Dicas para cuidar dos desconfortos gastrointestinais causados pela alimentação

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Depois de uma anamnese e de uma avaliação precisa de necessidades individuais, normalmente é possível propor um planejamento, tanto nutricional, quanto de treinamento para um indivíduo que busca hipertrofia muscular, uma vez que isso fará com que seus resultados sejam realmente existentes e, acima de tudo condizentes com um bom desenvolvimento. Aliás, desenvolvimento esse que dificilmente será maximizado em suas características máximas sem esses protocolos corretos, tanto avaliativos quanto de planejamentos.

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Entretanto, após estabelecer-se corretamente o protocolo dietético básico a ser seguido, muitos começam a enfrentar novos platôs: O primeiro deles é adequar-se a uma alimentação, normalmente totalmente diferente do que se tem habitualmente. Já o segundo é, talvez muito mais inconveniente que este. Obviamente, querer construir primeiro, trata-se dos desconfortos gastrointestinais que uma dieta hipercalórica pode trazer. Construir músculos sem uma dieta hipercalórica, ou que, pelo menos forneça substratos suficientes para a construção de massa muscular nas quantidades adequadas é praticamente impossível, visto que não há outro modo de realizar sínteses no metabolismo sem quem hajam esses nutrientes. Pelo menos não no caso do músculo. Para tanto então, a forma mais comum que conseguimos obtê-los é mesmo através da alimentação.
Se pararmos para avaliar bem, muitas pessoas costumam comer muito mais em questão calórica quando detém hábitos corriqueiros da maioria da população mundial (consumo de lanches, fast food e outras tantas porcarias por aí). Isso acontece pela alta densidade energética característica desse tipo de comida. Assim, quando se faz dieta, normalmente escolhe-se alimentos de alto valor nutricional que, não necessariamente possuem alto valor calórico (energético). O resultado é que em termos quantitativos, isso faz com que a dieta na maioria dos casos se torne volumosa e, com o passar do desenvolvimento (e não do tempo, apenas), isso tende a se agravar, principalmente aos menos propensos a alimentar-se em grandes quantidades e/ou relativa frequência.
O resultado que pode se ter inicialmente, são alguns poucos desconfortos no sistema gástrico e intestinal, como excesso de gases, maior frequência de defecação, sentimento de “empachamento”, entre sintomas menos graves. Mas, além disso, ainda podem ser somados alguns probleminhas extras como sonolência, lentidão e coisas do tipo o que, não é necessariamente algo preocupante. Por conseguinte, o problema maior, torna-se quando esses desconfortos todos passam a interferir de maneira significativa em nossa vida pessoal, nossa convivência e também conosco mesmo, tornando extremamente insuportável alguns outros sintomas mais graves como fortes dores abdominais, muita sonolência e lentidão, diarreia frequente (e, como consequência, problemas como desidratação, perda excessiva de íons como o sódio, o potássio e outros), inapetência a ponto de interferir na próxima refeição, dificuldade em realizar o treinamento, estômago extremamente dilatado, falta do consumo hídrico pelo “empachamento gástrico”, entre outros tantos. A partir disso sim, podemos começar a nos preocupar mais seriamente em modificar de maneira significativa não só os “novos” hábitos alimentares, mas, a forma e a estratégia para continuar obtendo resultados tão expressivos quanto à via comum de alimentação (leia-se tradicionalmente, dando início na boca e terminando no ânus). Então, o que fazer?
O primeiro passo é diagnosticar ou avaliar quais são as causas desses desconfortos. O princípio, partirá de que estamos normais de saúde e que o problema mesmo é o excesso de alimentos. Podemos, de maneira paliativa, diminuir as quantidades, mas, isso certamente interferirá diretamente nos resultados, na medida em que, através disso, o consumo energético será menor e, por conseguinte o ganho de peso também. Para tanto, pode-se alternar então entre refeições sólidas (pelo menos 3 ao dia, para quem faz 6 refeições) e refeições líquidas, podendo ser, desde shakes hipercalóricos até shakes hipercalóricos caseiros, tais quais misturas de aveia com alguma proteína (que não seja whey protein), ou farinha de arroz integral/branco com alguma proteína (também diferente de whey protein). Pode-se também, incluir alguns alimentos de alto valor energético e que não causem sérios desconfortos na dieta (tanto em shakes quanto na alimentação sólida). Bons exemplos podem ser o óleo de côco (que além de tudo não causará um retardo no esvaziamento GI), óleos de oliva, gergelim, macadâmia, peixe e outros virgens etc. Vale lembrar, entretanto, que shakes que contenham grandes quantidades de aveia podem fazer com que haja ainda mais desconforto pelo excesso de fibras e também pela quantidade de líquido que será necessário para misturá-la a ponto líquido, por isso, muita atenção.

Secundariamente, pode-se também cogitar a hipótese da adição de enzimas digestivas, mas, isso deve ser avaliado por um bom profissional ou médico e, claro, prescrito pelo mesmo também.
O segundo motivo, pode partir, na medida em que passamos a desconfiar de algum fator relacionado à saúde. Podem ser considerados, neste caso, inúmeras as possibilidades, mas, entre as mais comuns estão intolerância à algum alimento, falta de enzimas específicas ou gerais, síndrome de intestino encurtado, irritações estomacais e/ou intestinais, entre inúmeros outros. Caso essa seja a maior desconfiança, então, a primeira coisa a se fazer é buscar auxílio médico e diagnosticar à causa e os protocolos de tratamento. Não é absolutamente nada prudente que tentemos por conta prescrever quaisquer tipos de tratamentos sem auxílio dos devidos cuidados antes.
Conclusão:
Desconfortos gastrointestinais podem ser extremamente desagradáveis para quaisquer pessoas, mas, para o praticante de musculação ou até mesmo para os fisiculturistas profissionais, tê-los, pode significar uma tragédia, na medida em que necessitam dos substratos necessários para a hipertrofia muscular e para o anticatabolismo e estes são obtidos principalmente através da alimentação.
Desta forma, diagnosticar problemas primários e, em alguns casos, secundários, é fundamental para que se possa haver um diagnóstico e um protocolo coerente, sanando assim o problema da maneira mais rápida e do modo mais eficaz. É importante lembrar que, em casos onde possa haver alguma patogenia, a mesma pode se agravar ou levar a quadros sérios que resultam em finalidades ainda mais desagradáveis. Portanto, toda atenção é pouca!
Bons treinos e comam bem!

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