Quando passamos a ter uma dieta, com alimentos mais regrados, busca por bons alimentos e nutrientes, passamos a nos restringir muito ao que comemos e com esta restrição, deixamos de perceber alguns “problemas” que esses próprios alimentos podem ter e vir a nos causar, com sua ingestão demasiada. Por isso sempre digo que é importante conhecer os dois lados dos alimentos, o que ele traz de benefícios e o que pode ser prejudicial, pois lembre-se, nada tem 100% de benefícios.
Apesar da natureza proporcionar essa enorme variedade alimentar, o homem, frente a sua interação com o meio passou a modificar as formas de produções naturais, fazendo com que muitos aspectos se modificassem. Muito mais do que isso, a forma de manipulação do alimento obtido passou a ser algo de necessária observação e atenção. E isso se deve ao fato de que, com alguns “truques”, a ludibriação ao consumidor tem sido cada vez maior e mais evidente, a fim de objetivar a necessidade capitalista, lucros e benefícios cada vez maiores, colocando muitas vezes em risco a integridade financeira, física e psicológica do consumidor.
Dentro do bodybuilding, pela necessidade de uma alimentação tão específica, ter certeza do que se está comendo e do que aquilo influenciará em seu corpo, é fundamental para obter uma boa dieta que possa atender nossas necessidades individuais e nossos objetivos, além do mais importante que é preservar a saúde.
Por isso, neste artigo, vamos conhecer alguns alimentos muito consumidos por nós, praticantes de musculação, e que apesar de ter seu lado benéfico, podem ter malefícios também. É importante conhecer os lados da moeda, para não ter surpresas futuras.
1- Carne maquiada
Recentemente foram publicados alguns vídeos do que foi chamado de “carne maquiada”, ou seja, um tipo de carne vendido com um aparência, mas que apresentada aspectos totalmente diferentes. Basicamente, a carne aparente em uma bandeja, estava limpa, sem capas evidentes e aparentes de gordura, com uma boa coloração e apetitosamente demonstrando o real ventre limpo da carne. O preço, obviamente, pela qualidade da carne, era um pouco maior do que dos cortes em geral.

Porém, ao abrir a embalagem, percebe-se que, da mesma forma que a beleza da parte superior era existente, a má qualidade da parte inferior e não vista com a embalagem também era presente. Pedaços e mais pedaços de gordura, um ventre totalmente envolvido em sebo e até mesmo algumas partes com coloração escura.
Obviamente, a fim de ludibriar o consumidor, os embaladores colocavam as partes boas da carne por cima, e por baixo deixavam todo o resto dela, fazendo o consumidor pagar por algo inadequado e que não atende suas necessidades.
Portanto, sempre avalie as carnes por completo. Peça cortes na hora e evite pedaços prontos de carnes, em especial de porco, as quais são as mais afetadas por esse “truque”. Fuja ainda de algumas carnes embaladas à vácuo. Normalmente elas não são possíveis de total visão.
2- Iogurtes naturais
Os iogurtes naturais são ótimos alimentos, em especial os integrais, por incrível que pareça. Contanto com proteínas de alto valor biológico, bem como bom teor de cálcio, zinco e outros minerais, o iogurte é um alimento que, se bem equilibrado na dieta, pode proporcionar inúmeros benefícios na musculação e, de quebra, na saúde também.

Entretanto, muitos iogurtes “aparentemente naturais e sem adição de açúcar”, trazem consigo alguns “escondidos” malefícios, presentes apenas para os mais cuidadosos em avaliar as tabelas nutricionais e composição dos alimentos. Alguns desses produtos, apresentam junto ao leite, amido de milho, amido de milho modificado e outros carboidratos para melhorar a consistência do produto, bem como para fazer redê-lo mais na indústria e, portanto, baratear a produção do produto. É crucial buscar apenas os produtos a base de lácteos, desconsiderar aqueles que tem frutas, mel ou outros aditivos de sabor e preconizar os que tem enriquecimento de cálcio e/ou outras vitaminas. Obviamente, desconsidere POR COMPLETO, alimentos que possuam amidos e outros carboidratos em sua fórmula.
3- Queijos “brancos”
Verdade que queijos também podem se bons alimentos na dieta. Bom teor de cálcio gorduras, proteínas de alto valor biológico (em especial queijos como o Cottage ou o Tipo Cottage) etc. Porém, muitos tem em mente que os queijos gordos são os amarelos e os queijos magros os brancos, algo que é totalmente errôneo.

Primeiramente, avaliemos os queijos processados brancos, como o requeijão em pasta. Este possui, em média 6-7g de lipídios na porção de 30g, com apenas 2-4g de proteínas na mesma porção. O queijo minas, por exemplo, também branco, apresente 6-7g de lipídios em 30g e cerca de 4-5g de proteínas na mesma porção. Mesmo a ricota, mais magra, possui 4g de lipídios para 4g de proteínas na porção de 30g.
Por outro lado, um queijo condenado por ser amarelo, como o tipo muçarela, possui 6g de lipídios e 6-8g de proteínas na porção de 30g. Incrível? Vejamos ainda o parmesão com 7g de lipídios, mas 11g de proteínas em 30g.
Portanto, não tenha em via de regra que queijos brancos são mais saudáveis ou menos calóricos (ou interessantes na dieta, visto que calorias não necessariamente indicam a qualidade do produto) do que queijos amarelos. Avalie as tabelas nutricionais e veja quais ou qual tipo de queijo (s) de adapta (m) em sua dieta e às suas necessidades.
4- Alimentos orgânicos
Os alimentos orgânicos realmente tem recebido muita ênfase na indústria, na mídia e entre os consumidores também. Cada vez mais consumidos e também produzidos, é irrefutável a fiscalização e, principalmente as regras que gerem a produção desses alimentos.
Com excelente qualidade, livre de agrotóxicos e seguindo padrões ecologicamente corretos, esses alimentos possuem ótimo sabor e, principalmente ótimas propriedades nutricionais.

Entretanto, devemos saber diferenciar os alimentos orgânicos dos que possuem INGREDIENTES orgânicos. Isto é, alguns alimentos são “orgânicos” em alguns pontos de sua formulação, mas, apesar de “conhecidos” como orgânicos não podem, propriamente ditos, receberem essa designação de orgânicos.
Bons exemplos desses seguimentos, são, por exemplo, alguns pães e bolos. Suas misturas, muitas vezes levam, por exemplo, 50% de farinha orgânica, mais dois ou três ingredientes orgânicos e o restante nada mais é do que o convencional. Então, se você realmente está buscando uma alimentação de fato orgânica, atente-se a esses detalhes.
5- Alimentos “zero”
O que você entende por alimentos “zero”? Um alimento zero calorias? Um alimento zero açúcar ou um outro nutriente qualquer? Um alimento Zero conservantes? Um alimento zero gorduras? Um alimento zero gorduras trans? Afinal, o que são esses tais alimentos “zero”? Essa é, na verdade, uma pergunta que todos se fazem e que não possui resposta. Um alimento zero pode ser designado de várias formas, isso é, todas as citações anteriores estão corretas. Tudo aquilo, de fato, pode ser um alimento Zero.

Entretanto, nem todos aqueles alimentos, apesar de serem “zero” servem para quaisquer indivíduos. Isso porque, deveríamos saber quais são os objetivos da pessoa frente a procura desse “zero”. Por exemplo, um diabético deveria procurar um alimento “zero” sacarose (e alguns outros açúcares e carboidratos específicos também). Um hipertenso, deveria procurar alimentos “zero adição de sódio”. Uma pessoa que estivesse reduzindo o valor energético de sua dieta, um alimento “zero calorias” (como alguns refrigerantes, caso o consumo fosse ser feito) ou mesmo “zero gorduras” e “zero adição de açúcares”. Isso, provavelmente diminuiria as calorias da porção do alimento.
Uma pessoa que estivesse buscando melhoras em seu sistema cardiovascular, deveria procurar alimentos “zero gorduras trans” … Então, percebem que o conceito de “zero” pode ser muito mais amplo de abranger bem mais pessoas do que nós imaginamos?
Então, a próxima vez que buscar um alimento Zero, procure perceber quais são seus fundamentos e se eles se adaptam a suas buscas.
6- Peixes em geral
Peixes são ótimos alimentos quaisquer pessoas, bem como para praticantes de musculação, é claro! Ricos em ácidos graxos essenciais, como o ômega-3 em alguns tipos de peixes (salmão, arenque, cavala etc), ricos em proteínas de altíssimo valor biológico, ricos em minerais como fósforo, zinco, magnésio e vitaminas como as do complexo B, esses são ótimos alimentos fornecedores de benefícios.

Entretanto, devemos ter cuidados ao consumi-los, mas, principalmente ao compra-los. O primeiro passo na compra é escolher peixes que estejam sob refrigeração adequada (Até 2ºC), com pele firme (sem “dissolver”), bem como a carne firme, olhos sem estarem com colorações atípicas ou “esbugalhados”, escamas firmes entre outros princípios.
Quanto ao preparo, você deve entender que, a maioria dos lipídios desses alimentos estão, por exemplo, entre a pele e a carne. Assim, caso você queira peixes menos gordos retire essas camadas, mas, ainda atente-se ao tipo de peixe, pois, a gordura também pode estar entre as fibras da carne.
Atente-se também ao teor de sódio de peixes que é mais alto que o do frango e, muitas vezes da carne também. Peixes em conserva ou salgados como o bacalhau devem ser evitados, principalmente por pessoas hipertensas.
Conclusão
Existem muitos bons alimentos no mercado. Entretanto, muitos requerem cuidados específicos em seu consumo a fim de maximizar seus benefícios e diminuir seus riscos e/ou malefícios. É necessário ainda que saibamos como manipular e preparar esses alimentos bem como, conhecer seus princípios para vermos se estamos realmente consumindo o que buscamos naquele produto.
Fique sempre atento (a) a esses detalhes.
Bons treinos!