da tireóide.
CONHEÇA MAIS DETALHES >>> Sobre os Endomorfos!
Todos nós temos, necessariamente, apenas um biótipo corpóreo?
Não, definitivamente, não!
É muito difícil encontrar alguém que seja puramente um endomorfo, um mesomorfo ou um ectomorfo. Normalmente, o que é mais comum de se observar são indivíduos (tanto homens quanto mulheres) com uma mescla de um ou mais biótipo corpóreo. Por exemplo, pode haver um indivíduo que tenha estrutura física (óssea) de um ectomorfo (alto, cumprido e etc), mas com alta quantidade de gordura corpórea (o que, hipoteticamente, demonstraria um metabolismo de endomorfo). Da mesma forma, não é incomum vermos pessoas com estruturas de endomorfos, mas um metabolismo bom, como de um mesomorfo e assim por diante. Temos de separar os quesitos físicos dos metabólicos.
Ao certo, não é possível afirmar com toda precisão, mas hábitos podem modificar biótipos corpóreos, principalmente no quesito metabólico. Por exemplo, um individuo ectomorfo, que possua bons hábitos alimentares, macro e micronutrientes, disciplina de treino, descanso e etc, é possível que essa pessoa consiga um volume muscular. Assim como um endomorfo, pode conseguir um corpo mais magro, mais definido e fino, com manipulações em seus hábitos.
Os hábitos de vida e a forma como o indivíduo leva seu dia a dia são cruciais para definir como será sua aparência física e como seu metabolismo irá se comportar. O uso de fármacos e outros itens relacionados com drogas também podem alterar tanto características fenótipas quanto genótipas. Sendo assim, este também é outro fator que tem de ser considerado.
Conclusão
Conhecer os três principais, e bem diferentes, biótipos corpóreos é essencial para termos certo parâmetro de como agir em cada caso com protocolos mais adequados.
Entretanto, é fundamental saber que nenhum individuo possui apenas de um biótipo corpóreo (com raríssimas exceções) e, ao mesmo tempo, é fundamental conhecermos as necessidades individuais de cada qual a fim de protocolar os melhores meios de adquirir um resultado pretendido.
Portanto, tenha a ciência em sua mão, mas não seja cético ao ponto de desconsiderar a individualidade biológica.
Bons treinos!