A história dos suplementos alimentares vai muito além do que podemos imaginar. Se observarmos bem, desde os tempos remotos, os antigos soldados e atletas possuíam, de maneira intuitiva, o hábito e a orientação para com o consumo de alimentos específicos, partes específicas de alimentos e animais e preparações que pudessem de alguma forma demonstrar certo valor nutricional capaz de torna-los mais fortes, bravos ou vorazes.
Com o evoluir das pesquisas e, principalmente com o evoluir do empirismo, pôde-se cada vez mais desenvolver não só métodos, mas, combinações de substâncias naturais e/ou sintéticas capaz de nutrir e/ou desenvolver um aumento na performance dos usuários.
Se pudéssemos de maneira breve classificar os diferentes suplementos alimentares, poderíamos fazê-lo como os que possuem caráter unicamente nutricional, e os ergogênicos, que na verdade englobam muito mais classificações e também subclassificações.
Suplementos nutricionais
Os suplementos nutricionais são aqueles que tem como objetivo básico e fundamental nutrir ou ajudar no suprimento de necessidades específicas de um indivíduo. Criados basicamente não para os atletas, mas, para outros indivíduos, tais quais os enfermos ou os que se encontrassem com algum caso clínico o qual necessitasse de uma nutrição específica (por deficiência, necessidades extras ou impossibilidade no consumo alimentar, seja essa por qual motivo fosse), os soldados que possuíam necessidade de alto consumo energético e, ao mesmo tempo praticidade não só neste consumo, mas também no transporte desse material também (que, diga-se de passagem, é muito mais portátil do que o alimento “in natura” e, muito mais duradouro também), astronautas que, basicamente não podem transportar suprimentos “in natura” capazes de serem preparados ou tampouco armazenados por longos períodos e assim por diante.
Por conseguinte, é incontestável também que o esporte tenha se beneficiado com esses fatores: Sabe-se que praticantes moderadamente intensos de atividades físicas e atletas amadores e competitivos possuem necessidades nutricionais relativamente ou muito maiores do que simples praticantes de atividades físicas. E, sabe-se também que muitas vezes essas necessidades não podem ser supridas com o alimento “in natura”, seja pela indisponibilidade de determinados nutrientes em quantidades satisfatórias na porção do alimento, seja pela necessidade da mescla de alguns compostos e nutrientes, seja pela velocidade de absorção, pela necessidade de altíssima densidade energética X baixo consumo de volume de alimento, pelo valor biológico, entre tantas outras razões. Assim, o uso do suplemento alimentar, faz-se capaz de largamente ajudar nesses inúmeros fatores.
Os suplementos unicamente nutricionais normalmente visam a compensação ou o suprimento de necessidades energéticas, proteicas, vitamínicas, minerais, lipídicas, de fibras ou uma mescla entre elas, sendo assim não necessariamente algo que envolva um direto aumento na performance (apesar de que, indiretamente, se conseguimos suprir e/ou melhorar as condições nutricionais do indivíduo, conseguimos aumentar suas condições de desenvolvimento da prática esportiva também).
Porém, como bem sabemos os suplementos hoje passam muito além de apenas complementar uma dieta que seja falha. Através destes, conseguimos um importante e valioso incremento de performance no atleta e, na maioria dos casos sem precisar de muito. Na realidade, este aumento através da utilização de algum tipo de composto pode ser descrita desde muito antes, também de maneira instintiva: Quem nunca ouviu dizer de antigos que faziam uso de bebidas contendo cafeína?
Suplementos ergogênicos
A ergogênese é um conceito derivado das palavras gregas “ergo” que significa “trabalho” e “gen” que tem como tradução “produção”. Assim, os chamados recursos ergogênicos, termo criado dentro do ramo da suplementação utilizada principalmente por desportistas e atletas, relaciona-se com um procedimento ou recurso, seja ele físico, nutricional, farmacológico ou psicológico que tem a efetividade em aumentar, aprimorar ou otimizar o trabalho, desempenho ou obtenção de resultados atléticos e/ou desportivos.
A ergogênese pode ser definida, segundo Williams, 2002, em 5 grandes subdivisões, sendo elas:
– Os recursos ergogênicos mecânicos ou biomecânicos: Projetos elaborados para aumentar a performance através da mecânica, como, por exemplo, a utilização de uma calça flexível para tal modalidade, ou um calçado que amorteça impactos altos.
– Os recursos ergogênicos psicológicos: Recursos que servem para, através de processos psicológicos envolvendo métodos específicos, aumentar de alguma forma a performance durante a execução da modalidade que um indivíduo pratica, como, por exemplo, sessões de hipnose antes da prática de musculação ou sessões de concentrações/terapias antes de uma corrida.
– Os recursos ergogênicos fisiológicos: Recursos que, de maneira natural, podem aumentar processos fisiológicos no corpo que resultem, por conseguinte em um aumento de performance, como, por exemplo, injeções intramusculares do próprio sangue, visando uma simulação do que hoje é usado na farmacologia e conhecido como “EPO”, resultando então em um incremento da potência aeróbia.