
Na última semana, aconteceu o maior evento de fisiculturismo da atualidade: O Tão esperado, vislumbrado e conhecido Mr. Olympia!

Para todo bodybuilder este evento significa não unicamente a apresentação de quase uma centena de atletas em nível altíssimo, mas, uma realização em torno do esporte inicialmente proposta pelo criador do evento, o senhor Joe Weider, mas, em alguns casos, o sonho de um dia estar lá, representado todo o esforço de uma vida.
Em todos os anos do Mr. Olympia é inquestionável a dedicação que todos os atletas desprendem para subir naquele palco.
Anos, e em alguns casos, uma vida de preparação para 3 ou 4 minutos de apresentação de poses com uma música no fundo. Antecedente isso a muita fome, dieta restrita, treino desgastante, estresse psicológico, estresse físico, superação (ou não) de lesões, superação (ou não) de limites e por aí vai…
Meus caros amigos, para pisar em um palco daqueles é necessário muito mais do que passar um tempo na academia e comer corretamente.
É necessário dedicar a vida para aquilo e não é a toa que são selecionadíssimos os concorrentes deste tão aplaudido evento.
Obviamente, o Mr. Olympia a cada década que passa e, muitas vezes a cada ano que passa, também sofre algumas mudanças em pontos de vistas e em exigências aos atletas.
Além disso, os perfis de cada década são bem diferentes uns dos outros. E é só repararmos a Gold Era de Arnold e Franco, depois a boa era Lee Haney nos anos 80, sucedida pela era freak nos anos 90 de Dorian Yates e posteriormente do imperador Ronnie Coleman e recentemente, nos anos 2000 uma era que ainda não sei denominar e duvido muito que alguém saiba.
Estamos falando de corpos relativamente diferentes de todos os padrões já vistos. Uma definição exímia, mas uma aparência relativamente estranha de “inchaço”, contraposta com atletas relativamente novos e com uma condição muscular fora de quaisquer padrões considerados normais.
Estamos falando de uma era que, na verdade, envolve muito mais do que treinamento, dieta, descanso e até mesmo esteroides anabolizantes.
Diria eu que estamos em uma era onde a tecnologia médica é o que manda. E não vamos ser hipócritas em dizer que não…
Tudo bem que grandes atletas foram usados como cobaias na época de Arnold, ou até mesmo Mike Katz. Ali muitos experimentos e muitas drogas novas foram testadas naqueles atletas.
Mas a grande diferença para os testes de hoje é que na verdade já se sabe muito bem o que está fazendo, mas ao que tudo parece apontar, estes atletas servem de cobaia para saber qual é o limiar máximo do limite de um corpo.
E para isso a única maneira é ir usando doses cada vez maiores dessas substâncias.
Meus caros, inegavelmente as drogas fizeram, fazem e sempre irão fazer parte do esporte competitivo profissional. Isso já não é mais segredo para qualquer pessoa com mais de 7 anos de idade, correto?
O fato é que há uma grande diferença da utilização dessas drogas dentro do esporte e a utilização dessas drogas por um belo marketing adicionado a milhões de dólares e uma imagem relativamente falsa! Sim, FALSA!
Isso sem contar, que estamos falando do uso EXTREMAMENTE ABUSIVO de substâncias exógenas com uma relativa periculosidade.

Não quero ser injusto e dizer que estes bons atletas (e não digo todos) baseiam seus ganhos unicamente no uso abusivo de substâncias exógenas, pois, é óbvio que tudo isso é aliado ao esforço, a dedicação e força de vontade. Mas também não posso ser hipócrita ao dizer que isso não acontece.
Você nunca parou para se perguntar porque Shaw Ray ou o próprio Flex Wheeler perderam o Mr. Olympia para Ronnie Coleman?
É evidente que ambos tinham incríveis corpos, mas mais evidente ainda era a qualidade do músculo mostrado pelo Big Ronnie.
Também, com anos de treinamento sério, dieta e muita força de vontade, contando com a sua incrível genética, seria realmente difícil ser diferente do que foi e do que ele se tornou. E isso merece muitos méritos para ele enquanto atleta e pessoa também!
Apesar de tudo, isso não atinge apenas os bodybuilders mais jovens, mas bodybuilders relativamente antigos no esporte também. E o caso Jay Cutler foi só uma demonstração de que isso é verdade.
Todos que acompanharam a apresentação do atual vice-Mr. Olympia viram o quanto ele tinha aprimorado seus pontos falhos e o quanto tinha progredido.
Isso basicamente vinha acontecendo desde 2009 quando ele apareceu com um shape considerado um dos (ou o) melhores da história.
Incrivelmente grande, denso, massudo, seco, definido, proporcional, simétrico e principalmente com aparência de músculos rígidos, firmes, como nos anos 90.
Claro que em 2010 aparentemente essa qualidade caiu um pouco. Algum erro pode ter acontecido. Mas isto não foi suficiente para que ele não ganhasse o campeonato.
Em primeiro lugar, foi inigualavelmente o melhor shape daquele ano, também. Mas em 2011 quando tudo se esperava para uma conquista inédita, a única coisa que realmente surpreendeu foi o depois de tanta espera observar um bíceps inflamado e roxo no palco…
E quando tudo já parecia ser o máximo, a confirmação de uma possível lesão. Tudo bem, para os inocentes primários, isso pode até soar como uma justificativa.
E devo dizer que essa justificativa me deixou bastante aflito e ao mesmo tempo em dúvida. Não conseguia acreditar que aquilo era verdade…
Mais surpreendente foi 2h antes do show final, no sábado receber a notícia de que Jay não iria competir… Ora, ora,ora…
40 minutos antes do show a entrevista para um site famoso na qual o atleta explicava ter lesionado o bíceps durante um exercício de rosca alternada.
Porém, com uma camiseta grande e larga, não era possível ver o bíceps, até que o repórter indiscretamente puxou a manga da camisa, na qual foi possível ver um bíceps não mais roxo, mas com uma aparência muito estranha e mole…
E a cor roxa se repetiu no braço na hora do show, provavelmente por conta das luzes.
O que aconteceu ao certo ninguém vai ficar sabendo, afinal, provar vai ser realmente complicado. Mas pelo que há de especulações, o ocorrido foi mesmo uma injeção localizada de alguns óleos com um pouco de água…
Engraçado que nem ao menos a regra foi seguida e JC não foi desclassificado! Para os que não sabem, atletas com localizadas ou com ginecomastia aparente NÃO PODEM COMPETIR em quase nenhum evento, quem dirá no Mr.Olympia.

Leia a terceira e a ultima parte de nosso artigo que fala sobre a maior competição de Fisiculturismo do universo, o Mr. Olympia 2011!
Isso nos leva a crer que somente uma coisa tão triste poderia acontecer a esse ponto de desiludir várias pessoas desse esporte.
Mas, simplesmente isso foi uma amostra, ou diria eu mais uma amostra do que há por trás de todo esse glamour. Foi simplesmente uma demonstração de que existe muita coisa que as pessoas não fazem ideia.
E isso deveria ser certamente revisto, na medida em que, o Mr. Olympia é um, se não o, maior evento relacionado ao fisiculturismo. O Mr.O na verdade é tão importante para os bodybuilders como o Natal para os cristãos! E isso não é uma piada!
Não é possível que um evento dessa proporção estabeleça tanta falta de limites. Essa competição, influencia nossos jovens, nossos iniciantes na musculação, meus caros!
O que eles vão pensar vendo esse tipo de coisa que foge completamente de uma realidade até mesmo física, conquistada com hormônios?
Meus camaradas, o fato é que o Mr. Olympia não influencia só atletas, mas influencia amadores também. Muitos equivocadamente sonham como um corpo daquele nível unicamente por finalidade estética, o que não posso dizer que é um erro, mas um tanto quanto utópico.
Além disso, crianças e adolescentes participam do público desse evento e também são influenciadas. E ainda podemos agravar isso levando em conta a mentalidade um tanto quando influenciável que temos na juventude contemporânea.
E que atire a primeira pedra qual foi o adolescente que nunca tentou ser como seu ídolo de música, por exemplo.
Vejam: Dorian Yates nunca foi hipócrita e nunca negou o uso de drogas, inclusive citando algumas delas… O fato é que ele nunca fez apologia a elas e, principalmente nunca falou sobre dosagens justamente pelo medo de influenciar seus fãs. Isso é extremamente válido pois liga diretamente a ética com a realidade sem deixar vestígios de dúvidas e incertezas.
É importante que, para isso, a realidade seja aplicada dentro do esporte a partir de exigências dos seus próprios atletas, seguidos por seus patrocinadores.
Assim, teremos um impacto muito mais satisfatório na mídia e a faremos olhar e divulgar a coisa da maneira correta e não pegando fatos isolados ou pela metade e generalizando o todo que,certamente não merece.
No Bodybuilding, ou fisiculturismo, devemos admirar o belo, o esforço, a vida, a luta, determinação e guerra e não a falsidade implícita! Sejamos mais conscientes e não caiamos em alienação. Somos o que fazemos!
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