Evite comportamentos inadequados na academia

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As academias hoje, para mim, refletem a variedade de indivíduos que temos presentes nos diversos ambientes que frequentamos. Diferente de um restaurante de uma cultura típica (mexicano, tailandês, japonês etc), um show de uma banda, um evento de determinado esporte, uma igreja de determinada religião ou com determinada denominação, ou diversos outros locais onde pessoas possuem interesses em comum e estão naquele local com um foco específico, dentro das academias hoje obtemos os mais diversos pensamentos, os mais diferentes objetivos, as mais diferentes idades e culturas e enfim, os mais diversos fins pelos quais homens e mulheres frequentam aquele local. Lá se misturam pessoas de diversas culturas, raças, pensamentos, religiões etc.

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Talvez seja por essa mescla que aconteçam várias situações que acabam se tornando um tanto quanto desagradáveis nos ginásios. Situações essas que podem ser consideradas apenas descuidos e que até poderiam ser evitadas com simples precauções e situações que considero um tanto quanto graves e que jamais deveriam ocorrer, visto que isso pode ser algo extremamente prejudicial para quem o cerca, gerando inúmeros contratempos.
Hoje falaremos sobre três comportamentos inadequados e formas para minimizar a possibilidade de ocorrência dos mesmos, fazendo das academias um ambiente especificamente aceitável e agradável sempre, afinal, não mudamos de academia a cada semana e, certamente a busca por um convívio, no mínimo aceitável, é indispensável.

1. Não se aproxime demais de alguém que está realizando um exercício

Quantas e quantas vezes não presenciei ou até mesmo senti na pele essa situação. Claramente, algumas academias possuem um espaço físico limitado e, principalmente se estivermos falando dos chamados “horários de pico” dentro delas, realmente é inevitável manter-se distante de tudo e todos. Entretanto, por menor que seja a academia é mais do que uma obrigação prestar atenção em manter-se o mais longe possível de pessoas que estejam realizando quaisquer tipos de exercícios, sejam eles perigosos como o agachamento livre ou os supinos livres ou teoricamente mais seguros como os pulldowns ou as roscas de bíceps.
Isso é importante, pois, se por um lado, um exercício perigoso pode representar um belo de um acidente tanto para quem está realizando-o, quanto para um segundo ou mais indivíduos próximos, um exercício “seguro” pode ocasionar lesões sérias para quem está executando.
Recentemente senti na pele dois desses problemas: O primeiro deles foi realizando remada baixa, quando um indivíduo trombou nas minhas costas, fazendo com que eu desse um vôo pra frente com 100Kg na máquina, fosse de cara em uma pilastra de ferro do equipamento e, com o impacto, um triângulo de uns 5 kg que estava PRESO na parte de cima da remada (que também era usada de pulley) caísse na minha região parietal da cabeça, fazendo um pequeno corte.
Já a segunda, que pode ser emendada por duas, trata-se de um INSTRUTOR que, de propósito ou não conseguiu realizar a proeza de trombar em meus braços enquanto eu realizava elevações laterais. A primeira delas, com cabos e a segunda, com halteres. Graças dei porque não me aconteceu nada, mas, imagine se em um mal jeito o meu manguito rotador fosse lesionado. Será que não valeria a pena um pouco mais de cuidado? O mais engraçado nesse incidente com esse inexperiente ser foi que, segundo ele, quem deveria prestar atenção era EU!!! Enfim…
Tudo isso por quê? Simplesmente porque esses dois indivíduos não souberam respeitar o espaço de alguém que realizara um exercício.
Além disso, devo lembrar que, por mais bela e bem intencionada que seja sua reação ou sua ajuda, não é conveniente que se corra e fique de prontidão procurando ajudar um indivíduo que, aparentemente esteja em uma situação desfavorável como chegando próximo a uma falha no supino ou no leg press. Esse mesmo indivíduo possui sua forma de treinar e deve saber o que faz. Aproxime-se apenas em casos de emergência ou quando for solicitado.
Caso contrário, permaneça olhando, claro, mas de longe (apenas por precaução) e, preferencialmente sem que o outro perceba para não desconcentrá-lo de alguma forma. Vale salientar ainda que, JAMAIS devemos interferir para ajudar alguém que aparentemente está em uma falha muscular (novamente, a não ser em caso de solicitação). Lembre-se que a musculação treinada no limite possui essas características, logo, uma ajuda inadequada pode realmente irritar quem está dando tudo dentro de si no ginásio.

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2. Espalhar pesos e anilhas e não organizar a academia

Já treinei em academias muito frescurentas e, isso é fato. Academias de mensalidades exorbitantes onde muitas vezes a tecnologia chega a ser tão grande que nos assustamos em, se quer, conseguir usar uma daquelas naves espaciais, digo, máquinas, sem pedir ajuda. Mas, também já treinei em academias muito humildes. Academias que nem máquinas tinham. Academias onde era puro “ferro” e nada mais e, era quase como de os proprietários pagassem as pessoas para treinar lá. Já treinei em academias próprias de bodybuilding, já treinei em academias que tinha até medo de espirrar de tão “femininas” que eram etc etc etc.
Entretanto, confesso que acho muitas atitudes de academias, principalmente da primeira categoria que destaquei pífias e sem muito nexo.
Isso porque, dentro de uma academia, certo grau de bagunça durante o treinamento é inevitável. Se, de fato fomos parar, arrumar tudo, higienizar a aparelhagem/acessórios, guardar e outras coisas mais, certamente um treino que demoraria 50-60 minutos passará a levar 90 ou 120 minutos, o que seria um tanto quanto inviável para quem quer determinado tipo de bom resultado. Mas, da mesma forma que muitas vezes são impostas algumas coisas inúteis, também outras, acho que nem deveriam ser solicitadas, mas, por educação deveríamos nos tocar e fazer por conta própria.
Em sua casa, quando as coisas estão totalmente desarrumadas e, a não ser que você seja um belo “fanfarrão” acomodado e bagunceiro, sua primeira tendência será de arrumar para que, este continue sendo um ambiente agradável e “morável”. Da mesma forma, o que leva um indivíduo achar que, só porque não está em sua casa ele deva pensar diferente? Assim como acho desnecessário um anúncio num Box de banheiro coletivo “Dê descarga ao sair!” (pois, isso é requisito mínimo de educação), desconsidero anúncios “Guarde anilhas e pesos!” (pois, isso também é requisito de educação e boa vontade).

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Uma coisa é, de fato fazer essa ou outra bagunça durante o treinamento, pois, além de inevitável, não devemos gastar mais energia lá com arrumação do que investindo no treinamento. Agora, outra é ser um folgado e achar que algum professor ou tampouco amigo/funcionário deve arrumar o que você tirou do lugar. É sempre bom agir com bom senso, preservando um lugar que, diga-se de passagem, É COMUM À VÁRIAS PESSOAS e não de exclusividade sua!
“Ah, mas Ronnie Coleman, Branch Warren e tantos outros fazem grande zona e não arrumam absolutamente nada”. Ok, em partes isso pode ser verdade, mas, quanto tempo eles tiveram de guardar anilhas e halteres até que pudessem chegar num patamar de profissionalismo onde não teriam mais de se importar com nada? Qual país e qual cultura estamos falando mesmo? Qual academia eles costumavam treina? Qual é a atitude típica de lá? Então, não paremos para fazer esse tipo de reflexão, mas, adaptemo-nos à nossa realidade!

3. Perguntar para os mais experientes o que tomar para determinado objetivo

Se tem algo que realmente irrita qualquer um que já freqüente a certo tempo os ginásios de musculação é quando um indivíduo que acabou de entrar na academia ou, até mesmo que freqüente a certo tempo, mas, não tenha o mesmo foco que você (treinar sério), se dá ao luxo de fazer uma bela entrevista sobre como é chegar em um patamar maior dentro da musculação através do uso de algum tipo de substância e, seja ela relacionada a simples suplementos alimentares ou até mesmo a fármacos.
Normalmente, esses indivíduos se quer tem a mínima noção de treinamento e protocolo dietéticos e já entram com a ilusão de que potes e comprimidos que realmente farão a diferença. Desconhecem os princípios básicos da hipertrofia (e de educação também, pois, além de invadirem a sua privacidade, ainda lhe tomam um tempo precioso te fazendo ouvir aquelas lorotas no meio do seu treinamento) e acreditam em tudo que lhes for dito. Por isso, começam uma pergunta atrás da outra que, muitas vezes acabam indo para um lado pessoal seu no qual você não deve sair falando para todos ou, se quer deseja que as pessoas saibam. O uso de substâncias sintéticas, fármacos ou outras quaisquer é algo individual e que não necessita (e nem deve ter) de bandeira alguma anunciando como, quando, o que ou quanto você usa ou deixa de usar.
É extremamente inconveniente ter de parar o treino para responder perguntas que você não quer responder. Mas, pior do que isso é, de fato não respondê-las ou passar a responder com sarcasmo e ser considerado ignorante ou sem educação, quando, ao meu ver, isso se torna uma inversão de papéis.
Portanto, se você realmente deseja aprender sobre o que está fazendo, o primeiro passo é pesquisar e procurar orientação adequada. Aliás, sair perguntando para qualquer um, por mais experiente que esse indivíduo seja, só por sua aparência física ou por achar que ele pode “te dar umas dicas” normalmente o fará cair em erros e mitos populares. Assim, vale a pena primeiro crescer e aparecer e, com o tempo o conhecimento e a liberdade para perguntas ficarão maior.
Conclusão:
As academias foram feitas principalmente para o treinamento sério e para abrigar pessoas que tem um objetivo e não simplesmente estão lá para ver o tempo passar. É fato que cada um possui um estilo de agir diante a determinadas situações, inclusive durante o seu treinamento, entretanto é válido lembrar que, apesar de tudo, um ginásio é um local onde não existe só você, por isso, regras para um bom convívio são fundamentais. Lembre-se: Não é necessário e nem indicado ir ao ginásio para socializar, mas, educação e bom senso é algo que cabe em quaisquer lugares independente de sua finalidade.
Bons treinos!

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