Desta vez, este post vai em resposta ao Vinícius Vieira, que acompanha o Dicas de musculação e pediu para que eu explorasse um pouco mais um aminoácido pouco conhecido por nós.
A Glicina é um aminoácido composto por dois átomos de carbono, cinco átomos de hidrogênio, um átomo de nitrogênio e duas de oxigênio derivado de hidrocarboneto insolúvel e não essencial, o que significa que nosso corpo é capaz de sintetizá-la não necessitando naturalmente de grandes quantidades vindas do meio exógeno.
A sua síntese é a partir do aminoácido Serina sendo catalizada pela enzima hidroximetiltransferase.
O aminoácido de nome derivado do grego que significa “doce” está presente na composição de grande parte das proteínas, dando ênfase para o colágeno que possui em sua cadeia de ligações peptídicas primária diversas glicinas.
Do ponto de vista funcional, a Glicina possui alguns aspectos básicos (olhando do ponto de vista biológico) que são:
– Intermediação de algumas biossínteses: A Glicina está presente indiretamente em diversas biossínteses (sínteses de compostos de nosso corpo) tais quais precursores de profirinas (quando se liga a um composto intermediário do ciclo de Krebs que é responsável por ajudar na “fábrica de energia” no corpo humano, chamado succinil-COA, derivando do Acetil-COA) que são de extrema importância por exemplo para o transporte de oxigênio através de seu grupo heme ou para a coloração da secreção biliar;
– Participa da síntese de purinas, responsáveis por exemplo pelos ácidos nucléicos e de biomoléculas como AMP;
– Precursora da fosfocreatina quando se liga inicialmente com a arginina;
– Formação do oxalato (equilíbrio ácido-base);
– Pode ser degradada a piruvado, um importante composto de vias metabólicas energéticas;
– Atua também como neurotransmissor (que é uma biosubstância produzida para estimulara despolarização dos neurônios e gerar potenciais de ação), sendo que, no caso da glicina, na verdade ela causa uma inibição do neurônio, através da entrada de íons de cloro na célula;
– Como já dito, possui também importância na formação estrutural de algumas regiões através de suas ligações com outros aminoácidos.
E não é só isso
A Glicina também é usada na indústria farmacêutica e dermatológica, como agente hetático, antialérgico, relacionado a dermatites e outros. Atualmente algumas pesquisas tem sido feitas para o uso da glicina em pacientes que sofrem de enterocoline necrosante neonatal que é uma doença que expressa sinais gastrointestinais e consequentemente a necrose e coagulação do trato gastrointestinal. E claro, não poderia deixar de citar sua importância no ramo nutricional, na medida em que ela atua como conservante (devido a sua ação antibacteriana) e como agente otimizador de sabor.
Mas apesar de todas essas funções básicas, você deve estar se perguntando se a Glicina faz parte de algum benefício dentro do esporte, que é o nosso foco, não é mesmo? A resposta primária é: Sim, ela pode. Então, vamos explanar um pouco.
A Glicina é usada pelo corpo para converter glicose em energia (por isso do nome conhecido como aminoácido glicogênico). – Inclusive, falando de glicose e energia, a glicina ainda é apontada como um agente que auxilia no controle glicêmico do corpo. Além disso, ela ajuda a musculatura, ou as proteínas que compõe o músculo a não entrar em uma via proteolítica através também dos níveis elevados de creatina no músculo, favorecendo o fornecimento de energia. Para se ter uma idéia da sua importância na construção muscular e, vou além, em outros tecidos, o corpo NÃO conseguiria refazer tecidos básicos sem a presença desde aminoácido.
Apesar de sua importância, a glicina não é um aminoácido de difícil acesso, como por exemplo a L-Leucina que é encontrada na alimentação humana, apenas em derivados animais, além de que o corpo não necessita de quantidades exorbitantes deste aminoácido. Fazendo uma leve comparação entre arroz integral, carne vermelha e ovos, percebemos que em 100g de cada um deles, conseguimos a dosagem de 114mg, 1679mg e 467mg, respectivamente. Assim, conclusivamente, a Glicina é ingerida normalmente em quantidades adequadas desde que se tenha uma dieta equilibrada e variada.
Alguns dados técnicos da Glicina:
Nome sistemático (IUPAC): Ácido Aminoetanóico
Abreviatura/Símbolo: G / Gly
Fórmula química: C2H5NO2
Massa Molecular: 75,06
Ponto de fusão: 233 °C (decompõe-se)
Densidade: 1,1607 g/cm3
Mto Util essas Inf. Para Mim…
Vlw Man… Parabes Pelo Blog! Entro Nele Todos os Dias !
Excelente o artigo Marcelo, muito esclarecedor as funções da glicina no nosso organismo. Vamos recomendar o artigo aos nossos leitores!
Abraços!
Muito interessante, deveria ter mais artigos sobre tais coisas.. Excelente artigo, meu caro.
Abraços!
Olá Marcelo, tudo bem? Adorei o texto. Gostaria de saber quais as fontes que vc utilizou para escreve-lo. Poderia me enviar? Estou fazendo um trabalho a respeito da Glicina! rs
Obrigada
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Creio que várias, as quais não me lembro a princípio, visto que este é um artigo de 2011. Entretanto, você encontra bons materias através do NCBI, JN. JNM e outras, além, claro, da velha Pubmed!
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