Ao entrar em um dos maiores sites de musculação do Brasil, o Dicas de Musculação, você muito provavelmente imaginou se deparar com títulos os quais trouxessem motivação para você seguir em seus treinamentos e protocolos dietéticos ou com algum tipo de dica o qual pudesse o auxiliar na obtenção de seus resultados, não é verdade?
Porém, ao ler “parar de fazer dieta”, você deve ter se assustado e, muito provavelmente pensou que estava no site errado. Mas, tenho certeza que sua curiosidade em saber mais foi maior e, portanto, você chegou até aqui.
Na realidade, não queremos estimular que você pare de fazer dieta e, muito pelo contrário: Ela é essencial não somente para resultados estéticos, mas, principalmente para a saúde.
Entretanto, “parar de fazer dieta” pode ser uma estratégia para se manter em dieta, por mais estranho que isso pareça ser.
Dito de outra forma, há muitos momentos em que não fazer dieta garantirá com que continuemos por muito mais tempo fazendo dieta e, mais do que isso, garantirá um bom funcionamento do nosso corpo a fim de que ele não entre em processos adaptativos e comece a ter uma falta de expressão de resultados, visto que, se ele se acostumar com um dado estimulo, então, não terá porque progredir para aprender a lidar com algo.
Se você está em dieta há muito tempo, se você está cansando de não ter mais resultados, mesmo se esforçando ao máximo, talvez você seja a pessoa ideal para prosseguir neste artigo.
Mas ainda, ele será de extrema utilidade para todo aquele indivíduo que não deseja passar por esses contratempos, aliando assim uma boa qualidade de vida, satisfação no que faz diariamente, hábitos saudáveis e, claro, resultados estéticos também. Vamos lá?
Indice / Sumário
Longos tempos em dieta e as adaptações do corpo
Quando passamos muito tempo fazendo dieta, estressamos o corpo e ainda, estressamos a mente também, tanto no fator psicológico quando neurológico.
Sendo assim, o estresse faz com que você cada vez mais sinta desejos (caso a dieta seja restritiva), exatamente por aquilo que você restringe ou acabe por perder a vontade de comer (caso a dieta não seja restrita), prejudicando seus ganhos, portanto.
Isso se deve a mecanismos, especialmente hormonais regulatórios do corpo que, literalmente “entram em pane”. Assim, ficar em dieta por muito tempo pode representar prejuízos dos quais podemos mencionar alguns como:
- Diminuição na função e/ou produção de hormônios da tireóide;
- Redução na taxa metabólica basal;
- Aumento nos níveis de grelina (responsável por estimular o apetite);
- Redução nos níveis de leptina (responsável pela sensação de saciedade);
- Redução na termogênese corpórea
- Queda no rendimento físico;
- Alterações no sono;
- Estresse mental, mal humor entre outras alterações de humor constantes;
- Queda nos efeitos térmicos do corpo entre outros.
Desta forma, esse colapso faz com que muitas pessoas acabem desistindo ou pelo próprio estresse ou por pararem de ver resultados, especialmente estéticos, ou seja, elas sofrem para NADA!
É muito fácil que o corpo pouco a pouco comece a queimar menos calorias a cada vez que você restringe mais a sua dieta.
Assim como um carro, ele não precisa estar sempre com o tanque totalmente cheio, mas, na medida em que o tanque se esvazia por completo ou é completado com algo que não seja combustível, certamente o corpo ira parar.
Dito de outra forma, o corpo não sabe o que está havendo, mas, percebe que há uma baixa disponibilidade energética, então, por questão de sobrevivência, começa a desprender menos energia e armazenar mais energia.
Portanto, muitas vezes é necessário quebrar essa homeostase a qual o corpo tende a pender.
Quebrar a dieta é importante
Se ficar em dieta por muito tempo pode trazer tantos prejuízos e, a depender da quantidade de restrições realizadas, pode trazer carências nutricionais, talvez seja interessante parar de fazer dieta por um dado tempo.
Mas, se você parar de fazer dieta, não irá acabar engordando ou perdendo massa muscular?
Na realidade, não! Isso porque, em primeiro lugar, temos um tempo o qual nosso corpo ainda estará respondendo às atividades físicas anteriormente realizadas (momentos esses, inclusive, além do período de EPOC) e nosso metabolismo ainda estará bastante ativo.
Os processos de recuperação não tão somente físicos, mas principalmente de ordem neurológica e psicológica, demoram ainda mais para um pleno restabelecimento.
Quando falamos em uma quebra dietética, não vamos dizer que você deva simplesmente parar de fazer dieta para sempre, mas, que você deve pensar em um período onde seu corpo pode realmente se recuperar.
E esse período NÃO deve ser delimitado por você, pois isso gerará uma expectativa a qual não findará por nosso descanso pretendido.
Ainda, quebrar o período de dieta significa LITERALMENTE NÃO PENSAR EM DIETA, ou seja, esqueça as quantidades de macronutrientes que você está ingerindo. Simplesmente, coma quando tiver vontade, o que tiver vontade e o quanto tiver vontade.
Corpos que estão com um estilo de vida saudável e já adaptados a fazer as coisas certas não vão conseguir ficar se entupindo de porcarias em altas quantidades por muito tempo, tornando impossível que você deixe de ter aqueles bons hábitos por muito tempo e evitando assim, prejuízos maiores.
Efeitos de quebrar a dieta
Muitas pessoas, logo nos primeiros dias sem fazer uma dieta restrita, ou com quantidades significantemente maiores de macronutrientes, começam a ganhar peso e, ganhar peso rápido. Mas Marcelo, você não disse acima que quebrando a dieta eu não iria engordar? Calma! Esse peso não irá ficar em seu corpo por um longo período.
Lembre-se de que disse que tudo no corpo tem um processo regulatório? Se algo está em excesso, esse algo terá, de alguma forma, de ser diminuído.
Quando estamos em dietas restritivas por um longo período e começamos a “comer normal” novamente, a tendência é a de que o corpo comece a restabelecer suas fontes de armazenamento, pois está adaptado àquelas condições de restrições dietéticas.
A primeira via a ser restabelecida é a do glicogênio, especialmente muscular. Porém, quando armazenamos glicogênio, também armazenamos água, o que resulta em duas moléculas de água armazenadas com uma molécula de glicogênio.
O resultado é um aumento de peso. Mas, como mencionado, isso não significa que você está ganhando gordura corpórea! Água, conseguimos eliminar muito facilmente e isso não será um problema.
Obviamente, os primeiros dias sem fazer dieta serão a fase a qual você irá querer saciar todas as suas vontades não atingidas no período de dieta, porém, logo essa fase passará e, como mencionado, se você realmente conseguiu adquirir hábitos saudáveis de vida, não terá porque se preocupar em voltar a praticá-los.
E os treinamentos?
Os treinamentos, de uma maneira geral podem ou não continuar, a depender do quanto você queira descansar e de quanto seu corpo já esteja adaptado aqueles estímulos.
Dito de uma forma bastante simples, caso seu estresse não esteja elevadíssimo e, caso as suas condições metabólicas permitam, não há nada mal em continuar os seus treinamentos desde que eles não sejam “compensatórios” a sua ingestão alimentar.
Porém, caso seus níveis de estresse, especialmente psicologicamente estejam muito altos, vale a pena tirar umas férias de “tudo”. Não adianta insistirem algo que está literalmente fazendo seu corpo parar.
E como voltar à dieta?
A dieta é essencial em nossa vida. Porém, ao retornar à dieta, não queira fazer uma compensação do período o qual você ficou sem fazer dieta. De uma maneira simplória, pense que você tem de retornar pouco a pouco, para que seu corpo não entre novamente em um colapso.
Se você restringir demais as calorias, deve se lembrar de que a tendência é uma adaptação muito rápida do corpo, o que não será nada interessante.
Podemos utilizar algumas dicas para ir voltando gradualmente para dieta tais como:
1- Ir reduzindo as calorias pouco a pouco:
Se você reduz bruscamente as calorias da dieta, chegará um ponto onde você necessitará cortar ainda mais calorias, porém, não terá e onde tirar.
É onde começam a ocorrer os platôs e a possível necessidade de compensar com a prática de atividades físicas.
Assim, reduza pouco a pouco as calorias. Algo em torno de 10% a cada duas semanas, pode ser um número interessante nas oito primeiras semanas, por exemplo. Esse número pode ser variável de pessoa para pessoa e você deve sempre ouvir seu corpo.
2- Comece cortando alimentos os quais gosta muito:
Alimentos que você tem uma tendência de gostar muito e que o fazem furar muito a dieta, devem ser o s primeiros a serem tirados. Isso porque, o corpo logo se adaptará sem eles e você não irá correr o risco de cair na tentação por causa deles.
3- Volte às atividades físicas com cautela:
Se você também tiver parado de treinar, volte aos poucos. Lembre-se de que apesar da memória muscular existir SIM, o corpo precisa aprender novamente a lidar com toda aquela sobrecarga. Portanto, pelo menos uma semana de adaptação é interessante.
4- Seja paciente e consistente:
O segredo para o sucesso é fazer as coisas aos poucos, mas, fazê-las bem-feitas. Portanto, essencialmente você deve ir pouco a pouco conseguindo os resultados e sem querer acelerar o tempo. Dê o melhor de si a cada segundo e isso será o bastante.
Conclusão:
Muitas vezes, por incrível que pareça, para conseguir continuar tendo resultados, é necessário ficar um tempo sem praticar um dos itens mais importantes para atingi-los que é justamente a forma como você se alimenta, ou faz dieta.
Sair da dieta para muitos, pode significar perder resultados, mas, na realidade, isso faz com que o platô da homeostase seja quebrado, que seu corpo saia de um nível muito alto de estresse e você consiga resultados ainda melhores.
Portanto, faça as coisas sem querer acelerar o tempo e sempre dedicando-se ao máximo. Ouça sempre seu corpo!
Bons treinos!