Crianças podem fazer dieta?

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Nos dias modernos de hoje, já vemos crianças e adolescentes praticando musculação como “gente grande”. Eles treinam de verdade, com treinos elaborados, progressão de carga e tudo mais, tudo o que um adulto também faz. Por cultura, aqui no Brasil ainda repudiamos muito esse tipo de coisa, inclusive muitas academias não permitem menores de 16 anos treinar com pesos, mas, apenas com simples exercícios aeróbicos.

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A ciência já contou e provou que isso é besteira e que treinar quando criança ou adolescentes, traz muitos benefícios ao corpo como um todo. Mas se treinar traz benefícios, e quando se trata de uma dieta especifica a praticante de musculação, será que as crianças e adolescentes podem se beneficiam? Ou será que um dieta desta pode causar deficiência de algum nutriente no crescimento desta criança? Crianças e adolescentes devem seguir protocolos dietéticos? Ou será que simplesmente devem alimentar-se com o que desejam nessa fase que, de certa forma, permite um rápido aproveitamento de muitos nutrientes? Seria necessário um equilíbrio nisso tudo? Vamos tentar responder estas perguntas a seguir.

Dieta equilibrada X Dieta visando alto rendimento X Falta de dieta

É interessante perceber que muitos costumam confundir os três aspectos supramencionados no tópico. Então, é importante estabelecermos algumas definições básicas diferenciais entre elas:

A dieta equilibrada é aquela que visa protocolos que possam atender as necessidades específicas da criança e adolescente. Seguindo alguns protocolos específicos, elas possuem características específicas, como as particularidades na ingestão de minerais, a ingestão de vitaminas importantíssimas, entre outras. Entretanto é sabido que uma criança dificilmente deve seguir protocolos restritos e deve, não só por questões metabólicas, ter certa liberdade no consumo de alguns alimentos. Não há nada mal em inserir algumas porções de “junkie food” conforme as necessidades delas. Obviamente, é necessário dar ênfase aos alimentos saudáveis, como verduras, legumes, leguminosas, grãos (preferencialmente não integrais, pelo sistema gastrointestinal ainda não suportar grandes quantidades de fibras alimentares). Entretanto, agradar a criança e proporcioná-la alguns prazeres não terá lá influências tão negativas. O que isso não pode se tornar é um HÁBITO. Assim, estabelecendo princípios equilibrados, esse tipo de dieta atende a maioria das crianças.

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Quanto a falta de dieta, não devemos confundir a liberação parcial de alimentos com a falta da dieta. Muitos acreditam que disponibilizando “tudo que a criança quer” ou tudo que parece agradá-la, estarão nutrindo-a adequadamente. O que ocorrerá é sérias tendências a obesidade e a desnutrição. Além disso, a tendência para o desenvolvimento de doenças metabólicas como o Diabetes tipo II, a dislipidemias e outras serão bem maiores. Não é a toa que a crescente nesses aspectos é evidencialmente observada, inclusive a olho nu.

Falando de dietas que visam alto rendimento, observa-se que a maioria das crianças NÃO estão devidamente adequadas em seus aspectos nutricionais, apresentando carências que chegam a ser tão grandes a ponto de causar baixo peso e até mesmo mau desenvolvimento ósseo, hormonal e muscular. Tudo isso ainda é agravado com uma carência de micronutrientes, a qual também é vista em muitos dos casos. Desta forma, já podemos entender a importância e a relevância que deve ser dada a ingesta alimentar dessas crianças que muitas vezes necessitam até mesmo de alguns complementos a depender de suas necessidades nutricionais individuais.

Essas crianças, por estarem inseridas em um ambiente o qual visa o alto rendimento físico, precisam também estar tão ou mais subsidiadas quanto os adultos nos aspectos nutricionais. Imagine: Se um adulto não obtém resultados satisfatórios em sua modalidade sem protocolos dietéticos corretos, o que dizer então de uma criança que esteja em fase de desenvolvimento?

Se em uma dieta saudável e equilibrada para crianças, certo grau de liberdade é permitido, para a crianças inserida no alto rendimento, esse grau é relativamente menor e é importante que seja. Oscilações bruscas de peso, ganho de gordura corpórea, perda de massa muscular, queda no sistema imunológico não podem acontecer com frequência e devem ser evitados ao máximo a fim de já não prejudicar ainda mais a criança ou adolescente.

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Conclusão:

Depois de entendermos as diferenças entre dieta equilibrada, dieta buscando alto rendimento e falta de dieta, fica claro entender que para crianças e adolescentes o mais correto será a dieta equilibrada, aquela onde ele costuma comer de tudo, com moderação. A falta de dieta não é uma opção, essa deve mesmo ser descartada. E quanto a dieta de alto rendimento, esta precisa ter muito cuidado, visto que ela é mais sensível, porém necessária caso a criança venha mesmo executar um treino de alto rendimento e não só um treino recreativo, visando o não sedentarismo.

De qualquer maneira, sendo a dieta equilibrada ou de alto rendimento, o ideal é que se busque auxilio de um nutricionista. Essas dietas não devem ser feitas como no caso de adultos, pois além de possuir necessidades bastantes específicas e diferentes, crianças estão em uma fase a qual devem “aproveitar” suas condições metabólicas que permitem certos abusos e liberdades. Isso é algo fundamental para a mente e é importante não pular essa fase que tende a diminuir com o passar de cada ano de vida.

Sendo a dieta um estilo de vida, esta deve estar presente de diferentes maneiras em cada criança, adolescente ou púbere de maneira diferente, sendo ou não intensificada de acordo com as necessidades nutricionais específicas a qual ele necessita.

Portanto boa alimentação a todas as crianças!