Juntamente com a dieta metabólica do tão famoso dr. Atkins (que diga-se de passagem é uma grande idealizador FURADO E PÍFIO), surgiu a famosa dieta do jejum intermitente, intermittent fasting, dieta do guerreiro ou leangains que, independente do nome que receba ou das mínimas variações que possam existir entre uma e outra é também uma grande balela pra inglês ver (e brasileiro babar ovo!).
Seja a dieta criada por Bred Pilton, pelo Ori Hofmekler ou pelo Martin Berkhan (que é PERSONAL TRAINING), estes tratam-se de métodos totalmente sem ciência alguma que se espelham em métodos de puro achismo com experimentos que dão ou não certo.
Mas não quero apenas criticar sem mostrar argumentos os quais são utilizados a muito tempo não só pela ciência (principalmente nas áreas de bioquímica, nutrição humana e fisiologia), mas na prática também. E é justamente por isso que começo apresentando os argumentos:
Indice / Sumário
1 – Dieta para inglês ver (E brasileiro seguir)
Isso mesmo! Se você se sentiu ofendido, me desculpe, mas essa é a grande verdade. É só explodir algum achismo lá fora com algum método revolucionário e pronto, já tem um monte de gente seguindo a criação. Aliás, aposto que se muitos pararem para assistir o DVD Ruling 4ever e verem a cena do Markus Ruhl comendo biscoitos de cachorro, passarão a comer achando ser altamente anabólico e pior, dizendo ter ganhos.
Foi assim com a moda dos anos 90 do MCT que repercutiu a um tempinho atrás no Brasil, foi assim com a explosão do HIT (quem não se lembra todo mundo ser seguidor de Mike Mentzer e contrariar os profissionais da academia?), foi assim quando lançou o Isopure no Brasil, foi assim com o Jack3D e por aí vai… Tudo é apenas uma grande fase de explosão.
O mais engraçado é que são colocados meia dúzia de exemplos nos sites ou nos livros dos respectivos autores com o “antes e depois”, digo, “Before/After” e pronto, já é suficiente pra jogarmos tudo que se tem estudado por anos na lata do lixo. E aí, se bem me permitem, vos pergunto: QUEM ME GARANTE QUE AQUELES EXEMPLOS PARTICIPARAM DA DIETA? QUEM ME GARANTE QUE O PROTOCOLO DELES FOI AQUELE MESMO? QUEM ME GARANTE QUE NÃO FORAM USADAS SUBSTÂNCIAS SINTÉTICAS ESTEROIDIAIS? QUEM GARANTE, ALIÁS, QUE A MUDANÇA FOI DE FATO COM O MÉTODO?
Existe algo muito poderoso chamado marketing… Mas há quem ache que isso só funciona com a coca-cola e com o Mc Donald’s, né? DEVEMOS LEMBRAR QUE PROPAGANDA ENGANOSA É, INCLUSIVE, CRIME!
A dieta do jejum intermitente é simplesmente mais uma invenção, não fundamentada em ciência. E isso já seria o bastante pra ficar com os dois pés bem atrás.
2 – Você conhece algum profissional de alto nível que faça essas dietas?
Eu, particularmente, não conheço atleta algum que faça esse tipo de dieta. Pelo menos não atletas renomados no ramo do fisiculturismo. Aliás, para quem bem conhece o esporte, sabe o quanto é realmente massacrante para um fisiculturista quando está chegando a hora de comer e, por uma eventualidade ele acaba atrasando ou não realizando aquela determinada refeição.
Aí você me diz que profissionais usam toneladas de esteroides anabolizantes e que qualquer coisa que entra ali virará músculo. E eu digo que não! É hipocrisia dizer que os esteroides de fato não ajudam (e muito). Fato é que se no off eles consomem quantidades exorbitantes de calorias (usando EA’s) e ganham gordura e, no pré-contes diminuem as calorias e continuam usando EA’s, ganhando massa muscular e perdendo gordura nos respectivos momentos. Mas não seria muito mais óbvio combinar o útil ao agradável e usar EA’s junto com essas dietas milagrosas? O resultado deveria ser ótimo, concordam?
Hany Rambod, treinador de ninguém mais ninguém menos do que Jay Cutler e Phil Heath se descabelaria vendo uma coisa dessas. Aliás, pra quem conhece o trabalho dele, entende o porquê. Outro lado dos fisiculturistas tops, temos Branch Warren, seguidor do famoso Heavy Duty. Será que o atleta agüentaria realizar seus treinamentos com uma dieta dessas? E o que dizer então de Jhonnie Jackson e Evan Centopanni tanto em offseason quanto em pré-contest? Imagine Dexter Jackson com todo seu ectomorfismo realizando uma dieta dessas… E esses são só exemplos…
Devo dizer que essa dieta normalmente é realizada por indivíduos inexperientes ou desentendidos da área fisiobiológica do corpo humano, que acabam por cair nos truques de marketing e mídia.
Em tempo, será que algum profissional de nutrição que leve o seu trabalho a sério e, de fato tenha conhecimentos sobre prescreveria esse tipo de dieta? É só pesquisarmos com os mais diferentes profissionais da área e vamos ver que a resposta é claramente NÃO!
3 – Os níveis hormonais
Para quem bem sabe, existe uma substância biosintetizada no nosso organismo chamada HORMÔNIO! Esses são poderosos braços do sistema nervoso, fazendo o controle de praticamente tudo no corpo.
E dentre a infinidade de hormônios existentes, podemos citar o glucagon, as catecolaminas e a adrenocorticotropina, que estimula o cortisol, por exemplo.
O primeiro age em efeito contrário à insulina, ou seja, quando há glicose disponível, ele tende a ser diminuído e a insulina aumentada. Quando há pouca disponibilidade de glicose, o glucagon aumenta e a insulina diminui. O fato é que o glucagon estimula a liberação de glicogênio hepático nos períodos de jejum.
Porém, além disso, ele ainda é um hormônio extremamente catabólico. O segundo por sua vez, estimula a produção de cortisol que é um corticóide antiinflamatório que é liberado em momentos de estresse (e isso pode ser gerado sim pela falta de alimentação).
Bem, como bem explicado, se ficamos um período razoável sem comer, provavelmente estaremos liberando esse grupo de hormônios e começaremos a transformar músculo em energia. Você acha isso bom? Realmente a perda de peso acontece, mas grande parte deve-se a massa muscular e, claro, água. Aliás, se começarmos a utilizar muito do glicogênio armazenado nos músculos e no fígado, começaremos a perder água visto que cada molécula de glicogênio carrega consigo 3 de água.
Pois bem, perdendo massa muscular você causará um decréscimo no metabolismo dificultando ainda mais uma aparência de densidade muscular.
4 – Estímulo insulínico
Muitas dessas dietas basicamente são inspiradas na insulina. Um hormônio tão importante, porém tão incompreendido por esses achistas. A insulina além de seu papel vital, é um hormônio extremamente anabólico e principalmente vital. É ela que se liga a receptores como GLUT-4 possibilitando a entrada de moléculas de glicose na célula, através do GLUT-2. E como sabemos, a célula quase nem necessita de glicose, não é mesmo?
Pois bem, acontece que se secretada em excesso, a insulina pode se tornar uma vilã, aumentando o armazenamento de energia no panículo adiposo. Então, pareceria óbvio essas dietas dizerem que isso é um controle o dia todo para gerar picos anabólicos nos períodos de treino e fim.
Mas se bem me lembro, em primeiro lugar, essas dietas sugerem o consumo de BCAAs durante o dia. Ponto chave para a secreção insulínica, pois, sim, aminoácidos como L-Leucina estimulam esse fator. Como se não bastasse, algumas dietas recomendam o uso de vitamina C (ou seus usuários usam com o intuito de diminuir o cortisol).
Todavia, a vitamina C NÃO oprime cortisol algum e, se utilizada em suplementação, ainda pode tender a causar resistência insulínica. Então, estes primeiros métodos já são totalmente ineficazes para oprimir a insulina e o cortisol.
Como se não bastasse, picos de insulina NÃO CONTRIBUEM PARA NADA EM HIPERTROFIA NEM PERDA DE GORDURA, isto é, comer feito um maluco, causará uma hiperinsulimia muito mais propensa a fazer com que o tecido adiposo capte mais glicose e o armazene em forma de gordura.
A verdade é que 99% dessas teoriazinhas esquecem um pouco de bioquímica e fisiologia humana. Aliás, se o problema é a insulina, ainda temos a degradação de glicogênio hepático e muscular nos períodos de jejum, não é mesmo? Esse processo de chama glicólise. E quem é que se liga ao receptor possibilitando a entrada de glicose na célula? Quem disse “insulina” vai ganhar uma estrelinha azul na testa (ou rosa, se for menina)!
5 – Desconforto gastrointestinal
Muitas pessoas reclamam de desconforto gastrointestinal nos períodos de “comer”. Isso porque uma grande quantidade de alimentos é ingerida de uma só vez, fazendo o estômago realmente ter de trabalhar muito, causando uma dilatação e, consequentemente um desconforto, além de possíveis diarreias, náuseas e outros sintomas do tipo. Comer demais de uma só vez nunca foi uma boa solução. Ou alguém se sente confortável após exagerar na feijoada do domingo?
6 – Indivíduos que possuem hipoglicemia
Assim como eu, algumas pessoas tem grande propensão à hipoglicemia, isto é, níveis baixos de glicose no sangue. Isso facilmente pode fazer com que o sistema nervoso central (que só funciona com glicose) entre em colapso e pare de funcionar, ocasionando o óbito. Além disso, a hipoglicemia pode causar danos na tiróide o que estragaria com o metabolismo por completo.
Ficar sem comer por muitas horas para esse tipo de pessoa e, realizando um treinamento pesado, é praticamente certo uma crise hipoglicêmica.
Fiquem atentos! Isso não é brincadeira!
7 – Carência de nutrientes
Misturar muitos alimentos de uma só vez provavelmente fará com que alguns micro-nutrientes inibam a absorção de outros micro-nutrientes. Mas aí a solução seria restringir a variedade de alimentos, não? Sim, para não causar inibição sim. Mas, se você é impossibilitado de comer frequentemente, dando o máximo de nutrientes ao corpo, então como você vai disponibilizar estes para o corpo?
Fica realmente difícil ter uma dieta saudável comendo uma ou duas vezes por dia.
Conclusão:
A dieta de jejum intermitente é mais uma bobagem inventada para inglês ver, brasileiro seguir e ainda achar que está no lucro. Não troque os métodos certos que funcionam a anos por mirabolantes invenções. O básico é quase sempre a melhor coisa a se fazer e nos possibilita errar muito menos.
Excelente artigo, muito bem explicado e com argumentos capazes de desmontar várias teses de conceituados médicos e outros pesquisadores. O jejum intermitente segundo especialistas coloca o praticante numa condição semelhante aos nossos ancestrais, onde esses consumiam alimentos numa frequência muito pequena, ou seja, comiam hoje e só “Deus sabia” quando comeriam de novo. Faço uso dessa estratégia há aproximadamente 8 meses e consegui “secar” como nunca havia conseguido. O praticante consegue acostumar e não bate desespero nenhum em períodos de 16 ou 18 horas sem comer. Ajuda, no meu caso, a consumir alimentos melhores e de forma mais seletiva e moderada. Os bons resultados estimulam a fugir de “porcarias”. A minha saúde melhorou muito, nunca mais tive aftas, o intestino funciona muito bem, o sono, a libido, o estresse…como eu disse, no meu caso foi muito bom .
Prático o jejum intermitente há 6 meses, faço o de 16 hrs por 6 dias e 1 dia faço o de 24 hrs, e sou acompanhado por nutricionista, minha massa muscular aumentou e minha gordurs corporal abaixou, se a pessoa prática musculação com foco em hipertrofia o corpo vai reconhecer q o músculo é importante, vc disse q ia usar base científica, só vi Teorias, esperei por um estudo pelo menos comprovando sua teoria, mas não vi nada, na Verdade o jejum tem vários estudos comprovando, e até hj não vi nenhum estudo condenando, e vc nunca viu nenhum. Atleta de ponta usando esse método? Eu lhe digo quem Usou! Big Rammy usou e subiu na competição como nunca antes visto, se atualize meu amigo, tem muita dieta furada, mas vc nao pode nunca julgar todas, achei vc muito revoltadinho rsrs
Big Rammy faz o jejum por causa da religião dele, não por estratégia nutricional. Quem precisa se atualizar é você, meu amigo!
Pessima material generalizando JI ! Drs lair ribeiro, Paula leal,, Leandro almeida, juliano Andrade, Rondo etc provam com estudos eficacia do JI, porem nao eh p todos, hipoglicemicos, fisiculturistas d alta performance ou p quem treina durante o jejum,! Canso de ver bons resultados
Sempre existirão divergências de pensamentos, isso é muito comum. Ainda mais na nossa área, onde ninguém parece se entender. Existem estudos dizendo que é prejudicial assim como é benéfico. Escolha uma linha pra seguir, é o melhor q podemos fazer. Mas sempre leia os 2 pontos de vistas pra firmar ainda mais a sua opinião, que é muito importante pra nós.
Realmente um texto muito fraco de argumentos contra o jejum. E não vejo ninguém do JI dizendo que os outros estilos são errados, pelo contrário. Esse é um estilo de vida que deve ser seguido por quem realmente entende que trás benefícios à saúde. E na verdade é só isso: um estilo de vida de quem busca saúde. E quem disse que comer nove refeições/dia e levantar até de madrugada pra comer para manter uma carcaça de 150Kg é um estilo de vida saudável? Creio que não…
Argumentos do tipo “Você conhece algum profissional de alto nível que faça essas dietas?” simplesmente não convence. Pois é claro que um indivíduo como o Acima (que consome 6mil ou mais kcals/dia) não tem como se adaptar a esse estilo de vida, uma vez que o esportista profissional vai além dos seus limites, o que de maneira nenhuma é benéfico nem para o físico nem para o psicológico.
Falar em Marketing é até engraçado, queria que fossem citadas as dez marcas famosas que patrocinam o JI. Quanto aos fisiculturistas Top, cito rapidinho meia duzia de marcas.
Enfatizo aqui: JI não é dieta. Não há ninguém que defenda e pratique e que repita esse absurdo.
Ler mais faz falta. Muita falta mesmo.