Condições de higiene dentro e fora das academias

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Neste exato instante, estou voltando de uma feira. Esta feira está localizada em um dos bairros mais nobres de São Paulo. Isso já é bem notado ao preço: Um saquinho de 30g de mostarda em grãos e pimenta, uma macinho de salsa e 1kg e meio de batata doce e um pé de alface levaram-me a bagatela de R$30,00. Mas, não é dos preços que quero falar.

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Quando começamos a estudar mais a fundo alguma ciência, nos tornamos extremamente críticos em alguns pontos. Por um lado, isso é bom, pois, saber e conhecimento científico nunca são demais. Mas, por outros, é péssimo observar coisas, ter de ficar quieto e, muitas vezes ainda concordar com aquilo tudo. E é justamente a respeito de higiene que quero tratar com vocês.

Você deve ter pensado: “Mas que diabos higiene tem haver com musculação? Quero conhecer treinos, melhores métodos de dieta! Higiene eu aprendo em casa!” – Sim, você em partes tem razão: Aprende-se em casa, mas muitas vezes, da forma inadequada. Além disso, musculação tem totalmente haver com higiene. Aliás, a vida tem.

Imagine uma virose, uma intoxicação alimentar ou qualquer sintoma patológico do gênero que te impossibilite de treinar e comer bem. Aliado a isso, temos um aumento do gasto energético, desidratação por uma diarreia e ali estão os quilos conquistados naquela semana JOGADOS NA LATA DO LIXO (ou na privada, como prefira)! Mas isso pode ainda ser mais agravante: Imagine uma bactéria que pode te causar cegueira, ou hemorragias intestinais ou uma lista enorme de sintomas… Então, podemos ver sim que as condições sanitárias estão diretamente associadas aos bons ganhos dentro da musculação.

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Pois bem, caminhando na feira, a gente percebe milhões de aspectos condenantes. Alguns deles podem ser tidos como: Exposição inadequada de alimentos, alta atividade de água, péssimas condições de higiene pessoal de alguns vendedores (unhas sujas, roupa suja etc), utilização de madeira em contato com o alimento, manipulação dos produtos por parte dos clientes (não se sabe a procedência de cada mão), condições péssimas de armazenamento etc etc etc… Isso porque, lembrando, eu estava em uma feira CARA DE UM BAIRRO NOBRE de SÃO PAULO.

Agora imaginem essas condições em bairros mais humildes. Esses são fatores limitantes para condenar quase todas as feiras, o que basicamente é impossível. Todavia, quando chegamos em casa, a providência é lavar e higienizar os alimentos de maneira adequada seguindo os específicos padrões para cada um. Mas isso, certamente não é totalmente eficaz, na medida em que algumas esporulações de microorganismos podem não ser totalmente eliminadas. Mas, infelizmente é o “melhor” a ser feito…

Da mesma forma, as condições higiênicas e sanitárias podem interferir diretamente nos estabelecimentos fornecedores de alimentação pronta (ou até mesmo in natura), nas nossas próprias condições de armazenamento, preparo e ingestão dos alimentos e em basicamente todos os lugares.

Aliás, a primeira coisa que me veio em mente foi: “Tudo bem, a ANVISA é um órgão sério e tem feito muitas melhorias nas condições de higiene do país, mas, ao invés de ficarem no pé dos atletas e das empresas de suplementos com regras do tipo – colocar que o consumo de creatina acima de 3g diários é prejudicial à saúde -, porque não começam a caçar essas feiras e punir adequadamente muitos desses vendedores que por falta de conhecimento (juntamente com a ignorância da população) podem fazer com que esses mesmos ignorantes sejam acometidos a doenças que podem levar a morte?” – E sim, uma intoxicação, um botulismo ou algo do tipo, pode tranquilamente levar uma pessoa, principalmente se ela estiver em condições limitadas e debilitadas, ao óbito! – Isso é mais grave do que imaginamos, meus caros! Muitas vezes não nos atentamos ou não damos atenção a esses detalhes e acabamos por nos meter em uma grande enrascada sanitária!

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Mas, a musculação ou o trabalho de construção corpórea não se deve unicamente a alimentação. Para isso, normalmente vamos ao ginásio, realizar o trabalho com pesos e lá, moram alguns outros problemas.

Obviamente, sempre fui fã de academias hardcore. Mas uma academia hardcore não precisa ser confundida com um chiqueiro, não é mesmo? É claro que é praticamente impossível manter condições de esterilização em uma academia, visto que várias pessoas diariamente passam por lá, visto que há suor nos aparelhos e tudo mais… E convenhamos que nem gosto dá, treinar naquelas academias com álcool do lado para higienizar cada aparelho após o uso. O fato é que apesar da “sujeira inevitável”, não é conveniente realizar porquices do tipo limpar secreções nasais nos aparelhos, cuspir no chão propositalmente, jogar lixo no chão etc. Provavelmente você não faz isso em sua casa, então, o que te leva crer que fazer isso em um ambiente público é correto?

Conclusão:

São princípios básicos fundamentais que fazem toda a diferença no que se diz respeito a higiene. Obviamente, alguns conceitos são desconhecidos pela maioria das pessoas (como métodos de higienização, armazenamento, preparação de alimentos, tanto quanto a temperatura que eles devem ser submetidos etc), mas os conhecidos devem ao menos ser seguidos.

Além disso, a higiene pessoal é fundamental. Noções básicas como antes de fazer seu shake, que tal lavar as mãos, ou até mesmo, que tal evitar o contato das mãos com a boca durante o treinamento? Estes são pequenos detalhes que parecem frescura, mas na prática fazem toda a diferença. Não negligencie esses fatores que podem comprometer direta ou indiretamente os seus ganhos na musculação!

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