Quando procuramos seguir uma rotina nutricional e tentar fazê-la um hábito em nossas vidas, nos deparamos com dificuldades, necessidades de adaptações e dificuldade em manter tudo na mais continua perfeição, a fim de otimizar todo o nosso esforço dentro da academia e também de valorizar todo o nosso investimento nisso.
Entretanto, ao iniciar e seguir uma tal “dieta perfeita”, ou seja, que melhor tenha se adequado a nós e com perfeitos carácteres nutricionais, passamos a ver que nem sempre ela é a melhor diretriz. Apesar disso, muitos continuam o tal sacrifício e tornam algo que deveria ser uma hábito duradouro, algo estressante e com curta duração.

O que seria uma dieta perfeita para você? Carboidratos de baixo impacto glicêmico, aliados de proteínas de alto valor biológico, uma gama de lipídios insaturados em maiores proporções e saturados em menores proporções, além das fibras, vitaminas e sais minerais? Basicamente se resumiria a batata doce, cará e arroz integral, frango, ovos, peixes e carne bovina, algumas oleaginosas, óleos essenciais, gorduras insaturadas animal (como o ômega-3) e uma pequena parcela de saturados também de animais, verduras, legumes e uma pequena parcela de frutas? Pois se você, praticante de musculação, acha que essa é uma diretriz dietética das mais corretas, então sugiro que PARE e reflita um pouco!
Obviamente, esse pequeno e resumido protocolo dietético nos mostra algo que seria bastante saudável para o corpo. Apesar dos inúmeros benefícios que esses alimentos e esse protocolo geral apresentam, não podemos nos restringir somente a ele por dois simples motivos:
– O primeiro são as questões psicológicas: você até poderá dizer que não sente falta, que não é influenciado nas tentativas de “fugir da dieta” ou que os alimentos tradicionalmente presentes na mesa não lhe fazem a mínima diferença. Mas isso é mentir para si mesmo! O corpo, naturalmente, por questões já inseridas na sociedade moderna, por vezes pede esses alimentos. Alimentos esses que são ricos em muita porcaria, mas alimentos que também são ricos em potentes estimulantes do prazer, da sensação de bem-estar, do relaxamento…
– Já os segundo são as sociais: talvez as que mais incomodam a maioria das pessoas e de quem se propõe a realizar uma “dieta perfeita”. Você tem amigos, amigos que nem sempre seguem a mesma dieta e que quando lhe chamam para sair, comem hamburguers, batata frita, macarronada e etc. E ai, você vai deixar de sair e perder todos os seus amigos e companhias por causa de manter a sua dieta perfeita?

Viver em dieta é sim algo relativamente saudável, mas interferirá nesses dois quesitos citados, fazendo com a flexibilidade e a viabilização de novas ideias e novos princípios sejam adotados. Para a maioria dos mortais, querer ser como atletas NÃO será algo viável. Enquanto um atleta abdica sua vida em prol de sua profissão, ou seu esporte, um indivíduo tradicionalmente humano, não terá muita vantagem em querer seguir essa ideia.
Mas, vamos fugir um pouco desse quesito social, afinal nosso foco principal não é trazer esses aspectos, mas sim os relacionados a fatores corpóreos e/ou metabólicos.
Os fatores fisiometabólicos tendem a ser adaptáveis a cada estímulo que damos a eles. E não é a toa que recomenda-se a mudança periódica de treinamento, técnicas e etc, recomenda-se periodizações diferentes e assim por diante. Com a alimentação não é nada diferente: sim, o corpo pode adaptar-se a determinados estímulos alimentícios, os quais fazem com que ele pare de progredir e caia em estagnação. Por isso, inserir novos alimentos e alguns protocolos “mais loucos”, as vezes é super necessário.
Obviamente, quebrando platôs, nem sempre é conveniente que se realize uma dieta perfeita o ano todo. Há a necessidade da inclusão de algumas coisas que não são tão típicas e consumidas por nós praticantes de musculação, como bons sorvetes, pizza, fast food em geral e algumas boas porções de carne gorda.
Claro que não estou dizendo que você deva se alimentar disso o tempo todo, nem que deva fazer isso com uma frequência elevada, principalmente se possuir algum tipo de propensão ao ganho excessivo de gordura. Entretanto, para a mente e para os diversos estímulos ao corpo (hormonais, em especial), isso é fundamental. Não é a toa que profissionais fazem isso. O corpo muitas vezes precisa de estímulos extras, calorias extras, carboidratos extras, lipídios extras para ter seu estímulo contínuo.

Portanto, pense que comer bem é algo mais do que fundamental, mas lembre-se que você é um todo, seja em questões físicas, em questões sociais ou outras quaisquer. Isso será fundamental para manter seus ganhos contínuos e fazê-los tornarem-se um hábito. O importante não é “PENSAR NO RESULTADO”, mas “PENSAR EM FAZÊ-LO DURADOURO E PROGRESSIVO”. E é justamente isso que o fará progredir dia a dia.
Não adianta querer seguir uma dieta perfeita, se outras questões não lhe permitirão, se em 30 dias você irá chutar o balde, pois não conseguiu ser 100% perfeito, se for ficar paranoico com alimentação a todo instante. Isso só vai te fazer ficar mais cansado. Elabore uma dieta que não seja perfeita, mas que também não seja um lixo, mas que dê para seguir e torná-la um habito, dando espaço para pequenas “loucuras” algumas vezes no mês.
Conclusão:
Comer bem é importante? Sim, é fundamental. Comer bem garante não só ganhos, mas uma boa saúde, uma longevidade e também uma qualidade de vida melhor. Porém, comer bem não quer dizer fazer uma dieta perfeita. Ela até é válido em termos de aprendizado, mas para seguir uma rotina e tornar-se habito não, pois você não conseguirá mantê-la por muito tempo.
Portanto, seja flexível, viva a vida e viva em um equilíbrio de bem-estar! Faça uma dieta que você consiga manter e tornar-se um hábito. De nada adianta 30 dias de dieta perfeita e o resto do ano chutando o balde.
Boa alimentação!