Estética X Fisiculturismo: Qual a diferença entre eles?

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Você já parou para refletir qual é diferença entre estética e fisiculturismo? Cabe essa pergunta, pois, atualmente, um parece ser sinônimo do outro, mas, na realidade, pouco eles têm haver, e mais do que isso: aparentemente se tornaram sinônimos meramente por estamos vivendo em uma época com determinadas características.

Apesar de parecer relativamente superficial esta análise, ela nos leva a um ponto o qual nos fará refletir sobre diversos temas e, com isso, consolidar ideias sobre o que nós estamos fazendo com nós mesmos e o quanto isso pode trazer algum tipo de interferência.

Portanto, beste artigo, se você realmente quer saber o que é estética, o que é fisiculturismo em termos ligados a beleza, assim como, o porque da mistura destes dois conceitos, vale a pena ler até o final (e ele não é grande).

A estética

A estética pode ser definida como beleza, como aparência harmoniosa ou área em que o “belo” é estudado, na filosofia. Desta forma, ligado ao físico, a estética pode ser o que é agradável dentro de certos padrões estabelecidos.

Mas, estabelecidos por quem? Pela cultura a qual se vive e pelo tempo a qual ela vive. Por exemplo: Imagine que, para nós até alguns anos atrás, pessoas gordinhas eram sinônimo de beleza. Logo, uma mulher, quanto mais “carnuda” fosse, então, mais bela seria. Hoje, pelo que parece, isto é totalmente inverso, visto que o desejo de “belo” são pelas mulheres mais magrinhas e em forma. Em determinadas culturas africanas, mulheres com pescoço longo são “belas”, quanto para algumas culturas isso é bizarrice… E assim por diante.

Sendo assim, a estética pode estar ligada a determinadas culturas, mas, frente a globalização existente hoje, talvez alguns padrões já sejam universais.

Existem corpos os quais são esteticamente “belos”, mas, isso não pode ser confundido com o “fisiculturismo”.

O Fisiculturismo

O fisiculturismo é um esporte que lida diretamente com a estética, mas com a estética dentro do esporte e dentro dos padrões estabelecidos lá. Pareceria óbvio pensar que fisiculturismo é também estética, pois busca a aparência harmoniosa do indivíduo, mas não é. Então, por que confundimos tanto esses conceitos?

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Bem… Vamos pensar em 40 ou 50 anos atrás… Anos 70, época de Arnold. Existiam os galãs da época como Warren Beatty, Harrison Ford, entre outros… Estes, eram esteticamente desejáveis, ou seja, homens que se aproximavam dessas aparências, eram desejáveis. Porém, existiam corpos os quais eram ADMIRÁVEIS, como era o caso de muitos bodybuilders da época de Arnold, como Franco Columbo, o próprio Arnold, Steve Reevs, entre outros. Estes corpos, eram esculturais, mas eles não atendiam os padrões de beleza da época.

Mas então, por que hoje vemos que grande parte das pessoas tem fisiculturistas ou pessoas da cena fitness como modelos? Porque vivemos em uma sociedade, e em um tempo, que tornou esses corpos os padrões da época e, então, eles foram ligados a estética, apesar de puramente serem ligados ao fisiculturismo. O simples fato do fisiculturismo estar em um momento onde ele pode ser considerado estética, não faz dele a estética pura.

Estética atual X saúde

Passamos a compreender então que o fisiculturismo se tornou a estética apresentável nos dias de hoje, correto? Pois bem… Mas, sabemos também que o fisiculturismo é um esporte, e um esporte competitivo de alto rendimento. Sendo assim, os extremos necessários para atingir determinados pontos, envolvem parte do sacrifício pela saúde, pois não existe nenhum esporte de alto rendimento que seja algo saudável.

Se a busca pela estética é algo implícito no ser humano desde seus primórdios e ele busca com toda a vontade e garra atingir o que é “estético” hoje, irá naturalmente comprometer alguns pontos, entre estes, o mais importante que é a sua saúde.

Veja bem: Não quero dizer que para ser fisiculturista ou atingir o corpo de algo próximo a isto, você tenha que sacrificar a sua saúde, mas sim, que as CHANCES de isso ocorrer são grandes, pelos próprios meios necessários para tal.

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Você deve até estar pensando que, quando falamos isso estamos nos referindo ao uso de anabolizantes ou coisas do tipo. Em partes, sim, mas não somente a isto, pois vai muito além… Pense em um corpo de uma mulher em palco de fisiculturismo numa categoria Bikini ou Women’s Physique e pense em uma mulher bela, mas que não se assemelha a estes padrões. Sim, vemos a nítida diferença em pontos como o percentual de gordura corpórea, a quantidade de água no corpo e etc. E isso está diretamente ligado à saúde. É obvio que, especialmente para as mulheres, percentuais de gordura corpórea muito baixos são prejudiciais para a saúde (prejudicam processos de produções hormonais, conferem menor proteção aos órgãos etc). E é justamente por alguns padrões presentes no fisiculturismo exigirem extremos é que muitas vezes não é viável que aceitemos de mão beijada esta estética que é imposta a nós mesmos. Mesmo para homens, manter corpos com percentuais de gordura corpórea muito baixa é prejudicial, tanto pra a questão hormonal, quanto para outros inúmeros processos fisiológicos do corpo e, inclusive para a própria performance. Isso, sem contar todas as questões psicológicas…

Eu não estou dizendo, em hipótese alguma, que você deva estar fora de forma, que deva deixar seu corpo de lado ou qualquer coisa do tipo. Mas, você tem que ter o parecer e o discernimento para entender o que é real e, verdadeiramente saudável para uma boa qualidade de vida e o que é meramente ligado a aspectos físicos. Neste caos, em primeiro lugar o que vai mandar é o bom-senso, aliando-o adequadamente com o que você deseja e objetiva para fins de aparência.

É óbvio que todos nós queremos estar dentro de um padrão. Mas, que padrão é este? Veja bem: Se o padrão é comprometedor para a saúde, então, temos que tomar muito cuidado se realmente vale a pena estar dentro dele.

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Por que o fisiculturismo hoje se tornou sinônimo de estética?

Bem, como você deve saber, vivemos atualmente em uma era “fitness”. Desta forma, os padrões de beleza são “fitness” e é isto que faz com que o fisiculturismo seja o padrão de estética atual. Mas, o que quero que você entenda é que isso nem sempre é vantajoso para o corpo e para a mente. Um esporte o qual foi criado para exibir um shape de “um dia” (sim, os competidores não costumam ficar assim o ano todo) não tem como ser mantido ao extremo o tempo todo. Isso é alógico. O problema é que essa era “fitness” acaba por fazer com que o indivíduo pense que o padrão de estética de “um dia” deva ser para o ano todo. Com a busca por isso, ele acaba por utilizar métodos alternativos os quais talvez possam não ser tão interessantes.

É fundamental que você entenda que daqui algum tempo, talvez anos, essa era “fitness” já não seja mais tão forte. Tudo passa, se modifica. Logo, existirão novos padrões de beleza, e novamente teremos o fisiculturismo como algo admirável e não necessariamente desejável.

Portanto, atente-se a importância de ter os pés no chão e agir com inteligência.

Conclusão:

Estética e fisiculturismo são coisas totalmente distintas. Apesar disto, a estética está inclusa no fisiculturismo o qual é um esporte. Vivendo em um mundo da era “fitness”, os padrões de beleza se tornaram sinônimos de padrões os quais são atingidos com a forma máxima no fisiculturismo. Isso faz com que muitos indivíduos passem a buscar a todo preço atingir esses padrões, quando, na realidade, deveriam ter em mente o que é melhor para sua longevidade.

Sim, estar dentro de padrões aceitáveis e, principalmente, estar bem consigo (a) mesmo (a) é fundamental, porém, não adianta querer comprometer pontos importantes de sua vida para agradar aos outros. Lembre-se de se valorizar em primeiro caso SEMPRE!

Bons treinos!