No último ano, se há algo que vem revolucionando a grande maioria dos praticantes de musculação os quais visam hipertrofia muscular é o consumo de uma relativa quantidade de fast food no período de bulking (offseason), sendo este bastante popularizado entre as lanchonetes, hamburguerias, temakerias e coisas do gênero.

Diante talvez de fotos de atletas tarimbados como Nasser El Sonbaty, Jay Cutler, Lee Priest e outros consumindo grandes quantidades de fast food em suas dietas, frente a fotos de Frank McGrath e suas famosas batatas fritas ou até mesmo no DVD FST-7 Unlimited gravado pelos protagonistas Hany Rambod, Jay Cutler e Phil Heath, percebe-se a grande influência causada por estes nos indivíduos citados anteriormente. Como fonte de fuga psicológica da dieta, ou real funcionalidade, muitos acabam se perguntando se realmente vale a pena o consumo de junkie food no bulking e é diante de aspectos positivos e negativos que você deve realizar suas escolhas.
“Bulking Sujo” ou “Bulking Limpo”?
Explicando um pouco sobre estas duas expressões, o bulking sujo é quando o praticante da dieta resolve que por estar em período de ganho de peso, pode aproveitar e colocar em prática uma alimentação suja, com muitos fast foods, doces, refrigerantes e etc. Assim ele conseguirá atingir um nível alto de calorias com pouca alimentação e uma alimentação “prazerosa” de se comer. Já o bulking limpo seria o contrario, é também quanto o praticante de dieta esta em período de ganho de peso, porém o mesmo prefere fazer este aumento de peso com refeições mais limpas e nutricionais, porém em uma quantidade maior, não comendo porcarias, mas aumentando também a sua ingestão calórica.
Sim, se algo realmente é uma grande bobagem no cenário do fisiculturismo é ainda acreditar que exista mesmo um “Bulking Sujo” e um “Bulking Limpo”, na medida em que, no primeiro, indivíduos descambam a dieta, comem o que bem entendem, ganham uma enorme quantidade de peso gordo e acabam por perder 2/3 do construído no período de secagem e, por conseguinte, no segundo caso, temos sempre aqueles mesmos indivíduos predestinados a um platô interno e externo, sendo esses predestinados a estagnação corpórea (e, por hora, mental também).
Falar de offseason é falar de um PERÍODO DE GANHO DE MASSA MUSCULAR VISANDO O MENOR ACÚMULO POSSÍVEL DE GORDURA. Porém não podemos ser o tipo de pessoa que não faz experimentos em nossa dieta, principalmente no período de offseason, portanto eu acho que fazer um bulking muito sujo ou um bulking muito limpo seja uma perda de tempo. O importante é saber mesclar ambos dentro de um bulking correto, para obter bons resultados. Aliás, isso é importante não só por questões estéticas, mas por questões psicológicas e mentais também, uma vez que se manter no frango com arroz ou batatas com carne o ano todo não é lá tão agradável.
Portanto, mesmo no offseason deve haver um meio termo o qual possa fazer com que o atleta progrida e ao mesmo tempo não esteja em uma situação totalmente estressante.
Inserir ou não fast food no offseason?
A menos que você não goste de quaisquer tipos de fast food (o que é pouco provável para quaisquer mortais), não ingerir o mínimo de fast food no offseason é não só uma maldade com seu corpo e sua mente, mas um belo atalho para a estagnação.
Um susto? Não, não assuste-se! Como dito, não ingerir o MÍNIMO DE FAST FOOD pode causar problemas como a estagnação. Logo, não pense em comer apenas isso! Mas, vamos entender um pouco mais detalhadamente o porquê.
Imagine que você treine peitorais com os seguintes exercícios: Supino inclinado, supino reto e barras paralelas. Durante algumas semanas você progride de carga, melhora a densidade muscular, mas chega a um patamar onde não consegue progredir mais, nem em termos de força, nem em termos de ganhos musculares e em nenhum aspecto. Quais suas opções? Modificar o treino ou acrescentar técnicas, não é mesmo? Pois bem, entendamos que, seja uma mudança de um ou mais exercícios ou a utilização de drop sets, sets e reps negativados entre outros, o estímulo que se está dando na musculatura é diferente e é justamente esse um dos motivos pelos quais ela continuará progredindo.
Da mesma forma, imagine que você consegue se alimentar por semanas com os mesmos alimentos e passa a ganhar peso. Aumenta as quantidades e a continuidade dos ganhos são evidentes. Mas, por hora, você passa a não ganhar mais peso. Quais suas opções? Modificar a dieta, É CLARO e, inserir alguma técnica. Assim, digamos nós que o fast food tenha ação de uma “técnica”, que faz platôs e estagnações de seu corpo quebrarem.
Normalmente, buscando a fuga pela homeostase, a ingestão de alimentos de forte impacto metabólico, nutrientes os quais o corpo não está acostumado e, quantidades as quais ele não está acostumado, fazem com que ele haja de maneiras diferentes, mas não de maneiras negativas, e sim, aproveitando ao máximo o que lhe é fornecido além de não causar, mais tarde, algum tipo de rebote.
No bulking ainda, os alimentos “lixos” podem ser inseridos como importante técnica para aumento da densidade energética total da dieta. Normalmente, por serem ricos em Kcal, esses alimentos merecem uma ênfase, na medida em que, fornecendo essa quantidade alta de calorias formamos um ambiente bastante anabólico ao corpo e ao mesmo tempo sem grandes chances de problemas como estufamento gástrico, desconfortos e outros.
Portanto vale a pena sim incluir alimentos fast food em sua alimentação na fase de bulking, pois estes irão lhe ajudar a ter estímulos diferentes em sua dieta, para que assim o seu corpo não entre em estagnação de nutrientes e possa sempre estar progredindo cada vez mais. Porém vale lembrar que deve ser incluído moderadamente e sempre respeitando suas necessidades. Não é para comer fast food todos os dias, talvez, uma vez na semana seja algo perto do ideal.
Leia também: A importância de alimentos de alto valor calórico para ganho de massa muscular
Como escolher o fast food
Apesar de haver inúmeras coisas as quais gostamos de ingerir e são consideradas “porcarias”, algumas destas podem apresentar certa funcionalidade, já outras não, devendo essas então, serem consumidas com muito menor frequência. Do contrário, por exemplo de hamburguers, comida chinesa, comida tailandesa, comida janponesa, comida árabe, sorvetes a base de gordura (normalmente importados), queijos gordos e outros tantos, os quais possuem bons teores de proteínas e lipídios, o que favorece largamente o anabolismo muscular, os alimentos como balas, refrigerantes, salgadinhos, doces em geral, melados, açaí (me refiro a esses sorvetes industrializados) e outros tantos, possuem apenas açúcares, com alto impacto glicêmico, pouca proteína, nada de fibras alimentares e, ainda podem acarrear problemas como resistência à insulina, hipoglicemias rebote, desconfortos gástricos, sensação de mal estar e ainda, em alguns indivíduos, pode alterar significativamente o próprio humor, o que torna ainda mais ruim a situação.
Portanto, saber o que comer, mesmo quando se come algo fora da dieta é muito importante para manter os ganhos realmente existentes e, para aproveitar o máximo do que se está fazendo.
Vale salientar ainda que, muitos chamam de “junkie food” aquelas “preparações anabólicas”, ou seja, aquelas receitas destinadas a culturistas de bolos a base de whey protein, mousses e coisas do gênero. Não considero esse tipo de alimento como sendo junkie, pois apesar de mudarmos a forma como ele está sendo ingerido, não alteramos nem supercompensamos nutrientes algum, continuando assim, o fornecimento dos mesmos substratos ao corpo. Portanto, se for para comer algo diferente, que realmente faça valer a pena!
Conclusão:
A inserção ou não de fast food nos protocolos dietéticos de um indivíduo variarão de acordo com suas necessidades, podendo assim escolher esse ou aquele alimento e em quantidades condizentes e que sempre utilizem o bom senso.
O fast food é bastante importante na dieta de bulking por possibilitar novos e diferentes estímulos ao corpo, fazendo-o fugir de possíveis estagnações.
Portanto, pouco a pouco passe a conhecer-se e, acima de tudo promover nossas experiências a si. Isso é fundamental ao musculador que se preze!
Bons treinos!
Uma ótima opção para junk food em off é a boa e velha pizza. Além de ser repleta de calorias, normalmente também é rica em proteínas, sendo que uma única fatia pode conter até 14 gramas da mesma, além de a variedade de sabores ser quase infinita, colaborando para uma maior gama de micro e macronutrientes em decorrência de seus diversos componentes.
Você esqueceu o principal. Aterosclerose.
Comer uma vez ou outra fast-food não vai encher suas coronárias de gordura.
Mas o atleta, que necessita de alto trabalho cardíaco e faz esse ciclo durante anos está altamente propenso a um evento cardiovascular (leia-se infarto), e se por acaso for usuário certos “suplementos” ai piora a coisa…
Abraço
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Até concordo, mas, muitos atletas fazem uso destes métodos e não apresentam quaisquer problemas.
Entretanto, por gentileza, não utilize termos como “suplementos” se estiver se referindo a EAs. Isso pode gerar mau entendimento entre os mais leigos.
Marcelo,
Aterosclerose não é uma doença aguda. É uma doença silenciosa, não apresenta sintomas de alerta (como uma dor), é crônica. Ou seja, ninguém que faz grande ingesta de lipídeos durante muitos anos vai sentir a consequência em meses ou poucos anos, o evento coronariano só vai aparecer no adulto velho/idoso.
O que quero frisar novamente é que, com certeza esses atletas, que consomem uma quantidade grande de gordura e tem um trabalho cardíaco acima do normal, terão uma probabilidade GRANDE de eventos vasculares, como infarto/AVE.
Por isso, não recomendaria esse tipo de treino a ninguém.
Abraço
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Não necessariamente, visando protocolos individualizados.
Não estamos falando de quaisquer pessoas que se entopem de gorduras e treinam com pesos. Estamos falando de atletas devidamente preparados para tal.
E sim, a aterosclerose é crônica, mas, por hora pode ser aguda também.
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Aterosclerose aguda? Não confunda com aRterosclerose ou IAM.
Aterosclerose é o processo de deposição de lípides na íntima das coronárias, isso não acontece do dia pra noite (agudo) isso demora anos pra ocorrer (crônico). Um belo dia, essa placa pode “se soltar” da artéria e ocluir o vaso, causando isquemia cardíaca.
Usuários desta prática podem até ser atletas, mas sofrem desse processo da mesma maneira que eu ou você, é fisiológico, não há como fugir disso.
Não usem a desculpa do bulk sujo para se entupir de fast-food.
Novamente, eu não recomendo esta prática. Procure qualquer médico clínico ou do esporte que dirão o mesmo.
Abraço
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A aterosclerose associada com a arterosclerose que ocorrerá com o tempo podem levar ao IAM sim. Na verdade, ao meu ver, dificilmente temos uma única causa no IAM.
Também não sou nem um pouco a favor desse tal de “bulking sujo” ou de se entupir de Fast Food, entretanto, o fast food se for BEM UTILIZADO pode ser uma estratégia e/ou ferramenta utilizada sim.
E não foi exatamente o que eu disse?
A principal causa de IAM é aterosclerose.
Como eu disse anteriormente “… causando isquemia cardíaca”, leia-se IAM.
Traduzindo: Isquemia significa falta de sangue->oxigênio no tecido. Isquemia cardíaca=infarto (ou IAM)
Novamente, aterosclerose não é um evento agudo, e sim crônico.
O bulking sujo pode ser uma estratégia usada para se ter um infarto.
Abraço
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Se usado em EXCESSO.
Vai me dizer que bulking sujo é comer só 01 big mac por semana? É lógico que é um excesso.
Apesar do texto destacar esta prática como “consumo moderado”, em diversos momentos no texto acima, isso se contradiz: “Nasser El Sonbaty, Jay Cutler, Lee Priest e outros consumindo grandes quantidades de fast food em suas dietas”
Muitas partes do texto corroboram pra o entendimento de uma alimentação com abuso em fast-food. Inclusive a definição deste texto para bulking sujo: “o bulking sujo é quando o praticante da dieta resolve que por estar em período de ganho de peso, pode aproveitar e colocar em prática uma alimentação suja, com MUITOS fast foods, doces, refrigerantes e etc.”
Quem tem um mínimo de conhecimento em saúde sabe que isso é errado.
Novamente, não recomendo.
Abraço
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O que é excesso pra você sem levar em conta as necessidades nutricionais do indivíduo, os níveis de composição corpórea dele, de atividade física etc?
Bulking sujo ao meu ver é burrice. Bulking é sempre bulking e fim. Não se deve usar esse período PARA AUMENTO DE MASSA MUSCULAR em prol de unicamente comer o que se quer e o quanto se quer. Isso pra mim se torna burrice.
Sou novo na academia estou a 5 meses, teria algum problema em fazer bulking?
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Nenhum problema.