Musculação: Esporte e preconceito

Tempo de Leitura: 4 minutos

Hoje a musculação além de ser um dos esportes mais primitivos e antigos é também um dos esportes mais conhecidos no mundo (por vias corretas ou não).

diga-nao-ao-preconceito

Obviamente a crescente busca por corpos idealizados pelo marketing visual fez com que a ascendência das salas de peso nos mais diferentes cantos pudesse crescer.

Em âmbitos nacionais, não é nada incomum ver uma academia a cada esquina com milhares de promoções, academias dentro de condomínios ou até mesmo ao ar livre, na praia ou nos sertões nordestinos com pesos até muitas vezes inadequados e improvisados.

Mas os carteirinhas desses ambientes estão lá, firmes e fortes como sempre, muitas vezes atraindo cada vez mais gente e amigos pra dentro desse mundo, ou pelo menos para uma leve inserção dentro dele, afinal, ninguém quer mais se prestar a ser motivo de piada ou levar algum tipo de desvantagem por seu físico arredondado na cintura ou por seu físico taboa, não é mesmo?

A mídia a cada dia passa novas reportagens sobre os mais diferentes aspectos relacionados a um corpo perfeito, seja ele por meio de dieta e treinos clássicos ou por dietas e treinos alternativos.

Aliás, essa é uma outra grande crescente: As inovações e o marketing na indústria do bem-estar que cada vez me surpreende mais.

E isso faz com que a busca por métodos aliados a essa indústria de bem estar aumente, fazendo com que também aumente o público que conheça não só esse ramo da musculação, mas o esporte também.

Mas até que ponto é benéfico conhecer e julgar? Penso que quase todas as pessoas se sentem no direito umas de julgar as outras.

E não seria diferente com o fisiculturismo, mas de uma maneira mais invasiva ainda e, muitas vezes sem o menor fundamento.

Esse julgamento muitas vezes não só denigre a imagem do bodybuilder como, também o chateia, pois, estamos SIM falando de um ser humano com sentimentos.

Devo dizer que esse julgamento muitas vezes sem o menor cabimento não é só perante ao esporte em si, mas todos os aspectos que o cercam como hábitos alimentares, disciplina e até mesmo o uso de esteroides anabolizantes.

Aqui abro um parênteses para citar os conceitos antiquados e ultrapassados de muitos desses “especialistas” que tanto abrem a boca para vomitar abobrinha mastigada!

Não é incomum, por exemplo, um garoto que entra na academia para ganhar peso e ouve “conselhos” do tipo: “Mas você não vai ficar exagerado igual aqueles caras, né?” “Mas você não toma bomba, né??” “Cuidado pra não ficar brocha!”

Claro, como se exagero existisse no fisiculturismo e nos bares de qualquer cidade não, não é mesmo? Como se usar esteroides em níveis profissionais fosse muito pior do que encher a cara, se entupir de comida que mais parece lixo cancerígeno e usar drogas alucinógenas, não é?

Pois bem, o julgamento começa antes mesmo de existir qualquer conhecimento do assunto e, provavelmente os que se julgam conhecidos do assunto e criticam com esse nível de argumento é porque não tiveram boas referências.

Talvez a principal diferença do fisiculturismo para os outros esportes é que o esporte é, de fato carregado no corpo e não em 90 minutos de jogo ou numa partida de tênis, que seja.

O esporte fisiculturismo é levado diariamente em cima do que você se presta e se modifica a ser de acordo com seus objetivos.

Só que para que isso ocorra, são necessárias técnicas tão intensas quanto a de qualquer outro esporte, mas, o tempo todo.

É realmente muito engraçado mulheres que acham muitos dos fisiculturistas aberrações e o grande ator principal de Thor um verdadeiro semideus. GAROTAS: ELE SÓ TEM MAIS CABELO E UM PAR DE OLHOS AZUIS A MAIS DO QUE MUITOS FISICULTURISTAS.

O fato de ele estar na televisão o faz parecer teoricamente normal porque o enfoque principal não é sua forma física (ainda tenho minhas dúvidas). Já no caso do fisiculturismo a imagem é enfocada em sua forma física.

Devo dizer claramente que ele e muitos amadores são exatamente iguais. E o que te faz criticar um e não outro? – Isso faz parte então de alguma justiça de imagem do século 21 tão moderna que ainda nem entrou na lei dos bons princípios?

É muito engraçado vermos quando pessoas são louvadas por atingirem um alto patamar de estudo e outras são ridicularizadas por atingirem um patamar altíssimo dentro do esporte.

Aliás, não desmereço nenhum desses casos. Ambos necessitaram de força, garra, horas de dedicações e, ambos abriram mão de muitas coisas para atingir o seu objetivo que, em tempo, nunca deve ser estagnado, não é mesmo?

Essa justiça de imagem é muitas vezes a responsável por rótulos sociais nos quais envolvem simplesmente trogloditas pesados sem nenhuma essência ou raciocínio digno.

Devo lembrar-vos que o que diferencia uma pessoa não é unicamente a sua aparência, mas sua essência e, diga-se de passagem, não consigo observar com boa essência aquele que julga sem conhecer ou que pseudo-conhece e se acha no direito de regurgitar um conhecimento precário.

Fundamentalmente, o que foge de padrões aceitavelmente normais hoje já não é levado em consideração. Aliás, é difícil ver na sociedade algo que fugisse do padrão e fosse bem aceito.

Talvez seja por isso que tantas guerras foram desenvolvidas, tanto conflito ocorreu e tanto sangue foi derramado.

O padrão, meus caros, cada um pode criar o seu, mas, infelizmente o que for aceito pela maioria será tido como “o padrão”. E a partir daquilo, começará toda a problemática.

Conclusão:

Conclusivamente, o que quero dizer é que o julgamento não nos cabe para alguém e também não cabe de quaisquer pessoas perante a nós.

Os únicos capazes de realmente julgar se estamos ou não fazendo o que deveríamos fazer somos nós mesmos e, claro a finalidade e objetivo para aquilo.

Não sejamos manequins manipulados. Atitude fala mais do que palavras. Que assim, possamos vestir nossa camisa e ter orgulho de quem somos, independente de quaisquer fatores nagativos.

Sobre o Autor do Post