Hoje muitos são os que se perguntam porque a musculação ou esportes de relevância bastante próxima como o fisiculturismo, o powerlifting, o strongman, o strongwomen ou até mesmo o Weightlifting (que está presente nas Olimpíadas) não faz do contexto televisivo algo mais presente ou porque esses esportes são simplesmente “esquecidos” dentro do cenário reprodutivo de mídia, deixando não só a informação aquém de seu receptor, mas fazendo com que não haja um verdadeiro (isso é, quando há) conhecimento desses diferentes meios esportivos.
Betti, em 2004 nos trás o conceito de “unitransmissão televisiva”, ou seja, conceito esse que também nos remete a outro conceito por ele designado como “monocultura da televisão”, que na verdade é praticamente um sinônimo deste. Ambas expressões representam a sufocação de vários temas relevantes nos diversos segmentos e ramos os quais são apresentados na televisão: Tudo que lá será transmitido terá caráter primordialmente comercial e/ou alienador, o qual formará pseudo opiniões não consolidadas de maneira lógica e racional desses mais diversos temas e, entre eles o esporte.
Sendo quaisquer esportes fontes primordialmente fenomenais para as mais diferentes culturas, percebe-se ainda mais influência sobre este em países em desenvolvimento, como o Brasil, que apesar de hoje ser sétima economia mundial, ainda possui profunda desigualdade, fraca estrutura social, que resultam também em baixa EDUCAÇÃO, fazendo com que essa “unitransmissão televisiva” se quer seja reparada e, por conseguinte, inibida também.
Durante o decorrer do desenvolvimento humano, podendo iniciar de maneira mais concreta e relativa, na Grécia antiga, alguma forma de manipulação era feita sobre a população de menores condições financeiras e intelectuais: na Grécia antiga, não nadar era disseminado como algo desprezível, no Egito, todos os ritos e mitos que eram OBRIGAÇÃO após a morte de um Faraó, em Roma, o trabalho excessivo era supervalorizado, na Idade Média, a igreja simplesmente liquidou o conhecimento científico, criando sua própria verdade, na Renascença, por sua vez, criou-se a verdade do homem… E na sociedade contemporânea, a “verdade da mídia”. Ou seja, independente da época, sempre observamos a influência dos mais poderosos impondo seus conceitos e necessidades de que eles se tornassem verdade aos menos poderosos.
E se, hoje vemos esportes como o fisiculturismo e outros incumbidos na mídia, isso não é a toa. Aliás, não é a toa, por exemplo, que o Brasil seja “o país do futebol” e que todos acreditem que isso é verdade. A realidade é que é conveniente que se acredite no futebol como forma de ascensão rápida na vida e, isso atingirá principalmente a baixa classe, a qual necessita de quaisquer tipos de ascensões pelas condições as quais vivem ou são submetidos a viver. Desta forma, quanto mais notícias, “falação”, inserção de transmissões contínuas sobre o tema, são fundamentais para isso. Entretanto, quantos são os “Ronaldo” que temos no Brasil ou quantos são os “Pelé” que vemos por aqui? Não só aqui, mas, NO MUNDO.
A maior arma que a população pode ter contra um governo é justamente a execução da intelectualidade em protesto. Por isso, ter ou proporcionar essas qualidades não é algo conveniente ao poder maior.
A exemplo de inúmeros esportes que são desvalorizados, como o próprio fisiculturismo, a dificuldade de emergir na sociedade, a busca por patrocínios, a busca por reconhecimento e, claro, por questões até mesmo financeiras é cada vez maior, tornando ainda maior a dificuldade dessas pessoas em angariar seus esportes e, por conseguinte, fazendo muitas delas desistirem.
E não é difícil ver o quanto os esportes estão inibidos na mídia: Quem saberia dizer o nome de um jogador da seleção brasileira de basquete? E da feminina então? Certamente, raridade de quem saiba e, particularmente, mesmo alguns acho que não arriscariam. Agora, pense em qualquer jogador da seleção brasileira de futebol? Certamente a realidade é outra, comprovando esse fato de indução.
Diferentemente de outros países, como os Estados Unidos da América, onde o futebol americano é bastante elevado em popularidade, assim como o próprio basquete, lá são proporcionados espaço para todos: Do pôquer ao esqui, da natação a corridas… E isso faz com que o ESPORTE em geral cresça e não fique limitado a uma modalidade.
Não é a toa que em diversos países temos grandes eventos dos maiores atletas de fisiculturismo do mundo: No EUA temos o Mr. Olympia em Las Vegas, na Pensilvânia temos o Pittsburgh e por aí seguem os mais diferentes locais, isso sem contar outros cantos do mundo, como os eventos europeus, os eventos asiáticos… Já no Brasil, quanto muito temos uma guerrinha entre federações, eventos patrocinados sempre por 3 ou 4 marcas, sendo uma ou duas pioneiras e de maior nome, eventos que muitas vezes são desorganizados e geram polêmicas e, claro, atletas que ralam e dão sua vida em prol de um reconhecimento, seja material ou não, o qual muitas vezes não obtém (aliás, reconhecimento financeiro este que NUNCA obtém).
Vejam, meus caros, a grande dica, se queremos progredir em nosso esporte, não é nos limitarmos a redes sociais e tampouco tentar revolução por elas (apesar de, claro, também serem boas ferramentas), mas devemos mudar nosso conhecimento. Devemos valorizar o esporte como um todo, afim de ascende-lo na população e torna-lo algo comum entre as pessoas.
O esporte é fundamental para a saúde, longevidade, bem estar, fins estéticos, reabilitações e inúmeros outros fatores, em suas diferentes áreas e modalidades. Não sejamos sucumbidos por essa mídia malfeitosa. Lembre-se que quanto mais conhecimento técnico, científico e empírico, mais divulgação e mais aporte, melhor poderemos nos desenvolver, mais valorizados seremos e, principalmente cada vez mais faremos algo que faz parte do ser humano em sua essência, ou seja, o movimentar-se, o locomover-se, o exercício, algo inserido de maneira verdadeira nas pessoas.
Fiquemos atentos! Valorize nosso esporte! Ame o que fazemos!
Bons treinos!
Eu admiro os bodybuilders, pra mim são verdadeiros guerreiros. Praticam um esporte caro, e que exige muita disciplina e força de vontade. Além de terem de lutar contra a falta de apoio. Espero que um dia o preconceito contra esse esporte, e suas variantes, termine, pois aí teremos uma sociedade mais saudavel e menos sedentaria.
Parabens!
Eu acredito que exista um preconceito em relação ao fisiculturismo, por exemplo, porque é um esporte altamente ligado ao consumo de esteróides e, infelizmente, algumas modalidades beiram um freak show, especialmente as femininas. Aí, as poucas atletas que dão entrevistas, com a ossatura completamente alterada por conta de substâncias, a voz extremamente grossa, e são indagadas sobre o uso de substâncias, falam com todas as letras que não tomam nada, que é apenas dieta e treino. Acho constrangedor. E é natural que se pergunte, pois muitas exibem um físico extremamente avantajado, onde se percebe que houve manipulação hormonal para se chegar a tal resultado. Diferentemente de outras modalidades esportivas, onde substâncias podem ser usadas, sim, mas o que importa mesmo é a performance, e não apenas a exibição de poses.
De qualquer forma, a hipocrisia em relação ao uso de substâncias permeia todas as modalidades esportivas, e isso é assunto tabu, até que algum atleta seja flagrado nos testes de doping.