Conheça os farmacológicos, os aspectos e como regem

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A discussão sobre esteroides percorre anos. Dentro de diversos esportes, as substâncias conhecidas como milagrosas fizeram, fazem e com certeza farão parte de grandes polêmicas envolvendo a moralidade, a saúde, aspectos psicológicos e, obviamente as necessidades que cercam os indivíduos usuários de tal.

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Conheça alguns aspectos sobre os esteroides anabolizantes e reflita um pouco sobre algumas verdades ditas aqui no texto.

Mas até que ponto, o uso de esteroides pode ser considerado certo ou errado?

Primeiramente, vamos definir as palavras “esteroide”, “anabolizar” e “anabolizante”, para que possamos entender melhor o que é, de fato um esteroide anabolizante:

Esteroide

es.te.rói.de
adj m+f (esterol+óide) Quím 1 Relativo ou pertencente a um esterol. 2 Que se assemelha a um esterol, especialmente em sua estrutura química. sm Cada um de uma classe de compostos caracterizados por uma estrutura policíclica como a dos esteróis e que comumente incluem os próprios esteróis e a vitamina D, bem como muitos outros compostos que ocorrem na natureza (tais como os ácidos na bílis e vários hormônios e glicosidos).

Anabolismo

a.na.bo.lis.mo
sm (gr anabolé+ismo) Biol Parte do metabolismo em que predominam as sínteses e a formação das substâncias típicas do organismo a partir de substâncias mais simples, derivadas dos alimentos; metabolismo construtivo. Antôn: catabolismo.

Anabolizante

a.na.bo.li.zan.te
adj m+f (de anabolizar) Quím Diz-se da substância que, introduzida no organismo, melhora os processos de assimilação dos alimentos ingeridos. sm Essa substância. Antôn: catabolizante.

Fonte: Dicionário Michaelis.

Pois bem, esteroide anabolizante então, pode ser definido como uma substância sintética ou não, uma vez que alguns dos hormônios podem ser produzidos no corpo humano, que promove melhores sínteses metabólicas dentro do organismo. A princípio, o objetivo dos esteroides anabolizantes não passaria de um mero tratamento médico e/ou clínico para humanos com algum tipo de deficiência em algum desenvolvimento biológico, como má produção hormonal, anorexia, anemia e outros. Porém hoje, os esteroides no mundo esportivo, estão fazendo com que o desempenho estético, físico e fisiológico aumente de maneira muito superior ao comparado com um organismo notavelmente “limpo”.

Com essa definição, temos então a base para uma discussão que, a princípio, mostra o intuito dos usuários de EAs ao ingerirem, de maneira oral, injetável, dérmica ou outras formas tais substâncias.

Ser o melhor durante milhões de anos, ou pelo menos tentar ser, fez a evolução do homem durante os milhares de anos tornar-se mais conturbada e competitiva. Primeiramente, nos primórdios, pela busca à sobrevivência, alimento e defesa. Mais tarde, para defesa de seu próprio território, propriedade, cidade, nação… Até chegarmos em âmbitos competitivos não pela vida, mas pelo destaque diante de um grupo de indivíduos que o julgarão melhor ou pior ao seu semelhante.

Veja :  Os farmacológicos – Os aspectos que os regem - Pt1

Qual a real intensão dos esteroides?

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A real intensão dos esteroides anabolizantes usado em um mundo profissional voltado ao esporte é quando os intensificadores de performance em pouco tempo conseguiram invadir a raia de quaisquer esportes competitivos que envolvem o máximo desempenho atlético de um ser limitado.

Essa quebra de limites é cada vez mais duvidosa diante de seu custo e benefício durante toda uma vida que, necessariamente, pode ser atingida negativamente ou positivamente pelo uso indevido de esteroides anabolizantes.

Mas o foco da discussão não é o uso de EAs em esportes de alto nível, como o futebol americano, o baseball e, claro, o fisiculturismo. O real foco é lançado aos usuários de esteroides ou os futuros usuários de esteroides que não possuem quaisquer intenções de competição ou desempenho atlético profissional.

Veja, há uma enorme diferença entre um indivíduo que usa ergogênicos hormonais, pois competirá por 20 milhões de dólares dentro de um campeonato e um indivíduo que usa as mesmas substâncias para ficar um pouco mais bonito para o verão seguinte. São patamares diferentes e as medidas e pesos devem ser diferenciadas de maneira clara e precisa.

Um atleta não possui muito tempo de vida útil para mostrar seu talento e fazer sua carreira e, todos nós sabemos muito bem disso. Logo, é totalmente aceitável que, orientado por profissionais qualificados, ele busque melhorar sua performance seja lá como for, incluindo o uso de tais substâncias hormonais.

Claramente, seus hábitos alimentares e de treinamento, também não estarão voltados unicamente para a saúde, mas sim pelo seu objetivo. Obviamente, não deve-se deixar a saúde em último lugar e, dar o devido valor a uma vida com a melhor qualidade possível.

O uso do esteroide na adolescência também vem crescendo de maneira assustadora no mundo inteiro. Tanto porque, a mídia lançou grande pressão a estética padrão humana, forçando meninas a terem um biótipo nos quais muitas vezes elas não podem ter por questões genéticas e físicas e os meninos a terem um outro padrão, tido como perfeito. Se antes tínhamos bonecos de brinquedo com um biótipo “normal”, hoje temos bonecos com incríveis simetrias musculares grandes. E o mesmo não deixa de acontecer com brinquedos femininos.

Cada vez mais vemos bonecas vaidosas e assustadoramente seguidores do tal padrão imposto que, ao certo, ninguém sabe dizer o que é. Talvez, questão de época. Antes as gordinhas, agora as magrinhas… Antes os homens cheios e “saudáveis” e hoje os homens fortes e musculosos. De uma forma ou de outra, isto começa a interferir no inconsciente da criança. Mas além desse grave problema de influência, ainda temos as oportunidades lançadas aos jovens no mundo esportivo.

Veja :  Os farmacológicos – Os aspectos que os regem - Pt2

Se seu filho, aos 16 anos chegasse em você e dissesse que seu sonho tinha sido realizado e ele foi convidado para o maior tipo de juniores de futebol americano do EUA, ganhando milhões, mas que necessitaria de uma forcinha extra para conseguir sua posição no time, você o ajudaria ou o deixaria fazer as coisas sozinho? Na pior das hipóteses proibiria e deixaria que ele se rendesse a outros tipos de droga como o fumo, a bebida, a cocaína e as metanfetaminas?

É mais do que óbvio que nenhum pai quer que o filho se envolva com quaisquer tipos de drogas. Mas espere, ele leva o filho a rede de fast food, ensina o pequeno desde cedo a tomar refrigerantes e a comer salgadinhos industrializados, além de biscoitos recheados e entupidos de porcarias.

Faz a criança comer 10-12g de sódio por dia e, ainda apóia seu sedentarismo, porque ele também é sedentário. Indiretamente, apesar da questão moral e, da preocupação com a saúde de seu filho, ele está envenenando o filho e, talvez de maneira bem pior do que se ele mante-se uma boa alimentação, se exercitasse com frequência e descansasse na medida certa, mas usasse esteroides anabolizantes.

Ora, isso não é um apoio ao uso de esteroides na adolescência e tampouco uma crítica aos usuários nessa faixa etária. Mas devemos deixar a hipocrisia de lado e ver que as coisas de fato estão ocorrendo no mundo contemporâneo e, devemos recebê-las da forma mais preparada possível, seja psicológica ou acadêmica.

Todos sabemos os malefícios que os esteroides podem trazer, mas isto, com pesquisas e apoios de profissionais, pode ser muito bem minimizado ou aprimorado com novas descobertas endócrinas E, não devemos deixar de lado as questões psicológicas também pois, como é de conhecimento, os esteroides podem influenciar diretamente no convívio do indivíduo usuário com o resto da sociedade usuária ou não.

E qual a lógica por trás de alguns usuários?

A lógica por trás de alguns usuários não desportistas dos esteroides anabolizantes. Mas e quanto as “pessoas comuns”, realmente é válido o uso de esteroides anabolizantes? Há uma controversa em toda essa polêmica e a verdade é que não há e não haverá um consenso a isto.

Alguns acreditam que estar bem com seu corpo também valha os malefícios trazidos pelos colaterais do uso de substâncias ergogênicas. Já outros, acreditam que não valha e, preferem manter-se firme ao lado dos conhecidos como “free”.

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Com fatos que vejo em meu dia-a-dia posso ter plena certeza em afirmar que grande parte dos usuários de esteroides anabolizantes que não estão no mundo profissional, mal sabem o que estão fazendo e pior, caem em conversas de terceiros, também desinformados de maneira absurda.

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Conhecer nomes de drogas e substâncias, não é conhecê-las por completo e, muito menos conhecer seus efeitos primários e secundários dentro de um organismo e, ainda mais um organismo único e individual. Em muitos desses casos, o grande problema é o estético e, poderia plenamente ser resolvido com questões alimentares e questões físicas.

Claro, de uma maneira mais lenta, porém com muitos benefícios. Mas com a correria dos anos 2000, é difícil esperar e, até mesmo os resultados de algo que demoraria um pouco mais para acontecer, devem acontecer o mais breve possível, custe o que custar. E será que tudo isso vale realmente a pena? Será que o seu eu e a sua capacidade de humanidade e não de coisificação e sua capacidade de amar/ser amado diminuirão com um corpo menor e/ou menos definido? Mais do que estética, deve-se valorizar o ser humano como um todo, por si e pelo que é.

A moralidade e a falta de conhecimento que cercam qualquer sociedade, principalmente as mais primitivas é, sem dúvida alguma, uma grande barreira para que esses tabus sejam quebrados.

Sinceramente, jamais conheci alguém que morreu unicamente pelo uso de esteroides anabolizantes, mas sim pelo seu abuso ou mau uso, traduzindo-se em desinformação e despreparo acadêmico e, novamente, psicológico. Por outro lado, é comum ver pessoas que morrem pelo alcoolismo. Nos últimos seis anos, em dados de 2009, o número de 10,7 óbitos por mil habitantes subiu para 12,64 no Brasil. O fumo também está entre as mais concorridas drogas para os óbitos brasileiros e mundiais.

Conclusão:

O culto ao físico, a busca por melhor desempenho atlético ou somente a necessidade de uma boa estética, são resultados de uma competição que sempre existiu na vida do humano por algum motivo, durante toda sua evolução.

O uso indevido de esteróides anabolizantes pode causar malefícios físicos e/ou psíquicos aos seus usuários e a pessoas próximas também. Porém, não há nada comprovado que unicamente os esteróides anabolizantes podem ser os vilões de toda a história.

É, por alguns, aceitável o uso de esteróides anabolizantes em ambientes esportivos profissionais, inclusive na adolescência. Afinal, é muito melhor ou, muito menos prejudicial termos o apoio do conhecimento aberto do que vagarmos em um mundo ainda muito escuro.

Já os usuários não profissionais de esteróides anabolizantes, seguem uma linha de pensamento um tanto quanto complexa, colocando em jogo questões morais e de saúde, contrapostos a necessidade de obter um objetivo unicamente estético e de satisfação própria.

Seja qual for a forma de pensamento e os fins que justificarão os meios com o uso de esteróides anabolizantes, é importante dar sempre valor a vida em primeiro lugar. E o resto, cabe colocar numa balança todos os custos.

O que você ganhará? Você decide!