O que Importa na Musculação: Variar Exercícios ou Aumentar a Carga?

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Por um lado, pessoas que querem cada vez mais aumentar a carga em seus exercícios para mostrar virilidade, força e progresso. Por outro, pessoas que estão frequentemente variando seus exercícios a fim de propor aos músculos formas diferentes de trabalho. Claro! Esse cenário é típico em qualquer academia de musculação e tenho certeza que você está inserido em um deles.

Porém, você já parou para se perguntar se, para o praticante de musculação é melhor variar os exercícios ou modificar a quantidade de carga a ser utilizada?

Quando pensamos no desenvolvimento físico, ele não deve ser unicamente levado em consideração, mas ainda, fatores como o controle neuromotor, a força (que possui aspectos neurológicos) e os processos adaptativos gerais do corpo também devem entrar nesses pensamentos. Isso se deve ao fato de que, para que um corpo possa se desenvolver adequadamente, ele necessita de outros tantos detalhes os quais possam efetivar este processo. Entre eles, podemos mencionar a forma de treino que utilizamos e, claro, os estímulos nele utilizados.

Existem, de fato, muitas formas de modificar nossos treinamentos e de inserir novos estímulos a fim de que o corpo tenha de se adaptar novamente e, portanto progredir.

Entre essas maneiras, podemos citar, por exemplo, a utilização de angulações de movimentos diferentes, o isolamento de um grupamento muscular, o uso de outros acessórios de treino e, claro, entre os aspectos mais básicos, as variações de exercícios bem como o incremento de carga, que já são dois pontos bastante conhecidos por nós e que com certeza utilizamos com maior frequência.

Pois bem, se você quer descobrir isso e aprender um pouco mais sobre a importância estes dois pontos, recomendo que continue neste artigo…

As variações de exercícios

Sabemos que os exercícios podem sofrer inúmeras variações e ainda, os próprios exercícios podem ser mudados em um treinamento a fim de trabalhar a mesma musculatura desejada, porém, de uma forma diferente. Por exemplo: quando não trocamos o exercício, podemos utilizar angulações diferentes.

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É o que ocorre, por exemplo, quando passamos de um supino reto para um supino inclinado ou quando passamos de uma rosca alternada em pé para uma rosca simultânea em banco 45º. Porém, no segundo caso, o exercício, propriamente dito é que é modificado. Por exemplo, pode-se pensar na troca da remada curvada com barra, pela remada cavalinho ou do pulldown com barra aberta pela frente, pelo pulldown em máquina articulada.

Essas variações de exercícios são importantes na medida em que, fazem com que o músculo tenha de responder a um estímulo já não conhecido como o anterior. O resultado é que conseguimos estimulá-lo a querer se adaptar a essa nova maneira de trabalho e, com isso, conseguimos o seu desenvolvimento.

As variações de exercícios normalmente ocorrem quando você não consegue mais progredir em um dado movimento. Na verdade, muitas vezes isso pode ser usado como estratégia para aumentar a carga usada. É o caso, por exemplo, quando agachamos livre por um tempo e depois vamos para alguma máquina… Quando retornamos para o agachamento, ele parecerá “mais fácil”, pois, com o hack, isolamos melhor a musculatura extensora das coxas e damos maior poder de trabalho à ela, fazendo com que haja, claro, o desenvolvimento.

Quando não mudamos a forma que treinamos, estamos fadados ao fracasso!

O incremento de carga

O incremento de carga deve ocorrer, pois, imagine que, a cada vez que você executa um movimento, seus músculos fazem força e, portanto, eles são “degradados” com microlesões. Essas microlesões se recuperam através da síntese proteica e, portanto, você consegue numa nova oportunidade e, devidamente recuperado, aumentar a carga a ser usada para um mesmo movimento.

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Seu corpo aprendeu a lidar com aquela carga e, para que ele continue progredindo linearmente, você tem de dar um estímulo mais intenso, sendo neste caso, com maiores quantidades de cargas.

Porém, como citado, o corpo por si só não responde somente ao incremento de carga. Na verdade, se assim fosse, teríamos guindastes perfeitos, bastava treinar!

O incremento de carga é importante, mas, deve ser acompanhado com cuidado. Não é incomum vermos pessoas se machucando (e deixando de ter resultados, é claro!) unicamente por se importar com ela.

Além disso, quando falamos no incremento de carga, temos de levar algumas técnicas em consideração. Por exemplo: Imagine que você executa 8 repetições com uma carga de 100kg na remada curvada com uma cadência de 1-1-1. Então, suponhamos que você mude essa cadência para 3-3-3.

O resultado é que você terá de reduzir essa carga e, portanto, suponhamos que você reduza para X/3. Claro, isso não quer dizer que você está usando menos carga, mas sim, que continua no limiar máximo de carga e máximo de intensidade dentro de um determinado modo de execução.

Isso pode ser interessante em menores escalas para atletas de força explosiva e máxima, mas, mesmo assim essa pode ser uma técnica usada por eles para variar seus treinamentos sem fugir dos exercícios básicos de seu objetivo.

Mas, afinal, qual deles é mais interessante para nós praticantes de musculação?

Existem teorias as quais defendem tanto a variação de exercícios com um uso moderado de carga (sempre o menor possível) e, outra que diz que essas variações são grandes balelas e, temos de usar exercícios básicos e, sempre buscar incrementar carga.

Essa segunda teoria crê que os músculos sempre trabalham da mesma forma e, precisam apenas de estímulos mais intensos enquanto no primeiro caso, acredita-se que com o uso de princípios neurológicos e neuromotores também se conseguem excelentes resultados.

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A verdade, é que ambas as teorias estão, inquestionavelmente certas. Se, por um lado, não adianta inventar demais exercícios e, portanto, é necessário “pegar cada vez mais pesado”, por outro, se pensarmos no teorema de nossa limitação genética, então, temos de usar todos os mecanismos que tornam o crescimento e o desenvolvimento muscular possíveis de acontecerem.

O que deve prioritariamente ser levado em consideração é como usamos uma ou outra e quais os objetivos pretendidos. Por exemplo: Imagine que você tem o objetivo específico de competir como levantador básico na modalidade de supino. Claro, é óbvio que você poderá inserir vários exercícios auxiliares em sua rotina, mas, o foco principal dos treinos deve ser o supino e, o aumento de carga nele. Esse será o principal estímulo para que você possa progredir adequadamente.

Porém, suponhamos que você tenha o objetivo de melhorar suas capacidades físicas gerais, então, muito provavelmente, mesclar exercícios e ir alternando entre eles seja a melhor opção.

De uma maneira geral, temos que entender que ambos os estímulos são válidos e ambos estarão em quaisquer rotinas. Mas, o que diferencia de fato uma da outra é, como já mencionado, as formas de uso frente as necessidades individuais e aos objetivos requeridos.

Conclusão:

Variar os exercícios pode ser tão importante quanto incrementar carga em exercícios básicos e de nossa preferência. Na realidade, ambos podem e devem ser utilizados nas rotinas dos praticantes de musculação.

Entretanto, cabe conhecer o objetivo para utilizar em maiores escalas um ou outro bem como, saber quando e como aplicá-los adequadamente, seja em intensidade, duração, forma ou sistema.

Portanto, saiba que, as definições do que você faz e do porque você faz, serão essenciais nesse processo,

Bons treinos!