Quando praticamos um esporte, estamos propícios a qualquer tipo de lesões, principalmente quando o esporte passa a ser praticado visando o alto rendimento. Quando se trata de musculação, não é diferente e um dos maiores causadores de lesões no esporte é a pratica incorreta do movimento no exercício. Muitas vezes vejo pessoas executando exercícios com mais peso do que aguentam e fazendo o mesmo totalmente errado e na minha cabeça já penso: “isso um dia vai dar uma lesão”.

Sabemos que em nosso país as academias possuem poucos instrutores para a quantidade de alunos e as que possuem a quantidade correta, são bem mais caras e nem todos podem pagar. Por isso, muitos dos praticantes de musculação recorrem a internet para aprender mais sobre o esporte e assim errar menos. Por isso, neste artigo iremos tratar sobre os malefícios que os movimentos incorretos de um exercício pode trazer, abrindo assim seus olhos para que você possa pensar e corrigir a execução, caso esteja errada.
Os movimentos que constituem a musculação: Anatômicos e naturais ou pré-estabelecidos
Todos nós, com o passar dos anos, desenvolvemos diferentes formas de nos movimentar, ou seja, passamos a adquirir nossos próprios hábitos os quais são fundamentados de acordo com nossas necessidades à adaptações. Então, por mais que “de maneira padrão” a elevação lateral do braço constituí-se basicamente na adução do úmero causada pela articulação glenoumeral (PRINCIPALMENTE) e os músculos envolvidos em tal situação, não podemos dizer que essa movimentação ocorra em ângulos ou sistemas padrões para todas as pessoas nem tampouco que ela recrute igualmente todos os músculos envolvidos. E isso se deve justamente a essas individualidades fisiobiológicas. É por isso que muitos críticos questionam a utilização de máquinas, justamente por elas não seguirem o padrão anatômico de uma pessoa, mas um padrão geral. Essas máquinas são ótimas para indivíduos que possuem lesões e necessitam de um trabalho seguro e, ao mesmo tempo anatômico.
Por outro lado, alguns questionam que os movimentos livres podem não corrigir desníveis, os quais as máquinas, com sua biomecânica fixa conseguem. Verdade que, ambos os pontos de vistas de sua razão e seus contras.

Não podemos limitar a musculação em dizer que existam movimentações específicas, mas devemos entender a biomecânica individual. Obviamente, essa deve ser vista dentro de padrões os quais necessitam ser seguidos. Quer um exemplo? Quantos são os indivíduos que descem de fato a barra do supino até o peito? Poucos, provavelmente. Entretanto, muitos justificam essa que É UMA FALHA dizendo que não conseguem ou que sentem essa ou aquela dorzinha no ombro. Com exceção de indivíduos já diagnosticados com algum problema no ombro, cotovelos ou mesmo no peitoral, não há como questionar que isso esteja errado. Convenhamos que quando olhamos o exercício como um todo vemos que o problema está com uma sobrecarga excessiva ou falta de entendimento da movimentação do corpo.
Para um indivíduo sadio, o ideal é mesclar movimentos “quadrados”, em máquinas, e movimentos livres os quais contemplam sua biomecânica.
Os movimentos incorretos, a falta de resultados e o seríssimo risco de lesão
Ao falar de falta de resultados, não temos quaisquer questionamentos a fazer. Se você faz uma conta de álgebra com as variáveis erradas, então, você terá um resultado incorreto. Da mesma forma, se você treina inadequadamente, então, você terá resultados ruins.
O problema é quando você ultrapassa a obtenção de resultados ruins. No caso da conta, ela pode estar em uma prova onde você tire uma nota baixa e reprove naquela matéria. No caso da musculação, o resultado pode ser uma grande lesão ou uma lesão agravada, principalmente em pessoas pré-dispostas como crianças, idosos e pessoas pré-lesionadas.
Os mínimos detalhes sempre farão a diferença em um esporte de tanta precisão como a musculação. Aos que a julgam ser simplesmente o “levantar de pesos”, se enganam. Mesmo atletas com experiência costumam cometer erros os quais os lesionem seriamente. Eu mesmo posso me citar como exemplo, não de atleta experiente, mas, de pesquisador e estudante da área, como alguém que passou por isso recentemente: Sabendo da necessidade da angulação correta dos pés no leg press, decidi tentar uma forma proposta por Charless Glass com uma angulação fechada nos pés. Obviamente, o treinador possui requisitos para angular o corpo como um todo para que ele não passe por esse impacto prejudicial. Mas eu, leigo em sua técnica, fui pelo achismo… O resultado… O joelho esquerdo LESIONADO! Eu sabia que não poderia fazer aquilo e, no entanto, fiz. Tenho certa estrutura a qual me possibilitou aguentar o tranco, mas, imagine um indivíduo destreinado ou, como citado, propenso ao desenvolvimento de algum tipo de lesão mais séria… Certamente o resultado poderia ser pior, muito pior…

As pessoas, na maioria dos casos negligenciam a forma correta de execução dos exercícios e, pessoas essas que incluem muitos profissionais. Eles veem a musculação como sendo simplesmente o fato de levantar peso e desconsideram suas inúmeras variantes, incluindo a movimentação correta e não PARCIALMENTE CORRETA! A musculação é um esporte de extrema precisão onde, se não respeitados alguns princípios, certamente os benefícios passam a ser superados pelos malefícios.
Há muitos erros que parecem ser “bobos” ou irrelevantes, mas, que fazem totalmente a diferença. Outro dia mesmo em uma academia, abordei uma menina a qual estava fazendo o famoso “supino voador” que é aquele supino onde o indivíduo insiste em colocar as pernas suspensas ao invés de fixá-las no chão (se as pernas fossem para voar, seriam asas, não pernas!). Ao perguntar por que ela não colocava os pés no chão, ela questionou que não iria fazê-lo simplesmente porque teria de ficar de pernas abertas…
Ora essa! Haja um pouco de paciência! A vulgaridade da pessoa NÃO está em abrir ou não as pernas em um exercício, mas sim, na forma a qual ela se porta. Está na forma como age com as pessoas. Agora, comprometer sua própria segurança em prol de tentar fazer um “social mais agradável” é deprimente. E, diga-se de passagem, nada fez com que ela mudasse de ideia.
Assim, meus caros, ocorrem em vários lugares… Academias de prédio, condomínios também são um mar de pérolas, onde se vê de tudo… Desde coisas engraçadas até coisas as quais você até pensa em ajudar, pois, vê que o indivíduo busca resultados, mas, não sabe como…
Mas, é aquela velha história… Como poderíamos solucionar esse problema?
Buscando orientação correta
Para solucionar um problema o qual fuja de seu conhecimento e/ou de sua área, o que é o mais lógico a ser feito? Buscar um profissional da área, é claro. E, profissional qualificado. Assim fazemos com dentistas, médicos, pintores, pedreiros etc… Então, por que não fazer na Educação Física, utilizando de recursos os quais somente um profissional devidamente qualificado possa te fornecer?
Esse profissional deve estar apto a lidar não somente com a atividade física em si, mas, também deve ter o feeling suficiente para entender suas próprias necessidades individuais, guiando um treinamento de acordo com elas e, claro, com seu objetivo.
Veja alguns movimentos incorretos e a forma correta:


Conclusão
Os mínimos detalhes fazem toda a diferença na musculação que não é uma arte simplesmente de erguer pesos, mas, que envolve outros tantos aspectos. Portanto, é fundamental que se busque devida orientação para que os mínimos erros possam ser corrigidos e você possa não só ter resultados convenientemente bons, mas ainda, livrar-se de lesões ou mesmo deixar de ter resultados. Não tente fazer as coisas somente por si. Lembre-se que ajuda é sempre bem-vinda nesses casos!
Bons treinos!