Uma das modalidades esportivas que mais tem crescido no mundo é a musculação. De forma competitiva ou não, esse esporte vem demonstrando grande afinco entre pessoas que buscam diferentes objetivos, utilizando dentro dela, inúmeros métodos e variações as quais possam permitir ganhos progressivos cada vez melhores e mais evidentes.
Seja com finalidades estéticas, relacionadas a saúde, melhora e reabilitação de danos e lesões, interações sociais, aumento de capacidades de sistemas do corpo, manutenção e otimização de funções fisiometabólicas, aderência ao não sedentarismo, entre outras tantas finalidades, hoje a musculação pode ser tida não só como um dos esportes que mais cresce no mundo, mas um dos que tem recebido maiores recomendações de práticas, assim como de estudos os quais visam a criação e avaliação de métodos cada vez mais claros, simples e eficazes.
Entretanto, a prática da musculação é algo a ser tido como controverso e nada simples. Apesar de seguir princípios básicos de movimentação corpórea, adicionados a sobrecarga, a musculação necessita de devido planejamento assim como elaboração em sua prática, fatores esses que devem ser passados ao aprendiz adequadamente e individualmente, fazendo com que ele possa consolidar seus sonhos. Mas, infelizmente, não é isso que vemos no dia-a-dia. É só parar em QUALQUER ACADEMIA e então veremos: má orientação aos alunos, falta de especificidade na passagem de programas de treinamento para iniciantes, lesões, desavenças e decepções próprias, falta de motivação e muita desistência.
Indispensavelmente necessitamos de orientações corretas, superiores e individualizadas. Mas como podemos observar isso? E como vamos buscar orientação adequada quando nós nem conhecemos o esporte? É possível identificar erros que possam estar nos prejudicando? E é tentando responder essas perguntas que vamos falar neste artigo.
Indice / Sumário
A orientação se dá sempre do nível superior para inferior, não importa o nível da pessoa
Iniciando a prática da musculação é indispensável que um indivíduo de nível superior (alguém com conhecimento mais avançado) possa devidamente orientar o aprendiz ( o iniciante).
Para tanto, em primeiro lugar faz-se fundamental que ele possa conhecer o indivíduo o qual estará trabalhando. Conhecimento esse o qual envolve não só os aspectos físicos, mas inúmeros outros, como: as possibilidades permitidas por sua sociedade de convivência, sua socialização, seu grau de desenvolvimento mecânico, seus aprendizados motores anteriores, suas habilidades, capacidades fisiológicas, metabólicas, psicológicas, suas características morais, suas respostas, seus objetivos, suas limitações e inúmeros outros pontos. De maneira um tanto quanto multidisciplinar, o profissional deve estar apto o suficiente para entender essa gama de possibilidades de seu aluno, traçando então as melhores diretrizes para resultados sólidos.
É necessário ainda que o profissional tenha a devida capacidade para lidar com indivíduos que possuam algum tipo de deficiência física, ou seja, que se desenvolvem NÃO de maneira aquém a um indivíduo com condições normais, mas de formas DIFERENTES a estes. Dito como princípio, também é essencial que o profissional possa não só seguir padrões, mas elaborar meios de interação do indivíduo para com a realização do movimento.
A formação não garante um bom profissional, portanto deve-se selecionar o que atenda as suas necessidades
É importante estabelecer que uma formação profissional em uma faculdade NÃO garante bons profissionais. Sem sombra de dúvidas, o conhecimento técnico científico e as escolas de nível superior são indispensáveis e muito melhores do que a não formação. Sem sombra de dúvidas há a necessidade do conhecimento ocorrido nessas para executar bem sua função/profissão.
Entretanto, em primeiro lugar, essas escolas, em boa parte hoje, inserem um conhecimento muito superficial no aluno. Isso porque, com grandes grades curriculares, a necessidade de “quantidade de conteúdo” torna-se muito mais evidente do que a “qualidade de conteúdo”. Assim, o futuro profissional deve atender muito mais a demanda de conteúdo do que estabelecer formas e conceitos bem formados acerca do tema trabalhado, podendo desenvolver potenciais muitos maiores sobre aquele tema, com maior grau de aprofundamento e conhecimento de causa.
Em segunda instância, a forma com que esses conteúdos são passados, balisticamente, não possibilitam muitas vezes uma explanação de uma devida exposição do conteúdo, fazendo com que esse fique vago e, por hora, deixa inúmeras duplas interpretações e/ou interpretações totalmente errôneas, as quais, infelizmente, também serão aplicadas na prática, demonstrando prejuízos ao profissional e a quem por ele for guiado.
Através da prática e do empirismo o profissional realmente irá aprender a como lidar com diferentes situações e, principalmente, a obter o máximo de proveito de cada uma delas. E é aí que mora outro problema: Você conhece algum bom técnico de futebol, vôlei ou mesmo handball que necessariamente tenha sido formado em educação física? Não, muito provavelmente. No entanto, estes, muito certamente são melhores do que inúmeros formados, correto? E isso justifica o quanto a prática é importante. Mas, essa só representará eficácia em caso óbvio de gosto pelo indivíduo: Inserí-lo em um campo o qual não é de seu grado, provavelmente será desmotivador ao mesmo a busca por novos aprimoramentos e conceitos, passando a usar apenas o acadêmico em suas práticas.
Neste caso, é necessário, ao iniciar os treinos na musculação ou buscar orientações que o indivíduo também busque profissionais que tenham gosto pelo que fazem e que tenham certeza de sua busca por incremento. É muito mais seguro trabalharmos com alguém que busca novos conceitos, apesar do pouco tempo de mercado do que por arcaicos profissionais já formados, mas, que ainda possuem a mente nos anos 80 com conceitos totalmente ultrapassados.
Conclusão
A prática da musculação possui inúmeros benefícios. Entretanto, é fundamental aos seus praticantes iniciantes que possam estabelecer parâmetros com profissionais devidamente qualificados os quais possam subsidiar adequadamente a inserção da prática segura e eficaz na rotina do indivíduo, respeitando TODOS os seus aspectos individuais, sejam eles em níveis físicos, mentais, psicológicos e sociais.
Apesar da dificuldade que isso apresenta hoje em um mercado consumido e saturado por conhecimentos acadêmicos, apenas, sem considerar a prática, é essencial que se busque sempre a orientação correta e adequada! Isso será fundamental para bons resultados!
Bons treinos!