Nós sabemos que para que haja um crescimento de massa muscular é necessário que haja também um aumento da síntese proteica, síntese essa tão importante para a vida humana. É através da síntese proteica a qual a maioria dos tecidos e compostos do corpo conseguem ser também sintetizados. Assim, em uma relação intimamente ligada com estes, a síntese proteica é também indispensável às células musculares e em quantidades relativamente altas, uma vez a mesma possuir em sua maior composição justamente as proteínas. Ao praticante de musculação, isso tem sido de grande relevância e relevância essa que vem aumentando ano a ano de pesquisa, trazendo assim ganhos cada vez maiores e melhores.
Agora que aprendemos que picos de insulina não aumentam a síntese proteica, vamos lhe passar algumas dicas simples que podem ser implementadas facilmente em sua rotina para que você possa conseguir aumentar a síntese proteica de forma natual. Muitas pessoas acham que apenas a ingestão de proteína é o suficiente, mas a verdade é que as proteínas são sim super importantes para que esse aumento ocorra, mas alguns outros fatores podem proporcionar, junto a ingestão de proteínas, um aumento mais efetivo. Vamos então conhecê-los.
As proteínas são constituídas por aminoácidos ligados entre si as quais possibilitam executar diferentes funções e exercer diferentes papéis no corpo humano. Desta forma, é fundamental que obtenhamos o substrato para que isso possa acontecer, ou seja, que obtenhamos as proteínas em si. Entretanto, a síntese proteica possui limitações e parece ser inibida frente a inúmeros fatores como o jejum prolongado, a falta de consumo adequado proteico, a ausência de minerais na dieta, falta energética, disfunções hormonais e metabólicas em geral entre outros. Mas, será que apenas o fornecimento de proteína é suficiente para conseguirmos aumentar essa síntese tão importante? Será que não conseguiríamos otimizar todo esse processo anabólico utilizando alguns pequenos métodos e recursos? Assim, conheceremos alguns itens que podem auxiliar no aumento da síntese proteica e dentro de condições fisiológicas, as quais não necessitarão de recursos ergogênicos hormonais.
1- Consumo de potássio na dieta
O potássio é um mineral intimamente ligado com inúmeros fatores no metabolismo e na fisiologia humana. A exemplo, podemos citar a contração muscular, o controle hídrico do corpo e etc. Além disso, esse mineral tem sido observado também no balanço nitrogenado positivo do músculo, ou seja, teoricamente uma maior possibilidade de síntese proteica em tal. Alguns estudos mostraram que indivíduos em restrição extrema de carboidratos, os quais utilizavam apenas lipídios e proteínas na dieta, comparados com indivíduos com o mesmo protocolo dietético, porém suplementados de potássio, obtinham menor síntese proteica, menor balanço nitrogenado positivo e maior perda de massa muscular também. Inúmeros outros estudos mostram que o consumo de potássio pode aumentar os níveis de aminoácidos no músculo. E não é por acaso que grandes atletas do passado já faziam o uso suplementado do potássio em suas dietas, a nomes como Dorian Yates.
O potássio é um mineral excretado relativamente fácil, principalmente no praticante de atividades físicas, o qual costuma desprender muitos minerais pela sudorese. Portanto, é fundamental que possamos avaliar esses níveis em nosso corpo e não deixar que eles estejam baixo, porém também nada muito alto, visto que um excesso de potássio não é nada saudável. O ideal é levar em consideração as necessidades e estipular que o potássio esteja presente em sua dieta, para que você possa se favorecer de todos os seus benefícios.
Apesar da eficácia do potássio na síntese proteica e na manutenção de algumas funções corpóreas, vale lembrar que seu consumo pode ser EXTREMAMENTE TÓXICO e até mesmo levar à morte, sendo portanto, fundamental que não se faça abuso do mineral e nem se utilize sem os devidos protocolos previstos por um profissional qualificado.
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2- Refeições intercaladas de proteínas
A maioria das fontes nutricionais prega que devemos consumir proteínas em todas as refeições, a fim de satisfazer positivamente as necessidades corpóreas, bem como dar continuidade positiva ao turn over proteico e ao balanço nitrogenado positivo.Essa ingestão é recomendada, pois o corpo consome e utiliza proteínas o tempo todo, degradando-as. Assim, a ingestão de aminoácidos teoricamente contínua deveria atenuar esse processo.
Entretanto, não é o que tem sido observado em alguns estudos. Eles mostram que a continuidade em ingestão proteica, principalmente as que costumam elevar o aminograma rapidamente no corpo, podem inibir a síntese proteica, sendo portanto esses aminoácidos DESCARTADOS!
Assim, recomenda-se que um indivíduo passe a consumir proteínas intercaladamente entre as refeições ou de acordo com sensos estabelecidos frente as suas necessidades nutricionais individuais.
3- Evitar o consumo contínuo de whey protein
Sendo considerada uma das melhores fontes proteicas, whey protein tem se tornado sinônimo de ganho muscular e de boa utilização da proteína. E, verdade seja dita, ele possui SIM inúmeros aspectos benéficos, mas pode também representar uma faca de dois gumes sem que se quer percebamos.
O whey protein é uma excelente fonte proteica, de altíssimo valor biológico, alto PDCAA, alta digestibilidade e hoje é uma das proteínas mais puras que podemos encontrar. Apesar desses inúmeros benefícios, ele possui uma rápida digestão e os teores de aminoácidos sanguíneos são rapidamente aumentados, porém também rapidamente diminuídos em poucas horas. Esses picos protéicos podem interferir NEGATIVAMENTE na síntese protéica. Alguns estudos mostram que o catabolismo pós esse pico de aminoácidos tende a ser muito mais evidenciado do que quando consumimos proteínas as quais gradativamente são hidrolisadas e seus aminoácidos liberados na corrente sanguínea.
É comum vermos indivíduos dia-a-dia consumindo whey protein entre as refeições, antes de dormir e em momentos não convenientes. Portanto, procure consumi-lo primordialmente após o treinamento e em alguns casos antes do treinamento. Isso já será suficientemente bastante e suficiente.
4- Consumo adequado de lipídios
Os lipídios foram durante anos negligenciados pela falta de estudos. Entretanto, cada vez mais vem se associando a necessidade destes não tão somente no fornecimento de energia, no balanço nitrogenado positivo e outros fatores, mas na constituição de importantes hormônios que são capazes de estimular e aumentar a síntese proteica, como a testosterona (derivada do colesterol). Portanto, saber consumir lipídios adequadamente na dieta é fundamental para garantir uma síntese proteica otimizada e suficiente o bastante para promover os ganhos musculares.
Conclusão:
Frente aos dados observados, vemos que não somente dicas são importantes, mas alguns fatores os quais são considerados corretos e otimizados devem ser devidamente corrigidos a fim de proporcionar ganhos convenientes na otimização da síntese proteica, essa que é fundamental para apresentar bons resultados em praticamente todos os aspectos metabólicos, inclusive no aumento da massa muscular e em sua manutenção também.
Procure ler os artigos e fazer as mudanças em sua rotina. Faça testes, mesmo que não acredite que possa dar certo, faça testes e tire suas próprias conclusões. Só ler artigos não irá fazer você melhorar em busca do seu corpo ideal, leia e aplique na prática.
Bons treinos!