Uma das maiores reclamações que eu escuto por pessoas que não fazem dieta é: “mas fazer dieta é muito caro”. E tenho de dizer, se você quiser fazer uma dieta igual a de um fisiculturista, é caro mesmo. Porém se você apenas quiser se alimentar melhor em busca de um grande objetivo, fazer dieta custa igual a comer besteiras por ai, basta saber o que escolher, como escolher e quando escolher.
Nos dias atuais, sabemos que “fazer dieta” vai muito além de algo superficial, mas é algo ESSENCIAL para que possamos ter uma vida melhor e um corpo melhor também, melhorando assim aspectos como a autoestima e a autoaceitação.
E para que você possa comer a fazer dieta, que é algo essencial para sua saúde e estética, neste artigo resolvi escrever 9 dias para que você possa comprar os alimentos de forma mais barata e que encaixem em seu bolso, fazendo com que você consiga fazer a sua dieta com o mesmo valor de supermercado que você compra as suas besteiras todos os meses.
E ai, vamos aprender a como fazer uma dieta de maneira barata?
Indice / Sumário
1- Utilize fontes proteicas mais baratas, mas, sem perder a qualidade
Quando falamos em proteínas, o item principal numa dieta, logo nos assustamos, pois este é o maior gasto na dieta. Sabemos que carnes, mesmo os ovos, peixes e até mesmo o leite e seus derivados são relativamente caros, e dia-a-dia vemos aumentos significativos os quais interferem no bolso (e na mesa) do brasileiro.
Porém, podemos pensar em algumas estratégias importantes usando opções mais baratas. Como? Bem, em primeiro lugar, você não precisa (e nem deve) ficar a base do frango. Você deve e pode escolher carnes vermelhas que não necessariamente são caras, mas não deixam de ter uma excelente qualidade e não deixam de ser magras. Óbvio, se você não pode optar por um filet mignon, um contrafilé ou mesmo um bombom de alcatra, pode optar não por cortes como a costela, a bisteca ou mesmo a capa do contrafilé que são de péssima qualidade nutricional, mas sim, por opções como: a paleta (retirando o excesso de gordura), o coxão mole (retirando o excesso de gordura), o shoulder steak (bife de vazio), o próprio patinho que comumente vemos promoções nos mais diversos estabelecimentos e assim por diante. Não é porque uma carne não é “nobre” que ela não seja nutricionalmente excelente e, da mesma forma, não seja interessante para sua dieta.
Já para peixes (pescados em geral), sabemos que eles são indispensáveis na dieta por seu bom teor de ômega-3 (especialmente os de águas profundas), de iodo, de selênio e mesmo de fósforo. Mas, é óbvio que você não precisa optar pelo camarão, pela lagosta ou mesmo por peixes mais caros como o bacalhau, o salmão e o pintado. Existem peixes os quais são tidos como “peixes de pobre”, mas que possuem um valor nutricional tão bom quanto destas outras opções ou ainda, até melhor. É o caso da cavalinha ou da sardinha de arenque (norueguesa) que custam 1/5 do valor do salmão e possuem um teor de ômega três quase de 2X maior. Além disso, existem outras boas opções de peixes brancos também como o tambaqui, o porquinho, a pescadinha, entre outros.
Os leites e derivados, você pode optar por marcas mais baratas. Em geral, você não precisa de grandes quantidades destes alimentos e não precisa ficar comendo opções mais caras como queijos importados. Adicionando uma ou duas porções de lácteos diariamente na dieta, você já conseguirá boas quantidades de cálcio, adicionará proteínas de alto valor biológico na dieta e, quando integrais, acrescentará lipídios e colesterol, que são essenciais na síntese hormonal.
Por fim, os ovos, não precisam ser consumidos sem a gema. Na realidade, não há motivo algum (salvo se você estiver restringindo calorias) para isso. Sabemos que a gema, além de fornecer proteínas de altíssimo valor biológico também é fonte de lipídios e de colesterol, que auxiliam na síntese de testosterona, de colina, essencial em processos cognitivos e em vitaminas lipossolúveis. Um ovo possui cerca de 6g de proteína, enquanto uma clara, apenas 3 gramas, ou seja, metade. Portanto, não vale a pena desperdiçar a gema do ovo!
2- Corte alimentos “supérfluos”
Uma vez ou outra, quem nunca gosta de comer um iogurte grego ou um alimento um pouco mais diferenciado? Todos nós, seja qual for o alimento de sua preferência. Porém, o que isso não pode se tornar é um hábito, pelo menos não se você estiver cortando gastos para manter uma boa dieta.
Existem alimentos os quais são totalmente superficiais, como: o iogurte grego, sementes de chia, semente de linhaça, farinhas de frutas e assim por diante.
Estes alimentos, até possuem propriedades nutricionais boas, mas eles não são NECESSÁRIOS, e sim, meros complementos caso você tenha disponibilidade financeira para isso.
3- Saiba aproveitar o que você tem de barato no supermercado
Existe muito marketing por cima de vários alimentos. Por exemplo: Sabemos que as blueberries, ou mirtilos, são altamente ricos em antioxidantes, flavonoides, polifenóis, entre outros compostos os quais fazem muito bem para nossa saúde. Entretanto, estas são frutas caras. E é claro que a mídia adora supervalorizar isto e prega que eles são essenciais na dieta.
Sim, você pode consumi-los diariamente buscando estes nutrientes, mas existem outros alimentos que TAMBÉM SÃO RICOS nestes nutrientes (e muitas vezes os possuem em concentrações maiores) do que eles. Por exemplo, a maçã, a laranja e o próprio abacaxi também são ricos em antioxidantes, vitaminas e outros compostos que auxiliarão nossa saúde. E eles custam MUITO MENOS do que as blueberries, por exemplo.
Da mesma forma, como mencionado, valoriza-se demais o salmão, e esquecem da sardinha, só porque ela é um peixe menos “nobre”.
É óbvio que a mídia sempre vai implementar o que for mais caro para você, pois isso gera marketing e lucros. Entretanto, você deve ter o discernimento do que realmente é necessário para você e se realmente não há opções que possam substituir aquelas.
4- Escolha marcas mais baratas
É claro que todos nos gostaríamos de ter uma coleção de relógio Rolex ou mesmo uma coleção de perfumes da Paco Rabbane, não é mesmo? Claro, estes podem não ser seus sonhos, mas tenho certeza que você já quis algo caro ou ainda quer. Porém, nem sempre é possível termos o que queremos. Então, não é porque não vamos comprar um Paco Rabbane que não iremos nos perfumar. Para isso, optamos por alguns produtos mais baratos, mas buscando o máximo de qualidade possível. E é claro que isto ocorre com a alimentação também.
Existem marcas e marcas de um mesmo produto. Olhe, por exemplo, na prateleira do mercado em qualquer ítem as inúmeras opções de marcas existentes, você verá a discrepância de preços que há entre cada uma delas e é óbvio que se você sair escolhendo as que forem mais caras, seu orçamento não vai dar!
Pense bem: Não é porque uma marca é cara que ela tenha melhor valor nutricional ou tampouco que ela seja necessariamente melhor. Além disso nem sempre ser verdade, na maioria dos casos, mesmo quando uma marca é melhor, ela não é MUITO melhor do que as outras, salvo sob casos específicos, portanto não vale a pena pagar pela marca mais cara.
Então, não tenha medo de optar por marcas mais em conta. Elas podem acrescentar tanto (ou até mais) valor nutricional do que as marcas que você pode chegar a pegar o triplo do preço.
5- Nem sempre os alimentos integrais são realmente essenciais em sua dieta
Muitas pessoas dizem que alimentos integrais encarecem demais a dieta e, de fato, a maioria deles é mais caro do que a versão processada. Por exemplo, o arroz integral, o macarrão integral ou mesmo uma farinha de trigo integral costumam ser mais caros do que, respectivamente, o arroz branco, o macarrão tradicional e a farinha branca.
Porém, nem sempre os alimentos integrais são realmente necessários. É verdade que eles até tem maiores teores de fibras alimentares, maior teor de vitaminas entre outros nutrientes. Porém, essas quantidades são mínimas e, na prática, pouco farão a diferença, salvo em casos específicos.
Se você está pensando em índice glicêmico, este é um conceito que não se utiliza mais hoje em dia e, no que tange o impacto glicêmico da refeição, a maioria destes alimentos não terá mudanças realmente relevantes e que possam valer o seu custo muitas vezes.
Existem alguns casos onde, de fato os alimentos integrais podem ser mais interessantes, como no caso do pão integral, quando comparado ao branco, mas, no caso do arroz, do macarrão entre outros, esta é uma diferença muito singela (mas que custa mais).
Além disso, alimentos “in natura” são integrais por si só. Veja, por exemplo, a batata doce, o cará, o inhame, a mandioca que são alimentos fontes de carboidratos complexos e, não possuem um valor exorbitante. Ainda, veja a “aveia” (que muitas vezes você encontra a propaganda na embalagem de que ela é integral) que também é integral por si só e não custa mais por isto.
Portanto, faça sempre um balanço do que realmente é necessário ser integral em sua dieta e comece a usar a prática muito mais do que a teoria!
6- Não desconsidere as proteínas vegetais
Sabemos que as proteínas de origem animal possuem maior biodisponibilidade e maior valor biológico para o ser humano do que as proteínas vegetais. Porém, as proteínas vegetais TAMBÉM são APROVEITADAS pelo corpo e, com isso, também auxiliam na síntese protéica.
Sendo assim, se você precisa aumentar o valor de proteínas de sua dieta e não necessariamente pode investir mais em proteínas animais, que são mais caras, pense em combinações interessantes como a do arroz e feijão, do arroz e lentilha, do arroz com ervilha entre outras opções. Alimentos como o próprio trigo também são ricos em proteínas e, para pessoas que não possuem restrições a ele, também pode ser uma opção válida.
7- Pare de neuras com temperos zero e/ou sem sódio
Nos últimos dois anos mais ou menos, houve uma crescente significativa na venda de temperos, molhos, caldas e afins os quais são “zero” e/ou sem sódio. Na realidade, estes alimentos existem há anos no mercado norte-americano e mesmo em outros continentes. Mas, como tudo que chega no Brasil e vira moda, infelizmente, isto custa muito caro!
Enquanto no EUA você pagaria 2 dólares por um tempero sem sódio e de boa qualidade, no Brasil você o encontra por 30 reais, ou encontra versões mais baratas, mas sem a mesma qualidade. E é óbvio que se você focar nestes tipos de complementos, sua dieta irá sair cara demais!
Temperos sem sódio, molhos sem sódio, entre outros são totalmente dispensáveis na dieta. Em primeiro lugar, porque o sódio e outros nutrientes são essenciais para o corpo humano e, erroneamente estão sendo restringidos frente a políticas modernas. Segundo, porque a quantidade presente de sódio ou mesmo de açúcares em temperos e molhos é mínima e isso não afetará sua dieta, mesmo que você tenha tendência para ganhar peso, quem dirá em períodos de offseason.
Você tem de entender que, o balanço dietético é mais importante do que restrições, e você não precisa pagar caro por isto.
Quanto a caldas, especialmente, elas podem até não ter calorias entre outras coisas, mas muitas pessoas acham que por isso podem as usar em excesso, quando isto também pode ser prejudicial. Primeiro porque altas quantidades de adoçantes, especialmente sintéticos não são bons para o organismo, pois podem ser tóxicos. Ainda, estas caldas costumam ter altas quantidades de fibras como a polidextrose e a goma xantana que, quando consumidas em excesso, podem causar disfunções gastrointestinais (gases, dores abdominais, constipação intestinal ou diarreia entre outros) além de fermentarem no intestino, causando mal absorção de alguns micronutrientes.
Portanto, se você quer cortar gastos em sua dieta, definitivamente, deve esquecer o foco em temperos e molhos zero.
8- Você não precisa de alimentos especiais
Existem várias classes de alimentos especiais como os “sem glúten”, “sem lactose” etc.
Óbvio que alguns alimentos por si só já não possuem estes nutrientes (como o arroz, o fubá, o grão-de-bico, lentilhas, oleaginosas em geral etc), porém alimentos típicos que os contém, mas que, por processos tecnológicos, os retiram, custam muito mais caro do que o normal. Um pão sem glúten custa em torno de 15 reais, enquanto um pão normal, em torno de 6 reais… Um leite sem lactose, custa em torno de 5 reais enquanto o leite normal, chega a custar 2 reais no máximo. O mesmo vale para aquelas bolachas sem glúten, iogurtes sem glúten e assim por diante.
Salvo se você é intolerante ao glúten ou à lactose, não há necessidade alguma de consumir alimentos especiais e, aliás, você nem deve.
Opte pelas versões tradicionais e consuma todos os alimentos sempre com bom senso.
9- Aprenda a cozinhar
Quem aprende a cozinhar começa a desenvolver uma boa criatividade na cozinha e, com isto, consegue aproveitar melhor o que tem, gastando menos e, principalmente, fazendo uma comida saborosa a qual dispensa gastos desnecessários.
Se você consegue usar poucas coisas para fazer várias preparações bem como, preparações estas as quais sejam aceitáveis e saborosas, além de nutritivas, então, muito provavelmente você terá sucesso em seus protocolos nutricionais e, com certeza, irá gastar muito menos também.
Comece aos poucos com preparações mais simples e você perceberá como, pouco a pouco irá desenvolver habilidades extras na cozinha.
Conclusão
Fazer dieta para muitos é sinônimo de gastar muito. Porém, você pode usar algumas simples estratégias que baratearão significativamente sua dieta, possibilitando com que ela seja mantida de maneira adequada e com isso, possa auxiliar você a ter melhores resultados e, claro, uma melhor saúde também.
Portanto, agora não há mais desculpas para não conseguir fazer uma dieta realmente adequada às suas necessidades individuais.
Bons treinos!