Hoje, o mercado de suplementos alimentares é um dos que mais cresce no mundo. E não é a toa: Influenciados por uma cultura extremamente moderna e, por hora, extremamente e implicitamente coercitiva, constantemente os indivíduos tem cada vez mais buscado objetivos estéticos específicos que possam atender essa exigência o mais cedo possível, da melhor maneira possível e, claro DA MANEIRA MAIS RÁPIDA POSSÍVEL. Diante a isso, essas finalidades estéticas muitas vezes requerem métodos que levam um certo tempo para que possam ter efetividade. Um belo exemplo, é a hipertrofia muscular que, para realmente e significativamente ter certa relevância nos meios estéticos, requer tempo, dedicação, métodos específicos e outros tantos fatores. Por conseguinte, em uma frenética globalização, muitas vezes não é possível esperar esse prazo necessário. Isso ainda, sem cogitar a hipótese da necessidade superando a força de vontade e a vontade em si.
Já que é assim, então, essa busca tem cada vez mais feito com que novas formas de alcançar um determinado objetivo passassem a ser criadas, efetivando o processo ou os processos necessários da maneira mais rápida possível. Assim, apesar da enorme gama de aplicabilidade que os suplementos tem, desde quadro de necessidades clínicas ou até o suprimento alimentar, onde o alimento em si não é viável até mesmo esses fins estéticos mais banais.
Com todo esse crescimento e com toda essa explosão de sucesso, o marketing em cima de produtos e mais produtos que são lançados praticamente toda semana, aliado ao que já existe, de efetivo ou não, no mercado de suplementos alimentares tornou-se e vem se tornando um grande carro chefe para esse sucesso. Bilhões de faturamento e mais milhões de investimento. Tudo isso faz com que essa roda gigante, esse ciclo não parem quase nunca, ou, nunca.
Porém, o grau de aplicabilidade de muitos desses produtos é, não só inviável, mas também, uma grande perda de tempo, um grande efeito placebo e, em tempo, em todas as vezes basicamente uma perda de fins monetários também. Saber em quais suplementos NÃO deveríamos perder tempo investindo, pode ser tão conveniente quanto saber em quais suplementos podemos ou devemos optar.
Vamos então conhecer 5 suplementos destes que considero uma boa perda de tempo e de dinheiro investido:
Indice / Sumário
1 – Colágeno

O colágeno, basicamente é uma proteína estrutural que também é presente em nosso corpo, composta basicamente pelos aminoácidos glicina, lisina, prolina (que se derivam em hidroxiprolina e hidroxilisina através de co-fatores tais quais a vitamina C).
Por ser uma proteína de caráter estrutural, o colágeno é fundamental quando o assunto é, por exemplo, a manutenção de diversos tecidos dessa natureza no corpo: Articulações, pele etc. Por conseguinte, fica bastante fácil entender porque tantas pessoas buscam a manutenção com esse aminoácido em sua dieta com a finalidade de diminuir, por exemplo, a flacidez da pele ou aumentar sua durabilidade.
Entretanto, o corpo humano não é capaz de absorver proteínas, ou seja, é necessário que haja digestão das mesmas, transformando-as em d-/tri-peptídeos e aminoácidos livres para, no enterócito serem absorvidos (no caso dos aminoácidos livres) e para que caiam na corrente sanguínea, ou, sofram algumas úlimas hidrólises ainda lá dentro do enterócito (no caso dos peptídeos) para então, serem transformados em aminoácidos livres, possibilitando então, que possam cair na corrente sanguínea.
2 – Cápsulas de guaraná

Ao menos que você seja extremamente sensível a estimulantes, essas cápsulas de compostos a base de guaraná são uma das maiores pilantragens que já foram criadas no ramo dos recursos ergogênicos.
Convenhamos que, assim como outros extratos naturais, o guaraná possui sim suas propriedades estimulantes. Entretanto, esse poder é tão mínimo, que o considero totalmente dispensável. Entretanto, vale lembrar que, não é pelo fato de não ser muito processado que estou criticando o mesmo.
Também utilizadas pelos indivíduos da terceira idade, esses recursos são normalmente presentes em farmácias (visto que, dificilmente eles serão encontrados em boas lojas de suplementos alimentares) ou nas famosas “casas de produtos naturais” e custam um valor relativamente alto perto ao seu benefício. Para se ter simples noção, não lembro de ter visto uma porção dessas cápsulas que fornecesse mais do que 60mg de cafeína. E isso, em 4-5 cápsulas (que era o que prezava a porção do produto). Uma xícara de café, por conseguinte, possui cerca de 50mg de cafeína. Assim, custando cerca de 30-40 reais em torno de 30 cápsulas, você realmente acha válido a utilização destes?
3 – Hipercalóricos com menos de 1:3 de concentração protéica
Quando buscamos um hipercalórico, certamente a confusão já está armada! Isso porque, qualquer pessoa um pouco menos desentendida no ramo da suplementação alimentar, percebe que apesar da variedade de produtos que temos, poucos deles podem realmente ser considerados interessantes para o uso relacionado ao ganho de massa muscular. Além disso, muitos desses produtos realmente interessantes, possuem um valor alto e, ainda, costumam não ter uma durabilidade longa.
Quando me refiro ao termo em questão “concentração de 1:3”, me refiro às concentrações protéicas em relação aos carboidratos. Por exemplo, um produto com 90g de carboidratos na porção, que possua 30g de proteínas na mesma. Assim, mesmo que, na realidade os suplementos hipercalóricos ou, também conhecidos como compensadores energéticos, possuam a função de aumentar a ingestão calórica de dado indivíduo, esta ingestão deve ser relativamente equilibrada nos macronutrientes e não simplesmente fornecendo calorias.
Como dito, o platô na hora de encontrar um bom suplemento hipercalórico e, com preço relativamente acessível, diga-se de passagem, é uma grande verdade: Se pararmos para observar, a maioria dos produtos possui uma concentração absurda de carboidratos simples ou de facílima digestão e de baixa qualidade como a frutose e a dextrose. Além disso, o que não seria necessariamente o mais preocupante da situação é ver que esses produtos também não apresentam benefícios extras, ou seja, uma concentração mínima ou insignificante de proteínas (e proteínas de baixíssima qualidade, como as do extrato de soja) e alguma meia-dúzia de corantes. Mesmo um indivíduo ectomorfo de difícil ganho de peso, não necessita desse monte de “açúcares” e tampouco deve consumi-los (eles também podem desenvolver problemas de resistência à insulina, aumentar a gordura corpórea etc). Ele também precisa de boas doses proteicas e, claro, de lipídios para um bom desenvolvimento.
Se compararmos alguns destes com produtos de qualidade um pouco melhor, veremos a diferença que há: Teores de proteínas, em primeiro lugar, de adição de lipídios dos mais diversos (MCTs, óleos essenciais, ômegas etc), assim, por conseguinte, a interferência que acontecerá nos resultados é nítida. Infelizmente, alguns ainda insistem na besteira da utilização destes suplementos ruins simplesmente pela presença de um rótulo bonito, preços baixos ou simplesmente porque ainda acreditam que o simples fato de “ser suplemento” já é suficiente para ajudar no crescimento muscular, desconsiderando que suplemento serve para determinada compensação, de acordo com as necessidades individuais do indivíduo.
Basicamente, trocando em miúdos, o que estamos levando são repositores energéticos em uma embalagem mais bonita, com sabores diferentes dos encontrados nos saquinhos de maltodextrina ou dextrose, um rótulo bonito por preços relativamente mais altos. Um simples pacote de maltodextrina gira em torno de R$10-15,00 e um mesmo pote de hipercalórico de baixa qualidade mas, com um rótulo de promessas custa em torno de R$40-60,00. Assim, pagar pelo rótulo não deve ser algo muito interessante, não é mesmo?
4 – Óleo de côco em cápsulas

Seca barriga, constrói massa muscular, melhora as funções lipídicas do corpo, fornece energia sem estimular a insulina, não favorecendo ao acúmulo de gordura corpórea, é termogênico… São tantos os benefícios que a mídia tem citado ao óleo de côco, que fica mesmo difícil acreditar em tudo se não optarmos pelo embasamento científico e, claro, em alguns casos prático também… Entretanto, não quero discutir sobre sua efetividade ou tampouco sobre suas funções, mas, a forma de seu consumo:
Os chamados MCTs, ou como uma das mais conhecidas fontes, o óleo de côco, são ácidos graxos saturados de cadeia média. Isso os faz interessante em diversos pontos para diversos objetivos, desde o ganho de massa muscular, até mesmo para a redução do percentual de gordura, como algumas pesquisas já vem demonstrando.
Porém, um dos maiores erros ao meu ver no consumo destes, é optar pela forma em cápsulas. Absurdamente caras, essas cápsulas não possuem boas dosagens de óleo de côco, ou se quer, dosagens suficientemente capazes de promover os benefícios do mesmo (normalmente cada cápsula possui a dosagem de 1g, apenas).
Muitas pessoas desconhecem o óleo de côco em sua forma líquida, ou, dependendo da temperatura, em sua forma sólida, como uma espécie de manteiga. A grosso modo, as cápsulas até podem parecer práticas, mas, comparando com a forma líquida, levam uma desvantagem MUITO significativa. Portanto, se você realmente quer poupar seu bolso, não opte pelas cápsulas.
5 – Vitamina E

Incrivelmente, sim, estou falando da bastante utilizada a anos por fisiculturistas, vitamina E. Se você levou um susto, provavelmente é porque não tem observado ainda as últimas pesquisas referentes ao uso de vitamina E.
Durante anos, a Vitamina E foi utilizada por seu grande poder antioxidante, assim como a vitamina C. Apesar de isso ser uma grande verdade, devemos ter certo cuidado ao dizer que, por possuir benefícios, sua suplementação seja realmente necessária e, principalmente dizer que sua suplementação seja para qualquer um. Obviamente, existem indivíduos que necessitam de suplementação de Vitaminas antioxidantes, mas, digamos que a maioria dos indivíduos que a fazem NÃO necessitam. Assim, como você deve imaginar, se estes suplementam, então, um excesso ocorrerá. E isso não seria sério problema se, pesquisas recentes não apresentassem resultados totalmente negativos.
O primeiro deles é referente a necessidade de oxidação do músculo para que haja, efetivamente, o crescimento muscular. Ao contrário do que imaginamos, se não obtemos essa oxidação, então, não haverá um estímulo totalmente eficaz para nosso objetivo.
O segundo deles e, talvez mais relevante e importante para quaisquer indivíduos sadios é que a suplementação com antioxidantes está associada a resistências periféricas à insulina o que, por conseguinte, pode fazer com que haja aumento no acúmulo de gordura, consequentemente um aumento nos teores lipídicos do corpo, ocasionando então dislipidemias e, essas adiante, problemas cardiovasculares, elevação nos níveis séricos de colesterol e assim por diante. E, se você acha que estou falando da suplementação com doses altas de vitamina E, por exemplo, ficará chocado ao saber que, essas doses não são tão altas: 400UI já estão nessa lista.
Além disso, doenças degenerativas e outras muitas desordens estão associadas com o excesso no consumo de Vitamina E, seja via suplementação ou, até mesmo pela alimentação. Doenças essas tais quais: Alzheimer, falência renal, indução à morte celular em 4% mais (devido, principalmente a inibição da produção de esfingolipídeos, que são moléculas lipídios conjulgados presentes e constituintes das membranas celulares), doenças coronarianas, aumento da pressão arterial, problemas sanguíneos (principalmente se inteirada com medicamentos como a aspirina) etc.
Portanto, não saia suplementando sem a devida orientação. Como você pode bem perceber, os malefícios podem, muitas vezes, superar os benefícios presentes em um determinado suplemento alimentar.
Conclusão:
A suplementação é algo que pode ser considerado bastante útil não tão somente na vida e na rotina de atletas, facilitando o consumo alimentar e/ou favorecendo a ergogênese. Para não atletas, entretanto, ela também pode ser eficiente, desde que bem aplicada.
Como saber se devo suplementar? Essa, apesar de uma dúvida simples, ainda é um fator bastante negligenciado. Isso porque, para saber suais reais necessidades de suplementação ou, até mesmo para saber se há necessidade de suplementação, faz-se necessário o aporte de um bom profissional que possa avaliar seu quadro em um geral e, principalmente definir as melhore vias para tal.
Bons treinos!
*Fotos meramente ilustrativas.
Artigo escrito com base nas opiniões de
Marcelo
Fiquei bastante pensativo com o que escreveu sobre a vitamina E, pois embora eu nao faça a suplementação, a minha alimentação fornece sim muitas vezes quantidades elevadas e alguns efeitos colaterais possam ser relacionados a isso. A grande verdade é que cada nutriente tem uma faixa ideal de efetividade e se o consumo estiver abaixo ou acima dessa faixa teremos problemas !! mais ou menos brandos ou graves conforme o nutriente e tempo de uso !!!
Marcelo
Entendo o que disse sobre o Colageno!!! e com certeza o custo das capsulas é muito elevado, mas eu tenho um fornecedor e compro colageno puro da melhor qualidade a R$ 32,oo o kg !!!, tambem a Glutamina a R$ 120,oo o Kg !!!, e o guarana a R$ 25,80 o kg !!!, mas realmente o Marketing e as embalagens muitas vezes elevam os preços em mais de 20 vezes o valor da materia prima original !!! , é o caso da Spirulina que eu pago a R$ 53,oo o kg e encapsulado custa mais de 20 vezes issso !!!
O óleo de coco em cápsulas vc não recomenda. E com óleo na forma líquida, vc acha que pode haver bons resultados?
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Na forma de cápsula o problema é que a quantidade é ridiculamente pequena, para ser algo que tenha efeito você terá que usar por exemplo, 1 pote a cada 2~3 dias (ISSO FOI UM EXEMPLO). Já em líquido e sólido, sim, ai pode até valer a pena, irá depender de suas necessidades.
Muito bom!!
, como você recomenda o uso do chá verde? O excesso pode ser prejudicial à hipertrofia devido aos antioxidantes?
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6-8 xícaras ao dia é o recomendado. Sim, pode.
Olá, excelente texto.
Depois da reflexão do texto sobre o uso da vitamina E, fiquei pensando se é desnecessário também a suplementação do complexo B. O que tem a dizer?
Abraços
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Só em casos, normalmente relacionados a patogenias.
Ótimo artigo.
Esse erro do óleo de coco em cápusulas eu estava cometendo, valeu a dica.
Já da vitamina E fiquei realmente surpreso pq sempre vi em TPC (para quem a faz) a utilização por dia de 1000 ui.
Valeu e tamo junto
Olá Marcelo
Tenho 49 anos e treino há 10 anos, porém há uns 3 anos comecei a consumir colageno hidrolisado em pó , pensando em prevenir e combater a flacidez da pele. Vc acha q este tipo de suplementação na minha idade não está correta? Ela ajuda no me objetivo? O q faço é perda de dinheiro e tempo??
Existe outra maneira p me prevenir?
Obrigada
Esther
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Incorreta, pois, mesmo que hidrolisado (o que significa os AAs livres do colágeno para ingerir), o colágeno será sintetizado de acordo com o nosso DNA, logo, qualquer proteína pode se tornar colágeno e, o mesmo, por possuir baixo valor biológico quando ingerido, pouco será aproveitado pelo corpo e, não resultará necessariamente em síntese ou aumento ao estímulo de síntese de colágeno. POrtanto, ele é ineficaz.
Melhor que consuma proteínas completas de alto valor biológico e vitamina C que, é um co-fator fundamental na síntese endógena de colágeno.
http://www.facebook.com/marcelo.sendon
Boa tarde, ótimo artigo, mas tenho uma dúvida, eu tomo o guaraná em PÓ, o preço é muito baixo e dura bastante, mas eu gostaria de saber se você recomendaria o mesmo, ou se seria melhor parar?
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Tem de analisar a sua necessidade diária, objetivo e a concentração X o valor. No caso de cápsulas, é um absurdo. Para se ter algum efeito realmente bom, tem quase que comprar 1 pote a cada 3 dias. Em pó, talvez a concentração seja maior. Só analisando o custo X benefício mesmo.
Eu tomo um suplemento que é a base de proteína de soja, colágeno, omega 3 e 6 em pó misturado com água. É desperdício?
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Depende do custo x benefício. O que queremos mostrar no artigo é que geralmente a concentração vendida, tem de ser usada um pote a cada 3 dias, para que se possa chega a uma quantidade razoável do nutriente. Desperdício será isso, pois o preço não vale a o custo.