GH e o Esporte

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Na última semana, recebi uma ligação um tanto quanto tentadora para ofensas, mas juro que me contive. Basicamente, o que aconteceu foi que uma velha amiga de infância da família me ligou para que eu pudesse passar algumas informações para um guri, filho de uma amiga dela. Já pensando no que viria a tona, decidi ouvir o que a criança tinha para falar.

GH

Ela queria basicamente saber se eu conseguiria o hGH de uma empresa famosa na qual não vou citar o nome obviamente. Entre pensamentos de palavrões e coisa do tipo, respirei fundo e decidi explicar na verdade o que ocorria. E é basicamente essa explicação que quero deixar aqui, esclarecendo talvez algumas dúvidas de leigos, para que os mesmos não sejam enganados em lojas de suplementos por aí.

GH é um hormônio peptídico secretado pela hipófise, na qual, na fase infantil e púbere tem como principal função a hipertrofia e hiperplasia de alguns tecidos no corpo, como o muscular e, obviamente o ósseo. Porém, com o passar dos anos, e após a sínfise óssea ser “fechada” o GH é secretado em menores proporções, aliás, proporções essas que passam a ser consideradas basicamente nulas para algum efeito visual.

O GH sofre forte opressão a insulina e, provavelmente por isso, que nos anos de evolução o homem passou a adotar mecanismos de secreção nos períodos noturnos, perante a uma certa hipoglicemia e menor ação insulínica no corpo. Talvez por isso também que o exercício físico seja um ótimo estimulante aos níveis endógenos de produção de GH. Em tempo, este é o momento que o homem adulto mais produz GH, diga-se de passagem.

O GH é utilizado em púberes de maneira exógena para aumentar as taxas de crescimento ósseo nos indivíduos com algum distúrbio. Isso já confere um valor relativamente alto de tratamento e muitas vezes incerto.

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Porém, o GH apesar de relativamente anabólico, é um hormônio capaz de não só promover a lipólise, mas acabar e consumir o adipócito em si, conferindo literalmente um aspecto mais seco e com um percentual de gordura muito mais baixo. E é justamente por isso que a maioria dos fisiculturistas utilizam de maneira exógena este poderoso e potente hormônio.

Acontece que um ciclo de GH envolve muito dinheiro. E, o que um ciclo de “arroz e feijão” de 10 semanas pode envolver R$1.000,00, um ciclo de GH envolve cerca de 2 ou 3 mil reais. Isso, sem contar as outras drogas utilizadas, como as mais conhecidas (normalmente testosterona, insulina e trenbolona), o acompanhamento médico e, claro diria eu que fatores de crescimento, que são tão importantes quanto o GH em si e que somente um médico extremamente qualificado consegue combiná-los de forma anabólica.

Então, isso já seria um primeiro passo a desconfiar desse tipo de produto vendido em lojas de suplementos. Mas isso seria muito pouco se não contássemos que o GH, como dito, é um hormônio peptídico, ou seja, feito de aminoácidos. Assim como a insulina, ele não pode passar pelo trato GI, visto que será totalmente hidrolisado. Isso então, faz com que sua única forma de utilização seja mesmo por meio de injeções.

Mas calma… Supondo que a nano tecnologia exista efetivamente nesse assunto que pudéssemos ingerir este produto de maneira oral e ter seus efeitos, então, por que um tratamento com GH custaria pelo menos 3 ou 4 mil reais por mês e um pote deste “suplemento” custaria 100 ou 200 reais??? Um pouco contraditório, não acham?

Verdade seja dita: Estes são apenas suplementos precursores, ou seja, suplementos com matérias primas para a produção de GH. Porém, estas substâncias, naturais, diga-se de passagem, não necessariamente serão convertidas em GH. Seria muito fácil caso o corpo pensasse assim.

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Fique esperto! Não caia em lorotas. As melhores maneiras de estímulo de GH ainda são pelo exercício físico, o repouso noturno adequado e, claro, uma dieta coerente!

No esporte, o GH é usado por três principais motivos:

– Aumento de síntese proteica;
– Aumento da lipólise;
– Aumento da recuperação muscular.

Muitos mitos cercam o GH, porém a veracidade dos mesmos ainda é questionada por especialistas da área. Um deles é o possível aumento de força.

Alguns dos efeitos colaterais do GH são:

– Crescimento de outros tecidos do corpo (nariz, mãos, pés, mandíbula);
– Doenças tiroidianas;
– Impotência sexual;
– Fechamento prematura das epífises ósseas nos púberes;
– Hiperlipidemia;
– Desordens menstruais;
– Aspereza dérmica;
– Diabetes.

Bons treinos!