A soja é um dos alimentos que mais move a economia mundial frente ao que se importa e exporta da mesma, gerando bilhões de dólares por ano, especialmente para países asiáticos. Além de seu valor econômico, a soja também tem sido considerada um importante alimento na nutrição humana em diferentes partes do mundo. Tamanho consumo, muito provavelmente também fora estimulado frente aos possíveis benefícios que essa proteína, de origem vegetal poderia fornecer aos seres humanos.
Porém, a soja também tem sido alvo de críticas e, principalmente, de pesquisas as quais demonstram não mais sua excelência para a saúde, mas sim, que mostram seus malefícios e os riscos que ela traz. Apesar disso, milhões de pessoas ainda consomem direta ou indiretamente a soja e não apresentam nenhum tipo de problema. Então, o que poderíamos pensar? Seria o consumo da proteína de soja algo vantajoso a nós e, principalmente, seria necessário retirá-la da dieta caso ela apresentasse tantos males assim? Descobriremos a seguir…
Indice / Sumário
A soja
A soja é uma leguminosa que também recebe o nome de feijão-de-soja ou feijão-chinês e que é usada a anos na nutrição humana, seja em sua forma pura ou em sua forma fermentada, trabalhada ou isolada como, por exemplo, o tofu, o natô, a proteína isolada de soja em pó, o extrato líquido de soja, aditivos que contém soja, o óleo de soja, entre outros. Seu nome deriva da palavra japonesa “Shoyu” e, por sinal, não é por acaso que o nosso conhecido molho “shoyu” leva soja.
Apesar de grande parte do cultivo de soja gerar desmatamento, a economia mundial depende dela, especialmente pelas exportações chinesas. Além disso, a soja também vem sendo apontada como um alimento que sofreu muitas modificações genética.
A soja é composta, em média, por 35% de carboidratos, 40% de proteínas, 5% de lipídios e o resto de vitaminas e sais minerais. Entretanto, isso pode variar de acordo com cada safra. Seus micronutrientes básicos são o magnésio, o fósforo, o zinco, potássio e o cálcio, com baixa biodisponibilidade, é claro. Além disso ela não é rica em vitaminas do complexo B.
Sendo uma fonte proteica de alto valor biológico, por definição, a soja não é a proteína com melhor biodisponibilidade ao ser humano, apesar de que, em alguns casos, pode ser uma importante fonte proteica, mesmo frente a todas as suas polêmicas. Seus carboidratos, por sua vez, possuem índice glicêmico baixo.
Existem outros compostos na soja os quais, de fato são os responsáveis por toda a polêmica que é gerada em torno de seus aspectos “saudáveis” e “maléficos”. Nutrientes esses como a isoflavona, que também é chamada de fitoestrógeno. Mas, seriam eles realmente prejudiciais como algumas fontes costumam dizer?
A polêmica da soja
A soja foi e ainda é, por algumas pessoas, tida como altamente importante e eficiente na promoção da saúde e na atenuação de doenças como o colesterol, entre outras dislipidemias.
Também, tida como “a proteína dos vegetarianos”, ela foi e até hoje é usada para suprir as necessidades diárias de proteínas desses indivíduos e, mesmo sendo de baixa biodisponibilidade (tem baixo aproveitamento no metabolismo), não podemos desconsiderar que ela possua alto valor biológico (contém todos os aminoácidos essenciais).
Entretanto, a soja começou a apresentar alguns distúrbios em indivíduos que faziam constante consumo dela. É essencialmente importante levarmos em consideração que esse consumo é frequente e não esporádico. Especialmente em crianças, a soja gerava problemas que desregulavam os hormônios. Em mulheres, problemas relacionados com a descalcificação. Em indivíduos do sexo masculino, problemas de supressão hormonal endógena andrógena e aumento das taxas hormonais endógenas estrogênicas, gerando fatores como a queda de libido, ginecomastia entre outros.
Além disso, seu constante consumo pode estar associado a má inibição de alguns nutrientes, por conta de alguns fatores antinutricionais presentes no feijão de soja tais quais o ácido fítico que, apesar de ser eliminado com a fermentação, não é dos principais pontos os quais devemos nos preocupar com a soja.
Todos esses efeitos ou, pelo menos, a maioria deles é causado pelo que chamamos de “isoflavonas”, que são compostos orgânicos naturais da classe dos flavonoides e tem a capacidade de “imitar” o estrógeno no corpo (talvez por isso ela esteja diretamente ligada com supressão dos níveis de testosterona, osteoporose etc).
Diante dos aspectos apresentados, concluídos por estudos, a soja passou a ser uma proteína demonizada. Porém, da mesma forma que ela fora anteriormente exaltada, ela também foi demonizada erroneamente, como se “consumir soja fosse sinônimo de aniquilar sua saúde”.
A soja pode ser um alimento interessante na dieta humana, principalmente para indivíduos vegetarianos. Entretanto, como tudo, ela deve ter, em primeiro lugar, procedência. Em segundo lugar, deve advir de produtos que tenham mínima quantidade de isoflavonas ou fatores antinutricionais, tal qual a proteína ISOLADA DE SOJA (aliás, cabe um adendo a dizer que a proteína isolada de soja em alguns casos conseguiu ser eficaz no AUMENTO DE TESTOSTERONA para indivíduos praticantes de musculação).
Durante muitos anos, enquanto não se tinha acesso fácil a proteínas como o whey protein, por exemplo, atletas de força utilizavam proteína de soja (muitas vezes comprada em lojas animais) para sua nutrição e tinham bons resultados.
Ainda, em fatores relacionados com a saúde, ela possui a capacidade de diminuir os níveis de colesterol (sendo importante para aqueles que tem hipercolesterolemia), diminuir dislipidemias e fornecer proteínas com um bom valor biológico e que não carregam consigo moléculas de colesterol.
Então, consumir ou não a soja?
Consumir ou não a soja pode depender das suas necessidades individuais e suas preferências, bem como disponibilidade. Entretanto, apesar de não ser uma das principais proteínas para o praticante de musculação, nem ser das proteínas com melhor aproveitamento pelo corpo, ainda é válido considerar que ela pode ser uma ferramenta auxiliar em alguns momentos.
A soja talvez também não seja uma boa opção para quem quer economizar. Se formos observar os produtos a base de proteína de soja hoje em dia, teremos uma grande surpresa: Eles custam mais caro que derivados de animais. Portanto, faça escolhas sensatas.
Obviamente, seja de soja ou de outro alimento qualquer, gerará prejuízos se feito em excesso. Portanto, é sempre bom ficar atendo e manter-se equilibrado dentro de tais ingestões, fazendo da soja uma aliada por alguns de seus poderes (para a saúde e para a performance) e não fazê-la mais uma inimiga da dieta.
Bons treinos!